sábado, 29 de novembro de 2008

"A TURBA" (1928)


Não, eu não tive a sorte de rever esta obra-prima muda (e, ao mesmo tempo, gritante) do King Vidor. Pelo contrário, hoje eu voltei a vivê-la. Trabalhei no DAA, mais uma vez, neste sábado. Trabalhei na matrícula dos alunos que passaram no Vestibular à Distância.

Assim que entrei no ambiente que me hospedou burocraticamente por mais de 6 anos, senti melancolia, um aperto no peito. Fiquei me sentindo deslocado, nas primeiras horas... Em breve, estava lá eu, conferindo documentos e batendo carimbos com a mesma força que antes, imaginando cada um daqueles seres masturbando-se solitariamente... Vínculos (des)empregatícios têm dessas coisas...

Amanhã tem mais...
E nada de ver o King Vidor...
Por favor, se algum dos seres que me lêem agora tiver Velox em casa e quiser me dar um presente, baixem THE CROWD para mim!

Wesley PC>

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva



E hoje de manhã na Gomorra, Eu, Rafael Barba, Baiano e Wesley cantando alto "Socorro" de Arnaldo Antunes. Muito bom. Este entra para o panteão de melhores momentos. Acordo agora no fim de tarde com as músicas de Arnaldo Antunes na cabeça e estou ouvindo no som alto. Quem nunca passou pelo o que a música expressa?


Socorro
Arnaldo Antunes / Alice Ruiz - 1998

Socorro, não estou sentindo nada.
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir.

Socorro, alguma alma, mesmo que penada,
Me empreste suas penas.
Já não sinto amor nem dor,
Já não sinto nada.

Socorro, alguém me dê um coração,
Que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emocão pequena,
Qualquer coisa.

Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.


Leno de Andrade

A IMPERFEITA PERFEIÇÃO


Existem pessoas e artistas que, por beirarem a perfeição, dão a impressão de serem indignos de qualquer correção, de qualquer admoestação, de qualquer observação corretiva sobre seus trabalhos e atitudes. Estando nós, espectadores e observadores deslumbrados com a simples existência sublime dos mesmos, torna-se difícil que emitamos necessários juízos críticos acerca dos mesmos, o que é ruim. Críticas podem ser muito construtivas, até mesmo para o que já aparenta a perfeição. Rafael Maurício e Tom Zé são dois destes serem que beiram a tal perfeição...

Na última quarta-feira, tive a honra de assistir pessoalmente pela segunda vez a um concerto do egrégio artista brasileiro Tom Zé. Mas houve um porém: não gostei o suficientemente de seu último álbum, “Estudando a Bossa” (2008), que ostenta um primoroso trabalho de pesquisa sobre este movimento musical que tão bem projetou o nosso país internacionalmente. O problema é que, por achar que não gosto bastante da Bossa Nova, não me diverti muito além da satisfação enciclopédica ao ouvir o disco, por enquanto... Como o concerto foi baseado primordialmente em tal álbum, não gostei tanto do ‘show’ como era de se esperar de algo proveniente do gênio absoluto que é Tom Zé. Mas, para além de qualquer decepção, o espetáculo foi fantástico! Gênio que é gênio sempre consegue nos hipnotizar...

Atingindo êxito encantatório na execução de todas as canções de álbuns anteriores (o conhecido jogo de luzes na divina “Brigitte Bardot” é eternamente incrível!), Tom Zé dota de mais encanto e validade sarcástica as suas canções, de maneira que faixas como “Outra Insensatez, Poe!”, “Brazil, Capital Buenos Aires” e “O Céu Desabou”, os melhores momentos deste novo álbum, ficaram ainda mais interessantes ao vivo, quando acompanhadas pelos gritos singulares e pelas observações muito inteligentes do gênio de Irará.

