sábado, 20 de dezembro de 2008

FELIZ ANIVERSÁRIO, AMIGO FERREIRINHA!


Esta fotografia está causando certa polêmica na Internet, em virtude de ter sido publicada no Orkut de um jovem homófobo, que se achou no direito de apropriar-se de tal imagem mui contextualizada apenas porque a mesma lhe causou ânsia de vômito. Segundo ele, ao ver tal cena, todas as bebidas que se encontravam no interior de seu corpo ameaçavam sair, tamanha a ojeriza que ele sentiu diante destas duas pessoas que se beijavam. Mal saia ele que estas pessoas são pessoas que, não apenas eu conheço, como são absolutamente maravilhosas, dois de meus amigos mais preciosos! E um deles está completando aniversário hoje e é para ele que destino todo o meu carinho: amigo Luiz Ferreira Neto, felicíssimo aniversário para ti, uma vida maravilhosa, um dia excelente, te quero infinito bem e anseio toda a felicidade e todas as realizações deste mundo contraditório que, lamentamos, ainda se choca com uma demonstração de carinho tão direta e espontânea quanto esta. Digo mais: choca-se com demonstrações de carinho que podem ter estórias bem mais complicadas por trás e que estes abomináveis seres preconceituosos estão pouco se importando. Acima de tudo isso, Ferreirinha, quero que tu te percebas mais e mais como uma criatura feliz e que nos faz felizes também! E que quem não gostar que se foda (no pior sentido do termo)!

O imbecil que tirou e criticou esta fotografia, mal sabia que este era muito mais um ato de carência mútua, um momento de muita paixão retraída do que a tola e simples manifestação de exibicionismo etílico que ele pensava. Tenho a honra de conhecer de perto ambos os participantes deste beijo e estava lá no momento em que a foto foi tirada. Orgulho-me de conhecer ambos e lamentarei bastante se nunca mais ver este gesto lindo se repetindo. Mas, agora, mais do que nunca, sinto a necessidade de gritar: AMIGO FERREIRINHA, HOJE É SEU DIA. NÃO DEIXE QUE NADA NEM NINGUÉM ATRAPALHE AQUILO QUE TU CRÊS COMO IMPORTANTE PARA TI. SAIBAS QUE TENS AMIGOS SINCEROS A TEU LADO E QUE LUTAREMOS ATÉ O FIM CONTRA TODAS ESTAS INJUSTIÇAS E BARBARIDADES DESTE MUNDO PRECONCEITUOSO. SEJA FELIZ! PARABÉNS SINCEROS, HOJE E SEMPRE!

Wesley PC>, falando em nome de todos de Gomorra (e muitos fora dela)

AS COISAS QUE VEMOS NOS FILMES, MAS QUE SEMPRE, SEMPRE ESTIVERAM AO NOSSO REDOR...


Primeira cena: um filme dentro do filme.
Uma atriz senta-se no fundo de uma sala de cinema e vê a si mesmo na tela, quando interpretara uma decadente artista viciada em drogas, que suplica consolo toxicômano a uma ambiciosa enfermeira, que a ignora, que nega, nega e nega. Até que a artista decadente consente em dar a ela tudo o que tem. A enfermeira mostra-lhe um contrato pré-redigido, transferindo-lhe todas as suas posses, e é saciada em seu vício, tornando-se cativa, produto da malévola enfermeira.
Fim da cena: de volta ao mundo que nos cerca.

Assim começa “O Desespero de Veronika Voss” (1982), penúltimo filme do alemão homossexual Rainer Werner Fassbinder, responsável por minha insônia de hoje, não porque tenha me identificado, mas porque, ao contrário, porque vi de longe, quando poderia estar agindo de dentro, intercedendo para que esse tipo de dependência não mais se repita, que esse tipo nocivo de exploração do homem por seu próprio semelhante não volte a acontecer, impedindo que paixões mal resolvidas desencadeiem esse tipo de entrega à dor e à agonia...

“De que adianta saber se as dores são reais ou imaginadas se elas existem para aqueles que as sentem?”, pergunta uma sádica neurologista numa cena decisiva do filme. Fiquei sem capacidade responsiva. Apenas anuí!

Por causa deste filme, pensei no quanto persigo Marcos Vicente, no quanto me sinto injustiçado por algumas de suas idiossincrasias quando, na verdade, talvez ele possa estar vivenciando o mesmo tipo de dor que eu, só que noutra direção, num rumo particular que, para além de como ele reaja, talvez não me diga respeito, que eu devo mais é aceitar as pessoas como elas são... Sejam suas dores reais ou inventadas, elas existem para quem sentem! E Marcos Vicente é um rapaz que sofre também... Aproveito este espaço, portanto, para lhe pedir desculpas mais uma vez. Suponho que estejamos nos entendendo, graças aos recursos virtuais do MSN, mas, puxa, meu vício nele dar-me-á a impressão de que sempre terei algo mais a dizer-lhe, algo mais a falar-lhe, algo mais... Que nem aquela música d’Os Mutantes que foi concebida como ‘jingle’ para a Shell (revendedora de produtos petrolíferos), mas é muito, muito mais do que isso!

“Dê a partida, acelere a vida, vamos amar...”
Wesley PC>

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Atendendo as suplicas de "W"

Escrevi esse soneto pra flávia uma grande amiga minha.tinhamos acabado o nosso namoro e por muita sorte minha ( e maturidade dela )continuamos muito amigos. de tanto gostar dela eu compus essa obra:

SONETO



Como cabe tanto brilho numa esfera tão pequena? Um dos pessoa diria.
Mas de não te ver, qualquer um explicaria que é tudo inconciênte
Que existem esferas e que de tanto brilho, a luz quase alumia
Que tudo foi feito pra te enaltecer, pra te ressaltar...

E quanto a mim. A ânsia de te ver quase que me mata
E de te avistar já morro. Me some o pensamento em tudo
Sobe-me ao peito a grande alma do sensível
Agora sou o bobo, o arauto, o trovador...

Não é de todo estranho que me sobre tanta inspiração
Ao te dizer quase tudo que me ronda e que me visita
Não surpreende dizer que não é nada fortuito

Então continuas a iluminar todas as coisas
Já eu agora não me canso de olhar e perceber
que perto de você o sol quase brilha.

"Toujours soumise tu me meprises tu me rejettes tu me maltraites
Douleur et desir sont synonymes de mon plaisir
Je m'abandonne aux hommes sans souci ni tourment
Je me suis perdue sans retenue pour un jeune homme"


("Je t'Aime Tant" - Julie Delpy)

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Tradução:

"Sempre sujeitado, você se agarra à mim, você me rejeita
Você me trata mal, dor e desejo são sinônimos do meu prazer
Eu me abandono a homens sem preocupação ou tormento
Eu me perdi em abandono por um homem jovem"

(Wesley PC>)
"

“SORRIA, E O MUNDO INTEIRO SORRIRÁ CONTIGO, EM RESPOSTA”


Cheguei em casa por volta das 11h.
Dormi.
Acordei às 19h.

Comi cuscuz com alface, cebola e café e, alguns minutos depois, via um filme qualquer na TV. “Meu Melhor Amigo” (2006, de Patrice Leconte), para ser mais preciso. Um filme francês, simples, mas bem conduzido. Na trama, um negociante de obras de arte percebe que sua vida é estritamente vinculada ao âmbito profissional. Faz, então, uma aposta com uma colega lésbica, “que adoraria ser sua amiga”: tem um mês para provar que possui um amigo, sob pena de perder um vaso grego antigo. Desenvolve, então, um relacionamento próximo com um taxista solitário, justamente por ser extremamente simpático e viver cercado de pessoas. “Falo com todo mundo. Isto é o mesmo que falar com ninguém!”, conclui o taxista, de nome Bruno.

Poderia resumir o filme inteiro aqui, mas é melhor analisá-lo sob a perspectiva que mais me impressionou, por identificação: em quanto tempo perdemos tentando provar aos outros o que sentimos! O que caracteriza justamente a integridade de um sentimento é justamente a desnecessidade de ficarmos provando para os outros o que sentimos ou deixamos de sentir... O amor é livre e a amizade, enquanto sua mais corriqueira manifestação, também!

Puxa, cheguei tão feliz em casa hoje, depois de ter participado da Gomorra Secreta. Não somente por causa da epifania envolvendo o Rafael Maurício, mas por causa de qualquer mínimo elemento: das conversas que tive com Charlisson, que é um “rapaz com problemas” (hehehe); do belo filme do Lars Von Trier a que assistimos; da depressão alcoólica do adorável aniversariante Luiz Ferreira Neto, que me preocupa; da voz amorosa de Rafael Coelho; do inusitado sono de meu companheiro Rafael Torres; dos abraços e músicas trocadas com o próspero Anderson Luís (gosto mais e mais desta pessoa radiante); de todos os trejeitos percebidos á distância de Paulo Bruno; do sorriso altissonante de João Paulo e de sua simpatia perene pela namorada Jéssica (vulgo: “gostosa do Orkut”); do carisma político de Bruno/Danilo... De tudo! Amo Gomorra! Muito de meus amigos mais queridos estão lá!

Wesley PC>

"I'VE SEEN IT ALL" (tradução)


"Eu já vi tudo, eu vi as árvores,
Eu vi as folhas de salgueiro dançando na brisa
Eu vi um homem matar seu melhor amigo
E vidas que se acabaram antes de serem vividas
Eu vi o que eu era - eu sei o que eu serei
Eu vi tudo - não há nada mais para se ver
Você não viu elefantes, reis ou Peru!
Estou contente de dizer que tive uma coisa melhor para fazer
O que sobre a China? Você viu a Grande Muralha?
Todas as muralhas são grandes, se o telhado não cair!
E o homem com quem você se casará?
A casa que você compartilhará?
Para ser franca, eu realmente não me importo...
(...)
Eu vi tudo, eu vi a escuridão
Eu vi o brilho em uma pequena faísca.
Eu vi o que eu escolhi e eu vi o que eu preciso,
E isso é o bastante, querer mais seria ganância.
Eu vi o que eu era e eu sei o que eu serei
Eu vi tudo - não há mais nada para se ver
Você viu tudo e tudo viu você
Você sempre pode revisar por conta própria na pequena tela
A luz e a escuridão, o grande e o pequeno
Há pouco se lembre de que - você não precisa de mais nada
Você viu o que você era e sabe o que você será
Você viu tudo - não há mais nada para se ver"

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"You've seen it all and all you have seen
You can always review on your own little screen
The light and the dark, the big and the small
Just keep in mind - you need no more at all
You've seen what you were and know what you'll be
You've seen it all - there is no more to see!
"

Wesley PC> (fã da Björk)

POR QUE A VIDA FAZ SENTIDO DE VEZ EM QUANDO...


A cerimônia de Gomorra Secreta foi melhor do que esperávamos, mas, quem quiser um relato preciso do que foi a festa, que aguarde o texto de Charlisson ou de qualquer outro,. Eu, Wesley de Castro, estou particularmente deslumbrado para me dar ao luxo de ser objetivo.

Explico o porquê: de tantas e tantas pessoas presentes ao evento, quem tirou meu nome e me presenteou? Quem? O meu amado, idolatrado, salve, salve, Rafael Maurício Silva, que, para minha surpresa e encantamento, conseguiu me entregar recursos alimentícios que têm tudo a ver comigo, que já são quase traços definidores de minha personalidade enquanto consumidor: um panetone de caixa, que eu tanto aprecio; uma barra de chocolate branco, que tanto eu gosto; um pacote de 100g de batatas fritas Ruffles, sabor cebola e salsa; e um miojo de legumes da marca Lamen (que, infelizmente, é o menos adequado, dado que eles acrescentam carne desidratada aos ingredientes do tempero, mas, aqui, o que conta é a intenção)! Nem precisava ter me dado nada... Quando começou a falar, quando pronunciou o meu nome, senti de verdade que já tinha ganhado o maior presente de todos, mas, juro, com esta preciosa escolha dos alimentos, Rafael Maurício provou algo que me deixa agora envergonhado de tanta satisfação: ele me conhece! Ele sabe quem sou, ele sabe o que sinto, ele sabe do que gosto!