Tem como não se gostar de algo de Tom Zé? Se eu fiquei um tanto chateado com o ‘show’, acho que a culpa foi mais da tietagem indiscriminada da platéia, que batia palmas até mesmo quando ele espirrava. Mas, que se dane! O cara é foda! – que nem o menino da foto, mostrado num momento de gozo musical que inebria qualquer criatura possuidora de olhos neste mundo maravilhoso que nos permite perceber que, tal qual escreveu Ingmar Bergman para o roteiro de seu fabuloso filme “O Sétimo Selo” (1957), “se tudo é imperfeito neste mundo imperfeito, só o amor é perfeito em sua perfeita imperfeição”. Está explicado por que não me privo de tachar o guri extático da foto de “perfeito”? Ele é!

Wesley PC>

quinta-feira, 27 de novembro de 2008



VOCES INOCENTES

Ontem estava em casa e resolvi assistir esse filme maravilhoso que conseguiu me comover do início até o fim, e que por pouco me fez chorar, assim como também o meu amigo Lucas (cobra).

O filme trata sobre uma guerra civil, no país de El Salvador, entre camponeses e militares (bancados pelo os EUA) e que se alastra até um pequeno vilarejo onde vivem os personagens principais que estão na foto.

O menino, chamado Chava, quando chega aos seus onze anos de idade começa a ter a responsabilidade de ajudar a mãe no sustento do lar, e como citei a cima, enquanto ocorre uma guerra civil. E o que me deixou mais eufórico era a forma que mãe dele o tratava, necessitando às vezes castigá-lo somente para protegê-lo da guerra, e o ápice foi ele mostrar para sua mãe, com suas atitudes que se fazia necessário lutar pelos seus direitos e participar da revolução que acontecia lá fora. Faz-me até lembrar de outro filme que recentemente assisti que foram os sonhadores.

E ai alguns podem estar se perguntando por que postar isso, é que comecei a questionar-me até onde contribuo para uma Revolução social, e percebi que contribuo da melhor forma que posso. Então comecei a lembrar também o quanto alguns amigos militantes não entendem e não respeitam a minha forma de participar do movimento estudantil, só porque não uso os velhos clichês como “neoliberalismo, reforma universitária e outros”, e me tratam como se não desse valor a isso também; e até uns amigos que acham que tenho repulsa do DALH, ou que não quero expressar minha opinião, ou que são donos da verdade absoluta.

Lembro então que no final do filme conversava com Feop, e ele me contou que um amigo seu lhe falou uma vez que a Revolução só fazemos é quando vemos nossas filhas ou irmãs sendo estupradas, ou quando vemos nossos amigos sendo mortos em nome da tão sonhada LIBERDADE.

Para mim a Revolução começa no individual pra chegar ao social, ou seja, mo micro para o macro, e não como vejo alguns por aí dizendo que querem revolucionar e não conseguem revolucionar a si mesmo, e que criticam os outros por pensarem diferente.

Por fim deixo uma pergunta: será que estamos esperando que estoure uma guerra civil para Revolucionarmos a sociedade? Ou será que é demérito de alguns não perceber que quem está ao seu lado, por mais ínfimo que seja, está tentando Revolucionar a si mesmo e aos outros?

Deixo aqui o meu desabafo,

Ferrerinha

Você disse o que???

Seguindo a sina de quem anda de bicicleta
Mas que queria andar de triciclo
Por ser tretaplégico emocional
Escolhi tentar no pentatlo disputar a final
Correndo como o Senna
Bati na quina da quadra
Onde de sapato, calça e terno
Fiquei parecendo com um duque
Ao cai no mato, donde corri
Pra rezar metade de um terço no quarto
Com medo de ir para o quinto dos infernos
Num cesto.

Marcos Vicente,terça-feira dia 25 de novembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Tudo é dor

Dor, dor, dor... Está doendo, doi, há de doer! Existir doi. A dor existe. Alegra a dor que tira o filho das entranhas das mães. Como irá doer a ressaca após a celebração! Como aquela canção de Raul diz o que eu quero dizer a todo instante: SIM! Sim, é a palavra. O mais perfeito trágico virá. Em que lado da ampulheta estarei nesse momento? Abraço a dor e me celebro. Portanto, celebro a existência. Infeliz quem nega. Infeliz quem foge da dor. Eu quero a todo instante dizer sim. Não creio que a dor esteja intrinsicamente ligada à tristeza. É antes de tudo um ser inquietante que provoca inquietação. Geradora de movimento.