Lembro que, no discurso dele, ele falou algo sobre conseguir gostar de mim, apesar de minha obsessão por ele. E é aí que eu quero corrigi-lo: talvez obsessão não seja uma palavra adequada, visto que ela está revestida por uma espécie de conotação negativa – e , juro, tudo o que Rafael Maurício não me causa é negatividade, o que ele mais cura em mim é justamente esta suscetibilidade à obsessão, à doença, á patologia emocional. Rafael Maurício “é minha intravenosa ambulante”, como bem disse Jeremy Irons à personagem de Liv Tyler no antológico filme contemporâneo “Beleza Roubada” (1996, de Bernardo Bertolucci). Ao contrário do que ocorre com Marcos, por exemplo, aí sim um exemplo de obsessão negativa e preocupante, Rafael Maurício me ensina a viver, me mostra o que existe de maravilhoso no mundo, me prova de que ele é apenas um extraordinário componente da benevolência de Deus na Terra e que, por mais difícil que seja de acreditar nisso aprioristicamente, se ele é maravilhoso é porque existem outras maravilhas ao seu redor, que o moldam e o remodelam, tornando-o um ser cada vez mais sublime do que ele já é. Por isso, não me canso de gritar: amo Gomorra por ser tão positiva, por nos fazer tão bem, por reunir pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão coesas, por nos mostrar a vida em estado bruto, por ser um palco para amores e ensinamentos contínuos, por me deixar ser quem eu sou e estar perto de quem eu quero e preciso...

Tal qual acontece com o rei autoritário num clássico livro de Antoine de Saint-Exupéry, Rafael Maurício concede-me tudo o que eu desejo, desde que eu obedeça às condições naturais dos meus objetos de atração. Se eu quiser um pôr-do-Sol, garanto-vos que Rafael Maurício também me dará, desde que eu apareça na hora adequada (o cair da tarde) e concentre-me no canto certo do céu... Sendo ele um ser prenhe de extrema consciência, Rafael Maurício sabe do que preciso e mereço e não passa por cima de ninguém para pôr em prática o que ele acha que é certo: ele age, passeia por este universo com sua placidez contínua, com sua beleza iridescente e nos encanta com sua bondade e carisma transparentes.

Amo este menino com toda a força não necessariamente obsessiva de todas as partes de meu corpo e , garanto-vos: já vivi muita coisa nestes quase 28 anos que possuo hoje, mas poucas vezes me senti tão desnudado, tão compreendido, tão dignamente tratado quanto às 22h25’ da noite desta quinta-feira, quando abracei Rafael Maurício pela infinitésima vez (e, tenho certeza, ainda não pela última) e recebi de suas preciosas mãos uma mistura de comidas salgadas e doces que, em breve, estarão enchendo de gozo também a parte física de meu corpo. Mais uma vez, flutuo como se fosse um arquimilionário viciado em heroína. Sinto-me feliz, sinto-me vivo, sinto-me parte de Gomorra. Obrigado a todos que contribuíram, contribuem e contribuirão para que momentos tão simples e maravilhosos como estes aconteçam... Beijo infinito a todos os gomorrentos e um obrigado sem precedentes a Rafael Maurício Silva, anjo em forma de gente que, graças a Deus, tive a oportunidade de encontrar quando ainda podia ser salvo: OBRIGADO MESMO!

Wesley PC>

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

18/12/2008 – E DIZ PAPAI NOEL BÊBADO PARA JESUS CRISTO ATÔNITO: “ESTA É UMA FESTA PARTICULAR!”

E hoje é dia de festa em Gomorra...
Dia de festa e de filme triste, nesta ordem!

Muita gente está ansiosa, mas eu estou apreensivo: será que aquele menino sensual sentado atrás de mim falará comigo novamente? Será que este próspero menino borrado na imagem lembrará de levar o dvix? Será que eu acertarei no meu presente da Gomorra Secreta? Será que este público recorde repetir-se-á novamente? Será que atrapalharemos o sono de quem precisa trabalhar de manhã cedo?

Ah, que chegue logo a noite. Quinta-feira costuma ser o melhor dia de minhas semanas. Não vejo tanto motivo para que hoje seja diferente...

O quarto de Luiz Ferreira tem espaço: será que cabeças vão rolar?

Wesley PC>

AQUELE CD QUE NEM LEMBRAVA QUE POSSUÍA...


Fiz questão de lamentar várias vezes esta semana que meu aparelho reprodutor de cds está com algum defeito: não está lendo o que quero ouvir. Conclusão: apelo para o computador! Porém, na tarde de ontem, assim de supetão, pus um álbum no rádio, apenas para testá-lo. “Make Yourself” (1999), do Incubus, expoente menor do chamado “nu-metal”, para ser mais preciso...

Admito que possuo este cd faz tempo, bem antes de o Incubus tornar-se famoso através da MTV e de eu perceber que o vocalista da banda, Brandon Boyd, é uma gracinha, um jovem com pinta de vegetariano que é um verdadeiro pitéu! Juro que não sabia disso quando conheci a banda (risos)... Bom, o que importa é que o aparelho de som funcionou com este cd e não perdi a oportunidade de me esgoelar ao som de clássicos de minha pós-adolescência, como “Privilege”, “The Warmth”, “I Miss You” e “Pardon Me”... Como diria o Rafael Maurício relembrando uma cena de “Ilha das Flores” (1989, de Jorge Furtado) que relembra o que uma menininha escreveu numa prova de História no colégio, “recordar é viver!”. Eu recordo sempre – Logo, vivo!

“So don't let the world bring you down
Not everyone here is that fucked up and cold
Remember why you came and while you're alive
Experience the warmth before you grow old”


Algum tempo depois, ganhei este mesmo CD, original, de uma amiga, que agora diz detestar a banda. Eu até tento, mas não consigo. Deve ser a tal da memória afetiva. Daqui a pouco, pegar-me-ei ouvindo este cd mais uma vez (risos) e olha que, sabendo que o Brandon Boyd é como é, menino, só alimenta ainda mais algumas de minhas fantasias... Oh, MTV que me envenena!

Wesley PC>

MAIS UM DESTES MOMENTOS... MOMENTÂNEOS


“- Estás com medo?
- Estou.
- De mim?
-Sim!”


É uma cena curta, nem valoriza o filme, que permanece muito bobo, mas... Puxa, como este curto diálogo do filme alemão “Verão de 2004” (2006, de Stefan Krohmer) me fez bem, me fez lembrar de fatos recentes... Ela, uma mulher casada. Ele, um homem apaixonado por uma menina de 12 anos, que namora o filho dela. Ela mata por acidente a menina de 12 anos, deixando que o mastro de uma jangada caia sobre sua cabeça duas vezes seguidas. Ele, solitário, cede. A vida é assim mesmo! Desde que enviei uma mensagem de celular para Rafael Maurício comentando o quanto me identifico com a personagem da Lavínia Vlasak em “Mulheres Apaixonadas”, novela do Manoel Carlos reprisada à tarde, na TV Globo, que, sempre que minha mãe está assistindo-a, eu percebo que tenho muito a ver com aquelas personagens histéricas (risos). Sou um homem apaixonado – e , nestas horas, sexo genital é o de menos! E, se por uma lado, Rafael Maurício me salva, por outros, Marcos me enlouquece... Oh, mundo desequilibrado este em que transito!

Por isso, não tenho vergonha de confessar: desde de manhã que estou a repetir uma mesma canção piegas, “Twilight”, da Vanessa Carlton (risos):

“And I will never see the sky the same way and
I will learn to say good-bye to yesterday and
I will never cease to fly if held down and
I will always reach too high cause I´ve seen,
Cause I´ve seen,twilight”


Wesley PC>

Do que em mim é de mim tão desigual


Ah! vou cantar mais uma:

o quereres
Composição: Caetano Veloso

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim


Leno de Andrade

JÖRG BUTTGEREIT!


Conheci este cineasta alemão no final do ano passado, graças aos auspícios de um gentil rapaz formado em História, de nome Ébano Santana. Este, graduado graças a uma monografia sobre o impacto da indústria pornográfica, presenteou-me, assim, de graça, sem segundas intenções, com um DVD repleto de filmes deste que eu logo consideraria um gênio do cinema ‘splatter’, visto que seus filmes dedicam-se literalmente à contemplação de cadáveres, ao entendimento de pessoas que só conseguem vislumbrar o prazer quando este se atrela à degeneração evidente da carne. Alguns amigos até ameaçaram deixar de falar comigo, tamanho o fascínio que este cineasta teve sobre mim, na época. Por sorte, todos sobrevivemos, mas a paixão pelo Jörg Buttgereit continua...

No DVD que Ébano me deu, podiam ser vistos os filmes:

- “NEKRomantik” (1987), verdadeiro clássico do cineasta, uma obra de arte sobre pessoas que se amam, apesar de tudo. A trama é bem simples: um trabalhador legista é despedido do emprego depois que se recusa a lavar suas roupas encharcadas de sangue, pois ama o cheiro da morte. Antes de ser despedido, porém, e de ficar deprimido por perder sua fonte de renda dupla (monetária e letal), ele rouba um cadáver apodrecido, a fim de saciar os desejos de ‘menáge a trois’ de sua bela namorada. Esta, ao saber que o namorado foi despedido, foge com o cadáver, deixando o protagonista enlouquecido de dor e solidão. Ele, então, completamente desesperado, sai às ruas em busca de prazer e assassinato. Só redescobrirá o gozo com a masturbação, numa das cenas mais bonitas do cinema sobre o assunto: manuseando seu pequeno, porém funcional, órgão sexual, o protagonista ejaculará largamente, sendo que seu sêmen logo será substituído por um acalentador jorro de sangue. É uma cena maravilhosa que, graças a Deus, já pude ver da forma adequada: abraçado a um namoradinho adolescente, que hoje me odeia, como todos os homens por quem já fui atraído em vida... ;

- “NEKRomantik 2” (1991), mostrado em foto, desnecessário como qualquer continuação cinematográfica, inexplicavelmente bem-humorado, mas capaz de resgatar o clima romântico do primeiro filme, dado que mostra a agonia de uma ex-namorada do protagonista autofalecido do primeiro filme, que, após desenterrá-lo e conservá-lo pútrido em seu banheiro, tenta achar outro homem digno da sanha necrofílica de seu amante morto. Assassina vários moços bonitos, mas um amor perdido não se recupera. Ela termina, então, grávida de um cadáver, numa cena bizarra que serviu de inspiração para o desfecho do mais recente e irregular filme do genial cineasta José Mojica Marins. É um filme tolo, mas, ainda assim, muito recomendado.

- “Schramm” (1993), até ontem, o melhor filme do cineasta, em minha opinião, mais clínico, mais psicanalítico, mais cronenberguiano, analisando única e simplesmente os pensamentos confusos de um ‘serial killer’, que, no momento de maior psicose, vislumbra vaginas dentadas que devoram tanto seu juízo que ele se sente compelido a pregar seu pênis numa mesa. È um filme forte, mas não tão gratuitamente explícito quanto o anterior. Creio que até mesmo quem quase deixou de falar comigo por causa do cineasta apreciará este belo filme psicótico e triste...;


Com estes três filmes maravilhosos, dava por completo o meu fascínio por Jörg Buttgereit. Mas, em julho deste ano, quando minha instabilidade emocional me fazia pensar em suicídio, Ébano procurou-me no trabalho e presenteou-me com mais um filme redentor, a obra-prima do tétrico alemão de quem falei nesta página: “Der Todesking” (1989), absolutamente sublime, sobre 7 maneiras diferentes de suicidar. Como descreverei este filme com melhores detalhes no Fotolog, deixarei em suspenso a exegese, mas repito: Jörg Buttgereit é um grande cineasta e merece ser conhecido por todos, por mais que isto implique em perder a amizade de pessoas que não entendem que temos o direito de fazer as mais esdrúxulas escolhas em nossas vidas, por mais que estas se revelem equivocadas algum tempo depois. “A escolha é o maior atributo humano”, já diziam os personagens de Woody Allen em “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985).

Beijo para todos os habitantes de Gomorra.
Estou vivo e amo-vos!
Wesley PC>

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sem bandeira, sem espada e o mar pra viver



Depois de uma semana de exaustivo contra-ataque aos ataques soviéticos, só resta ao velho soldado entoar uma canção:

O Pirata
Ave Sangria
Composição: Marco Polo

Não se iluda, minha calma não tem nada a ver
Sou bandido, sou sem alma e minto
Minha casa é o reino do mal
Meu pai é um animal
Minha mãe há muito que enlouqueceu
Só resta eu com a minha faca e a minha nau
Só resta eu com a minha faca e a minha nau

Sou pirata, solitário, sem mais nada
Sem bandeira, sem espada, no mar pra viver
Sangue e vinho derramados no convés
Sons de gaitas, violões e pés
Quando de repente surgem dez canhões
Era o Barba Negra com a sua turma e suas canções
Era o Barba Negra com a sua turma e suas canções

Não me ame, eu não quero ver você assim
Vá-se embora, eu não choro, sei cuidar de mim
Eu não tenho todas essas ilusões e apesar de ter tantos corações
Minha guerra nunca, nunca vai ter fim
Sim, sim eu sei, faço meu sorriso e faço minha lei
Sim, sim eu sei, faço meu sorriso e faço minha lei



Obrigado a todos que participaram direta ou indiretamnete.