Tiro a remela dos olhos, me espreguiço, fico ébrio, dou um chute, expulso o tédio. Fico ébrio, me contagia o amor, me mudo da filosofia. construo um barco de alegria, navego num oceano de dor.

Leno de Andrade

VAMOS FALAR DE CINEMA MAIS UMA VEZ? VAMOS FALAR DE VIDA REAL?


Olá, seres que amo!

Esta semana, estive um tanto menos à mostra que o habitual. Motivo: estou fazendo de conta que sou uma pessoa capaz de estudar convencionalmente, de me interessar pela Academia, de redimir os inúmeros fracassos de minha vida, etc., etc.. Por este motivo, fui obrigado a realizar algumas escolhas (quase um sinônimo de “renúncias”) e não estou a visitar os meus amigos de Gomorra com a assiduidade habitual. Acabo de conversar com o “semideus” mauriciano e, caramba, deu saudades de todos vocês! Por isso, estou cá, a me explicar, a pedir desculpas, a dizer que amo a todos...

Como nada do que fazemos é desinteressado ou isolado de nosso arcabouço cultural, aproveito aqui a oportunidade para reverenciar um dos 10 melhores filmes que assisti em vida, “A Palavra” (1956), do dinamarquês Carl Theodor Dreyer, sobre um moço que estuda demais as obras do filósofo cristão Sören Aabye Kierkegaard e passa a acreditar que é o próprio Jesus, sendo repudiado pelo pai protestante, pelo irmão ateu e pelas demais pessoas zombeteiras do povoado em que residia. Até que acontece uma tragédia envolvendo um parto e uma morte da mulher parideira, que, para que a mesma se transforme em milagre, basta apenas uma invocação, a assunção de uma crença. Não posso dizer do que se trata, mas este é o filme que melhor explica o porquê de eu ainda acreditar (sem previsões para deixar de fazê-lo) em Deus. Afinal de contas, eu pergunto: seria possível que um Deus não existisse e, ainda assim, o magnífico ser antonomasiado como “Baiano” existisse?

Pelo sim, pelo não, esta imagem que encontrei do filme tem tudo a ver com o meu estado de espírito (conforme visto por outrem) hoje. Preciso vê-los, tocá-los, senti-los... e que venha o aguardadíssimo concerto do Tom Zé!
Amém!

Wesley PC>

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sileno (se não tivesse o si) e se eu tivesse o si

SiLENO era, na mitologia grega, um dos seguidores de Dioniso, seu professor e companheiro fiel. Notório consumidor de vinho, era representado como estando quase sempre bêbado e tendo de ser amparado por sátiros ou carregado por um burro. Sileno era descrito como o mais velho, o mais sábio e o mais beberrão dos seguidores de Dioniso, e era descrito como tutor do jovem deus nos hinos órficos.

Quando estava sob o efeito do álcool, Sileno adquiria conhecimentos especiais e o poder da profecia. O rei frígio Midas estava ansioso para aprender com ele, e o aprisionou, laçando-o numa fonte onde Sileno costumava beber.

mais...

Sileno é, na mitologia grega, um sátiro preceptor de Dioniso, deus
do vinho. Considerava-se possuir uma grande sabedoria e ser capaz de revelar
segredos importantes aos mortais.

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SILENO

Origem:
GREGO

Significado:
ZOMBADOR, GOZADOR


Leno de Andrade

Eterno retorno dos pingos

Quando eu tinha 18 anos cheguei em casa um pouco molhado da chuva, sentei na cama e pensei: já pensou se eu fosse um pingo? Então peguei o violão e fiz uma música, a letra é o seguinte:


Os Pingos
(Leno de Andrade)


Olha cá, sou desespero solto ao ar
Tudo cai, tudo vai, mas pr'onde será?
Vou voltar para qualquer lugar
Tudo vai, tudo cai, mas pr'onde será?