Leno de Andrade

“GIGI” (1958). Dir.: Vincente Minnelli


Dentre os filmes vistos ontem em Gomorra, está “Gigi”, um de meus musicais preferidos, um dos filmes que mais encantaram a minha adolescência. “Gigi” é um filme largamente revolucionário, para além de toda a sua aura de polidez, visto que fala sobre uma menina que é educada pelas avós para se tornar prostituta de luxo. Repito: na Paris de 1900, a pequena Gigi (Leslie Caron) é obrigada pelas convenções familiares a abandonar as suas diversões de criança e treinar como se senta à mesa, como se come lagostas, como se escolhe charutos, a fim de seduzir os homens, tais quais as gueixas fazem há gerações no Japão. Porém, Gigi se apaixona. Quando menos se apercebe disto, ela está completamente apaixonada, justamente por um rapaz rico que acha tudo repleto de tédio na vida. Numa das canções, inclusive, Rafael Coelho percebeu que os movimentos do pescoço de um cisne estavam coadunados com as notas musicais da cantiga executada. Prometeu-nos ele que faria uma tese acerca dos artifícios hollywoodianos em virtude disso. Foi engraçado!

Mas o momento mais bonito do filme ainda é a cena em que Maurice Chevalier e Hermione Gingold, um simpático casal de velhinhos, acerta as pazes com seu passado romântico durante a canção “I Remember It Well”, que, obviamente, foi dedicada a Rafael Maurício, que riu deveras com a homenagem sincera. Venhamos e convenhamos, o personagem parece demais com ele:

“Ele: Nos encontramos às nove.
Ela: Eram oito.
Ele: Eu cheguei a tempo.
Ela: Não, tu te atrasaste.
Ele: Oh, sim, eu me lembro bem
Eu me lembro bem.

Ele: Nós jantamos com amigos.
Ela: nós jantamos sozinhos.
Ele: um tenor cantava.
Ela: era um barítono.
Ele: Oh, sim, eu me lembro bem
Eu me lembro bem.

Ela: Aquece meu coração saber que tu lembras destas coisas tão bem quanto eu me lembro.
Ele: Oh, sim, eu me lembro bem”

Querem ver o restante da conversação musical?
Marquem para ver o filme, ora bolas!
Recomendo esta maravilha intemporal a qualquer pessoa do mundo!

Wesley PC>

SUPERSTIÇÃO E FELICIDADE


Suspeitava que Rafael Maurício havia voltado de Salvador nesta segunda-feira, mas desde o domingo passado que não consigo lhe enviar uma das minhas recorrentes mensagens apaixonadas de celular. Sinto um pressentimento muito forte de que ele não está bem, de que sucumbiu ao cansaço de uma forma ainda mais acirrada que os estereótipos da preguiça baiana poderiam suportar... Fiquei com pena do Baiano , fiquei com medo de lhe causar mal...

Encontrando-o casualmente nesta terça-feira, em que tinha marcado com Rafael Coelho para assistir a um musical, conversamos sobre cristandade, visto que ele me confessou que está com vontade de pesquisar sobre o catolicismo. Fiquei feliz em poder ajudá-lo, visto que, imodestamente, sou um especialista nesta religião. Quando estávamos no meio de uma caliente discussão religiosa, um amigo problemático me telefona e pergunta, de chofre: “tu acreditas em Deus, Wesley?”. Atordoado, porém sincero, respondi-lhe que “sim”, além de ter acentuado a coincidência da pergunta em relação ao momento em que ela me encontrou. O amigo ao telefone então me explica que sente-se muito mais crente a partir de hoje porque, no exato momento em que chorava implorando a Deus para conseguir um emprego, recebe um comunicado dizendo que ele fora convocado para ser recepcionista no hotel que sempre sonhara. Fiquei feliz por ele e voltei á minha discussão, á minha contemplação sem tréguas do maravilhoso Rafael Maurício, que, repito, me parecia cansado, me assustava, me deixava temeroso e impotente por ser incapaz de acalmá-lo, exceto ao responder algumas dúvidas que lhe afligiam provisoriamente.

Bondoso e divino como ele é, Rafael Maurício consentiu em ver alguns filmes comigo e o pessoal, lá em Gomorra. Após a segunda sessão, todos dormiam, salvo ele (que estava sob efeito da mistura Benflogin + vinho) e eu, que sou incapaz de me entregar a Morfeu diante deste verdadeiro semideus brasileiro. Não quis ver o terceiro filme, cujo maior atrativo era perceber que os duendes possuíam orelhas semelhantes ao de meu amado ser cansado. Enquanto ele sorria do filme, eu mergulhava inocentemente os meus dedos nos pêlos que cobrem a região circunvizinha de seu umbigo. Passei horas imerso nesta atividade e, Deus, há quanto tempo não sentia um prazer tão vivaz, um gozo tão intenso, que independe de qualquer psicose sexual (afastando-se terminantemente, pro exemplo, dum trauma que vitimou Marcos Vicente, há pouco tempo)... Foi lindo, senti ali que minha vida possuía sentido!

Às 6h30’, Rafael Maurício foi para casa, dormir efetivamente. Eu deitei-me também. Tinha aula de computação, mas recusava-me a interromper aquele momento de fantasia, precisava deitar e prolongar aquela extrema felicidade, mesmo que fosse através de sonhos, Consegui. Sonhei com o patrono de meu encantamento e, lá pelas 10h, fui acordado pela execução altissonante na TV do “Réquiem”, de Wolfgang Amadeus Mozart, visto por Henrique e André Sérgio. Levantei da cama, cercado pelo mais intenso sentimento de paz, como se tivesse sido esmagado por asas de anjo durante o sono. Caminhei para casa como se estivesse flutuando e, no momento em que escrevo estas linhas, ás 13h de quarta-feira, sinto ainda uma profunda sensação de aconchego religioso. Sou, portanto, obrigado a agradecer a Deus por este glorioso momento ao lado do grande monopolizador de meus pensamentos, ao passo em que rezo para que ele volta a se sentir descansado e volte a transmitir a paz sublime que, tal qual fez comigo, ele leva a milhares de outros seres que têm a sorte de entrar em contato com sua existência!

Na primeira fotografia, ele é visto através de uma cortina vermelha, exalando seu brilho, charme, ternura e bondade na escuridão da madrugada em Gomorra.na segunda fotografia, eu não consigo esconder o sorriso em poder estar ao seu lado, vestindo a mesma camisa que ele. Tem gente que tem sorte no mundo. Nesta terça-feira, fui eu quem teve! Sorte não, Bênção!

Longa e tranqüila vida a Rafael Maurício Silva, arauto de minha felicidade!
Wesley PC>

BOLETIM DE NOTÍCIAS GOMORRA – 3ª edição


Conforme prometido, após dormir em Gomorra, seguem algumas fofocas em primeira mão:

- Cheguei na casa às 18h30’. Estavam lá apenas Juliana e seu namorado duradouro, que viam um filem brasileiro sobre tráfico de drogas. Ela trouxe bananas verdes e um pisca-pisca para o local. Ele precisou sair cedo, deixando-a rindo sozinha do filme, enquanto eu lia um clássico russo no quarto. Jeane e seu namorado também chegaram, ambos com os cabelos rigorosamente penteados. Depois que Juliana partiu, apaguei todas as luzes e fiquei contemplando a inusitada e bela escuridão em Gomorra, enquanto os dois habitantes de Ribeiropólis conversavam no quarto. Cochilei. De repente, sou acordo pelo choro clemente de Jeane, que se ressentia por não ter estado presente num dado local e impedido que alguém se machucasse. Ela chorava mundo, pranteava até. Quando dois Rafaéis chegam à casa, as luzes são acesas e eu desperto, Douglas olha para mim e diz: “não te dou, não, Wesley!”. “O quê?”, pergunto. Ela responde: “Jeane. Não a dou para ti, não”. Fiquei feliz com a maturidade dele em lidar com o clima de dor que reinava no local, mas que não precisava contaminar outrem. Fechamos as portas, pois Coelho queria buscar um filme em minha casa, apagamos as luzes, e deixamo-los sós...

- Em minha casa, Coelho fez questão de conhecer minha mãe, que sorriu timidamente para ele. No caminho de volta, falamos muito sobre as pessoas que gostamos, analisamos os resultados até então demonstrados no Ataque Soviético do Orkut. Concluímos que amamos pessoas imperfeitas, mas isto não as torna menos dignas de nosso carinho. Chegando em Gomorra, ouvimos Paulo Diniz, que me fez constatar que sua voz muda bastante de uma faixa para outra. Rafael Maurício, já tomado banho após um largo passeio de bicicleta concordou comigo. Fiquei sabendo na ocasião, inclusive, que ele e Coelho ficarão na Bahia durante o recesso, onde estarão também Charlisson e Anderson Luís, em virtude de outro evento. Quem estará em Gomorra para me consolar neste Natal, hein?

Wesley PC>

MENSAGEM DE NATAL!

Nem tudo é perfeito...inclusive as sátiras políticas, és q chega essa atrasada, mas que não perde sua importância já que reflete as ações indecorosas impulsionadas pelo espírito natalino! Afinal, o natal jamais perde seu sentindo burgues durante o ano. Há vcs; meus entes, desejo que o sentimento de liberdade adentre vossos corações, pois precisamos nos libertar dos nossos dogmas! Até os revolucionários sofrem com o doce; passas, avelãs, nozes, frutas cristalizadas...espirito do natal. O mel capitalista é doce, mas envenena nossas mentes e nos prende ao vício compulsivo da dominação.Com carinho!!!



Neste fim de ano eu gostaria que ninguém perdoasse
ninguém, a menos que merecesse.
Neste fim de ano eu gostaria que ninguém sentasse à
mesa com alguém que não gostasse.
Neste fim de ano eu gostaria que ninguém presenteasse
ninguém com presentes artificiais.
Eu realmente gostaria que este clima falso não
estivesse pesando sob as mentes das pessoas que não se deixam
enganar por momentos tramados e passageiros.


Este fim de ano eu gostaria que as crianças
sequestrasem Papai-Noel e o espancassem.
Depois libertassem as renas do julgo desse
capitalista.
E que lhe enviassem uma carta bomba, caso ele consiga
fugir, quem sabe libertado por aqueles malditos
duendes que se deixam escravizar pelo tirano Noel!
Gostaria que seu saco de presentes capitalistas, que
corrompe a mente ingênua das crianças, fosse roubado
por "crianças de rua" e que os presentes, produtos de
furto,fossem distribuídos pelas favelas desse mundo.
Basta apenas querer enxergar para ver quantos cifrões
se escondem por detrás daquela pança e daquela barba do
maldito bom velhinho risonho.

(Ari Soares)
Revista Anarquista Brasileira

Para um ano atormentado de decepções, caos e ressignificações na minha vida, e creio que na vida de alguns poucos que sei, embreaguem-se um pouco desse texto. Não há nada mais apropriado pra desejar a vcs quee sentem uma impatia pelo Anarquismo do que estas humildes palavras...Anne diz: que seja em 2009, aquilo que sentem, não aquilo que esperam que vocês sintam!E não se esqueçam só sofremos por aquilo que vivemos, os fatos vão mais as palavras ficam, vocês são resposáveis pela felicidade de muitas pessoas(inclusive a minha), e principalmente...perder-se também é um caminho!
Bjim...
saudades...
Anne
Nem tudo é perfeito...inclusive as sátiras políticas, és q chega essa atrasada.Vem essa aqui para criticar o natal que, apesar de ser mais velho do que nós, apesar de sabermos sua peçonha intríseca, jamais perde seu sentindo burguês durante o ano. Há vcs; meus entes, desejo que o sentimento de liberdade adentre os vossos corações Precisamos nos libertar dos nossos dogmas. Até os revolucionários sofrem com o doce; passas, avelãs, nozes, frutas cristalizadas...espirito do natal. O mel capitalista é doce mais envenena nossos corações e nos prende ao vício compulsivo da dominação.Com carinho!!!

[encontrei este textículo nos Rascunhos. Seria de Anne Kelly? O que é que este 'blog' tem contra ela, ora bolas? (risos)]

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Gomorra - um pouco de mau humor

Gomorra – Um pouco de mau humor

Alguém tinha de contrapor a realidade da Gomorra. Final de ano chegando, férias, recesso escolar, clima natalino, etc. É o momento certo pra um pouco de mau humor. essa é a proposta dos textos que eviarei aqui pro Blog.

por Feop



Gomorra – Nem tudo é festa

É tanto filme, tanta festa, tanta diversão na Gomorra que tod@s deveriam estar curiosos: quem paga as contas da Gomorra?

Bem, tod@s @s moradores da casa trabalham – uns são escravos e outros escragiários. Boa parte d@s agregad@s também trabalham. Mas aí vem outra pergunta: que horas então essa pova trabalha?

Feop e Xá são escravos da licenciatura, acordam 5h da matina e pra trampar às 7h. Foda ¬¬. Jean é escragiária da UFS e tá no sofrimento às 8h. Os outros moradores, Cuelho e Ferrerinha são escragiários do turno da tarde.