E os pingos caem, então regresso ao chão, ao rio e ao mar.

Quero transbordar, me soltar
Desse lago, desse lado do mar
E descongelar.
Derreter, correr,
Pra regar a mais linda flor
Pois o tempo, saiba, o tempo
Vai mudar

E o sol atrai, vapor me faz, então regresso ao ar.


Leno de Andrade

"ETERNO RETORNO"


Hoje à tarde, eu conversava com Anne K. pelo MSN, que me dizia que era nietzscheana e que, portanto, não via muito sentido em me ver insistindo em perseguir situações que só me fariam sofrer. Respondi a ela que era kierkegaardiano e que, por isso, valorizava os aspectos auto-redentores do sadomasoquismo. Porém, passei o restante do dia pensando na conversa que tivemos...

À noite, fui ao cinema, ver um filme de terror. Em dada cena, um homossexual afetado dava em cima de um cinegrafista. Um homossexual afetado que estava na platéia do filme começou a gritar “olha só para essa bicha!”, talvez ele estivesse querendo se eximir de sua própria afetação, sei lá. E olha que tudo isso foi percebido por mim, que tenho meus dias de homossexual afetado e fiquei chateado com o vira-casaquismo do espectador citado (risos).

Fiquei imaginado, então: o que aconteceria se nós ficássemos clicando indefinidamente no ‘link’ contido no ‘link’ que envio aí embaixo? Será que começaremos a concordar com aqueles que dizem que a História é cíclica?

Cliquem aqui, por favor: http://gomorra69.blogspot.com
Façamos o teste!

Wesley PC>

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

"LES CARABINIERS"


Em verdade, a ameaça foi captada de um clássico do Jean-Luc Godard, “Tempo de Guerra” (1963), mas nada que os defensores e hospedeiros do Capitalismo não pensem por dentro, sempre que se movimentam neste mundo maravilhoso e sofrido de meu Deus...

Wesley PC>
(tentando semear a vida e completar assim a nossa missão espermática)

REDESCOBRINDO O SEPULTURA!


Depois de uma madrugada em claro imaginando se ele já voltou para meu Estado natal (onde estará o dadivoso senhor de meus pensamentos?), tive a dádiva de passar 3 horas e meia deitado sobre uma cama. Dormi pouco, acordei com dor de cabeça e tinha muitos compromissos agendados para esta segunda-feira. Precisava de um som alto e potente para me levantar! Futuquei meus cds e estava lá uma preciosidade que não ouvia faz tempo: “Roots” (1996), clássico do Sepultura, último disco do qual o inspirado Max Cavalera fez parte.

O disco se inicia com a antológica “Roots, Bloody Roots”, segue com a gritante “Attitude”, relaxa um pouco em “Cut-Throat” e atinge o seu paroxismo em “Ratamahatta”, que conta com uma genial colaboração de Carlinhos Brown, responsável pelos contagiosos versos “Zé do Caixão, Zumbi, Lampião/ Vamos detonar essa porra!”. Minha mãe, ao que parece, não gostou muito do álbum não (risos).

Escutei-o enquanto almoçava. De repente, recebi um telefonema, cancelando um dos compromissos que tinha para hoje. Interrompi a audição na faixa 05, “Breed Apart”, mas, antes de dormir um pouco, não pude me esquivar de ouvir as outras grandes preciosidades do disco: “Lookaway” (remixada por DJ Lethal e contando com o vocal amargo e dançante de Jonathan Davis, do Korn); “Itsári (Live)”, um toré indígena, do qual participa uma tribo Xavante do Amazonas; e a última faixa, uma preciosa regravação de “Sympthom of the Universe”, do Black Sabbath. Foi bom matar as saudades deste verdadeiro clássico do metal universal!

Wesley PC>

Cadê ele?

ESTÉTICA DO CAPITALISMO COMO ESTRUTURA SEDUTORA


Às vezes eu entro no MSN com o apelido “se eu fosse mulher hoje? Alice!”. Detesto MSN, acho chato, frívolo. Não consigo passar muito tempo lá e nunca fui fã de “paquera virtual”. Acho que é por isso que os homossexuais fãs de ‘guetos’ não me aceitam como um deles (risos).