D@s agregad@s que trampam temos Paulão Tchatcha, Dudu, Wesley, Buzuzo, Jéca, e outr@s.

por Feop



Gomorra - A opressão da liberdade pt1

Foi muito estraño ver Xá dizendo que tá quase reclamando com a galera de algumas noites barulhentes. Mas e aí, por que ainda não reclamou? Será aquela idéia de que só reclamam @s chat@s e repressores(as)? Mas pow, fazer zuanda 3h da manhã que é ser chato e não respeitar o espaço de quem não está na festa. E isso é comum na Gomorra.

por Feop



Gomorra - A opressão da liberdade pt2

A liberdade é algo muito relativo e pouco discutido na Gomorra. Algumas pessoas chegam a abrir mão da sua para não desfazer os espaços em excesso que outr@s acabam ocupando em alguns momentos. O exemplo anterior de algumas festas é marcante.

Mas também há problemas na hora que alguns viajam sozinho na maionese e começam a pertubar os programas do outros, em especial os filmes. O morador mais musical da casa, Cuelho, nem sempre se toca que o tambor num dá pra ser tocado 4h da manhã ou quando tod@s @s outr@s pessoas estão vendo filme. Sem noção foi quando ele ficou tocando violão enquanto assistíamos a um musical ¬¬

Só que bastou pedir que Cuelho parou. A Gomorra é um lugar de liberdade. E é antes de tudo uma comunidde aberta. Levar esses dois pontos a situações extremas é distorcer tudo que queremos ser.

por Feop



Gomorra - A opressão da liberdade pt3

Acredito que nem tod@s conhecem a expressão Ditadura da Democracia. Até porque aparentemente é uma contradição: como a vontade da maioria não é o melhor caminho a seguir? Não vou teorizar, um exemplo na Gomorra é bem ilustrativo.

Para variar, era uma noite/madrugada de festa. Tinha umas 6 a 8 pessoas em casa. Que eu lembre só Jean dormia – talvez Xá também estivesse no quarto, mas aí é outra história. Acontece que Jean, como sempre, iria trabalhar no outro dia, mas a zuada não deixava ninguém dormir. E aí, é pra respeitar o sono da pobre escragiária ou o alegre desejo boêmio da maioria?

O que podemos pesar é que se Jean num trampar num paga as contas. Outro é que não se pode impor, ou seja, limitar a liberdade de ninguém, não se pode impor um estilo de vida a ninguém e mais ainda impedir o descanço de quem precisa descançar.

Nesse dia demoraou-se a perceber a zuada e tals. Mas como sempre foi só dá os toques pra galera que Gomorra voltou a ser de Tod@s.

por Feop

Gaveta cibernética das Loucura(s) não declaradas!

Sempre acreditei que minha poesia me dominava...
sempre achei que as palavras caminhava as minhas ações
pois a minha poesia direcionava meus rumos...
mas a minha poesia não tem explicação...
pois a loucura não tem explicação, e como diz o poeta...
"somente a loucura é realmente grande"....e pra sensações que
sao nada mais do que Loucuras...
a minha poesia é vivida!
Vivida de loucuras, que não consegue se explicar
nem por fatos, nem por palavras...
o toque, a musica, o gosto, os devaneios...
seriam mais apropriados pra poesias que
as Loucura(s) explicam-se por si só!
E isso nos basta!

Annita Rodrigues Pessoa

“O CARÁTER DE UM HOMEM ESTÁ EM SEUS PÉS”


Assim manifestava-se o pintor Michelangelo Caravaggio (1573-1610), segundo um filme do britânico Derek Jarman, que o mostra moribundo, confinado num ambiente religioso, realizando obras de forte aspecto sacro, enquanto mergulha em ambientes profanos ao apaixonar-se por um esportista, que só quer o seu dinheiro, que usurpa suas moedas e acumula-as em sua boca, para depois dividi-las com sua amante cigana, que morre grávida de outro homem... Ai, ai, de estórias traumáticas a História está cheia!

Vendo este filme, fiquei pensando nos pés de meus amigos de Gomorra: no formato estranho dos pés de Juliana, nas cicatrizes dos pés de Marcos Vicente, nos pés sujos de Rafael Maurício (que sempre merecem a mais higiênica das carícias, diga-se de passagem!), nos pés contidos de Charlisson (que não revelam seus propalados “segredos” abaixo da cintura), nos pés brancos de Rafael Coelho, nos pés gordinhos de Rafael Torres, nos pés um tanto femininos de Ferreirinha, nos meus próprios pés marcados por queimaduras de infância... Pés...

Ontem pela manhã, na sede do extinto DALH (Diretório Acadêmico Livre de História), eu, Luiz Ferreira neto e Rafael Andrade (que, sim, eu conhecia, de fato!), conversávamos sobre rituais religiosos eu lembrei das inúmeras ereções que tive quando criança, quando desejava ser coroinha e sonhava em participar de uma missa de lava-pés... Ah, quando eu me lembro... Pensamos na possibilidade de realizar uma versão profana desta missa em Gomorra, no Natal. Alguém se opõe?

Na foto, Madalena, lasciva, arrependida, sofrendo, buscando a redenção, metonimizando meu atual estado de espírito, conforme pintada por Caravaggio.

Wesley PC>

Quem tem medo de dançar no escuro?



Como o Wesley já falou aqui no Blog, eu sugeri/pedi que no próximo cinegomorra assistíssemos filmes tristes. Serão The Wall, Dançando no escuro e O Beijo Amargo, este último o único que não conheço.
Quando assistimos a Hora da estrela na gomorra, lembro que a todo instante as pessoas faziam piadas e coisas do gênero com a triste protagonista, fiquei pensando se aquilo era pra negar qualquer semelhança aparente. Bem, então teremos doses mais fortes de melancolia, e como reagiremos dessa vez? Seremos bois no abate ou mais uma bossa nova?

Leno de Andrade

A viagem



A viagem

Por mais que eu pegue um barco
Com ou sem rumo previsto
Por mais que seja
Para encontrar a mais bela ilha
Ou em busca do ouro perdido
Tentando encontrar a calmaria eterna
Por sinuosas estradas
Na bonança ou em águas turbulentas
Ainda creio que a viagem é melhor que a chegada

Leno de Andrade - 05 de setembro de 2007

foto - voltando de Cuiabá em setembro de 2007

Sem ti, sem título

Sem ti, sem título

Era eu e ela sentados numa pedra
Talvez os dois trepados numa árvore amarela
Era o meu pensamento nela a desabar
Desaba no meu corpo o corpo dela

Desejos e lembranças a existir
Lembranças e desejos de se repetir

E repetir inédita flor
Que invente qualquer cor
Realce toda cor

Que cause pavor no povo da procissão
Libete as feras das celas, senzalas, prisão
Que traga prazer e suor, o medo não!

Desejos e lembranças a existir
Lembranças e desejos de se repetir...


Leno de Andrade - 30 de janeiro de 2008

ainda acho que dá pra musicar isso, um dia tento.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

“O HORROR! O HORROR!”


Assim resume o poeta T. S. Elliot, quando lido pelo sinistro e cativante personagem do Coronel Kurtz (vivido por Marlon Brando) em “Apocalypse Now” (1979, de Francis Ford Coppola).

O mundo está em guerra, os arquitetos do Capitalismo atingem êxito pleno em seus planos monetifágicos e, paralelamente a esta situação de declínio, seres humanos perdem tempo brigando entre si, reagindo conforme o esperado às táticas de higiene demográfica do Governo. “O que é liberdade?”, perguntam-nos vários autores ao longo de séculos e séculos de disseminação da imprensa burguesa. Cecília Meireles até que responde bem num de seus preciosos romances poéticos, mas o que me impulsiona agora é uma fórmula apreendida no antológico filme que vi nesta tarde de segunda-feira, ao lado de meus amigos Rafael Torres, Rafael Coelho e Lucas Ferreira: precisamos resolver nossos conflitos internos, se quisermos realmente mudar alguma coisa ao nosso redor!

“O horror! O horror!”

Cá de longe, faço a minha parte: alimentar brigas não é comigo!

Wesley PC>

domingo, 14 de dezembro de 2008

AS MENTIRAS DO ‘EU-LÍRICO’


Antes de se iniciar o concerto do Tom Zé deste ano, aqui em Sergipe, o artista local Alex Sant’Anna apresentou um pouco de seu trabalho à base de “dor pimba” (leia-se: influenciado por bandas que promulgam aquela típica melancolia amorosa britânica). Gostei das duas primeiras canções e da última, mas fiquei irritado durante a sua apresentação, no sentido de que, como conheço detalhes pessoais acerca da vida do artista, sabia que ele mentia ao divulgar aquela tristeza e aquele abandono em primeira pessoa em cada uma das canções. Perguntei, então, a meu vizinho conselheiro e musicalmente erudito se era possível compor boas canções sobre solidão quando se é/está feliz. Ele me trouxe à pauta uma nova questão: “e o papel do ‘eu-lírico’ nessa história? Não funciona com Chico Buarque, por exemplo, que canta de forma subjetiva milhares de dores que não o acometeram efetivamente?”. Concordei, mas o caso do artista mais lembrado pelo belo baiano que vive próximo de Gomorra merece um estudo à parte: nele, é possível identificar claramente ‘eus-líricos’ diferentes, inclusive quando ele canta com voz anímica de mulher (vide “Olhos nos Olhos”, por exemplo). Consolei-me, mas continuei sem gostar (por falta de crença afetiva) da maioria das canções do Alex Sant’Anna executadas naquela noite de expectativas...

Pensando neste dilema, dou-me aqui o luxo de invocar um ‘eu-lírico’ caro a Roberto Carlos, que não saía de minha cabeça enquanto via um filme brasileiro ruim com minha mãe agora à noite:

“De hoje em diante vou modificar o meu modo de vida
Naquele instante que você partiu, destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim”


Estou cantando isto, mas é mentira: continuarei gostando das mesmas pessoas que sempre gostei! Gostem elas ou não de mim...

Wesley PC>

RAFAEL MAURÍCIO QUE ME PERDOE...


...Mas o show d’Os Mutantes foi excelente! Ainda estou em transe e, não tem como: mal cheguei em casa, pus “A Divina Comédia ou Ando meio Desligado” (1970) para rolar no rádio. Genial!

Rafael Maurício pediu que, ao término do evento, eu enviasse uma mensagem de celular dizendo que o concerto não foi tão bom quanto esperávamos, a fim de que ele não se sentisse triste por ter perdido, mas... Lamento! Foi o melhor contato artista-público que já presenciei na vida! E olha que nunca fui lá muito fã do Sérgio Dias, que se equivocou em muitos momentos ao declarar sua simpatia extremada pelo presidente norte-americano Barack Obama. Mas, deixe quieto: ele estava lá como músico e, assim sendo, arrasou, arrasou mesmo!

O transe foi iniciado ao som de “Dom Quixote”, que logo foi seguida por “Caminhante Noturno” e “Tecnicolor”. Em breve, já nos tornávamos incapazes de raciocinar. Os Mutantes é maior que a nossa razão! As canções magníficas se seguiam e nos inebriavam, fiquei até afônico de tanto que gritei, por causa de pérolas como “Balada do Louco”, “Ave, Lúcifer”, “Ando Meio Desligado”, “Minha Menina”, “El Justiciero”, “Baby”, “Panis et Circensis”, “Le Premier Bonheur du Jour”, “Desculpe, Baby” e “Bat macumba”, entre muitas outras, sem contar uma canção inédita... Foi incrível! Inenarrável! Ao final, Charlisson gritava: “agora já posso morrer!”. É um exagero, mas, dentro do contexto, fez sentido...

Anderson Luís (vulgo Nino) ficou contente porque conseguiu pegar uma das palhetas que Sérgio Dias atirou do alto, eu e alguns amigos homossexuais gritávamos para conseguir a atenção do belo tecladista/guitarrista/flautista de camisa verde (risos) e pessoas bacanas nos cercaram durante todo o evento, todos obviamente emocionados com a grandeza do instante... Foi lindo!

Para finalizar, prezado Rafael Maurício, amor de minha vida, razão atual de minha existência, baiano divino, ser vivo perfeito, criatura dulcíssima, preciosidade etérea em forma de homem, filho de Eros e Afrodite, bênção suprema desta terra de lascívia, criança magistral, moreno de sobrancelhas grossas e sotaque encantatório, eu repito: não vai dar para dizer que o show foi ruim nem a pau! Tu perdeste, meu bem. Por isto, suplico: arrase na prova da UNEB porque este momento perdido jamais voltará. Os outros integrantes de Gomorra sentirão muita honra em concordar comigo, não tenho dúvidas!

Observação: a foto acima não é do concerto de hoje, pois o idiota que vos escreve burrou e não levou a máquina fotográfica para o Parque da Sementeira. Ah, se eu soubesse...

Longa vida a Os Mutantes!
Wesley PC>