Que seja, paralelamente a esta inaceitação toda, estou resolvendo uns problemas esta semana num lugar chamado NPDOV (Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira) e estou entrando diretamente em contato com o que se pretende o nucléolo artístico e cinematográfico de Sergipe. Porra, velho! O pessoal só fala de dinheiro, de orçamento, de financiamento, dos detalhes industriais da empreitada. É cobra comendo cobra. Definitivamente, não é deste mundo que quero participar!

Querendo ou não participar, tem um seriado que passa todo mundo na HBO que me faz pensar muito nestes focos ‘yuppies’ contemporâneos. O nome do seriado é “Alice” e é protagonizado por uma menina que viaja de Tocantins para São Paulo e lá deseja crescer, passando por cima de todos os amigos, pedindo dinheiro emprestado o tempo inteiro, fingindo ser descolada, fazendo promessas que não pode cumprir... Puxa, o clima do seriado é sincero pacas! Pudera, o diretor é o Karim Aïnouz, que já legou pelo menos duas obras fundamentais ao cinema brasileiro: “Madame Satã” (2002) e “O Céu de Suely” (2006). Quem tiver HBO em casa, tem mais é que conferir!

E, só para provar que o seriado está coberto de razão em seu retrato desta raça empreendedora que chafurda nossas universidades, um exemplo prático: na quarta-feira, estava eu no trabalho de Luiz Ferreira Neto, abraçando Marcos Vicente de pé. De repente, uma mulher abre a porta e começa a mostrar os computadores para alguém mais velho, um fiscal do maquinário, talvez. “Pode olhar. Todos os computadores são novos. Aquele ali está quebrado, mas é novo também. Até mesmo os que estão com defeito são novos!”. Não pude conter o riso!

Wesley PC>

domingo, 23 de novembro de 2008

POESIA COTIDIANA


Nunca fui muito bom em escrever poesia. Sempre tive um fascínio sobrelevado pelo estilo prosaico de escrita. Isto, porém, não elimina a poesia de minha via. Cada vez mais e mais, são os pequenos momentos do dia-a-dia que se revelam plenos de magia, daquilo que os fenomenólogos apelidaram de “epifania”. Cada pequeno movimento de Rafael Maurício, cada observação escrita de Charlisson de Andrade sobre seus devaneios etílicos, cada madrugada que Eliane Charnoski fica debaixo de uma arvore, esperando seu namorado chegar... Tudo isso é poesia!

E é por estar viciado neste tipo muito conveniente de poesia, que nem sequer se revela como tal, que estou me viciando no que alguns teóricos chamam de “cinema primitivos”, ou seja, obras de pequena duração, produzidas antes de 1915, quando o protestante David Wark Griffith produziu o seu magno afresco racista sobre o esperado surgimento da Ku Klux Klan.

Mas isto é outra estória: quero aqui elogiar a beleza de “Feeding the Doves” (1896), preciosidade dirigida e produzida por Thomas A. Edison (ele mais uma vez!), em que vemos nada mais nada menos que uma mulher e uma garotinha alimentando galinhas, enquanto são cercadas por pombos em revoada. Um filme cotidiano, mas de uma beleza incrível, que recomendo a toda e qualquer pessoa que esteja se sentindo triste por causa da implacável rotina... Eu estou, mas não por causa da rotina. Justamente por ser contrário. Recomendo a mim mesmo, portanto!

Wesley PC>

CONFIANÇA


Um gesto simples salva vidas.
Os gestos de Charlisson são comumente simples e diretos.

Como parente distante do Carlos Drummond de Andrade, ele aprecia as mulheres e, num sábado especial, Rafael Torres flagrou-o olhando com tanto desejo para aquela “deusa de Gomorra” desenhada na parede, com o meu nome...

É uma foto bonita, tanto denotativa quanto conotativamente.
É uma imagem que diz muito, muito mais do que parece numa primeira olhada...

Wesley PC>