sábado, 14 de fevereiro de 2009

“PASSO O DIA FELIZ/ SEM VOCÊ”


Que estranho fascínio me fez prestar tanta atenção no concerto da execrável banda Detonautas Roque Clube nesta noite de sexta-feira? Eu não sei, mas sou cônscio em perceber que, desde a escolha do nome da banda, o Detonautas Roque Clube possui tudo de ruim que seu clichê nomenclatural anuncia...

Eu e Rafael Torres descemos no Terminal da Atalaia por volta das 22h. Encontramos, logo de cara, alguns simpáticos gomorrenses, destacando-se o insuperavelmente perfeito Rafael Maurício, que, como sempre, utilizava uma camisa de longas mangas para acentuar sua magnificência fisionômica. Caminhamos e, ao chegar no local do palco, percebemos que o concerto já havia começado. Os integrantes da banda estavam cantando justamente “O Dia que Não Terminou”, canção que fora encetada ao meu lado, em Pirambu, por um jovem que, no momento, encontrava-se na Bahia, numa cidade começada com a única vogal que não consta do nome da banda. Conclusão: a canção tornou-se um elo imaginário entre eu, psicótico, e o cantante eventual, que só citara a letra da canção para demonstrar que perdoava um pouco, por causa dela, a existência forçosa da banda.

“Meus olhos grandes de medo revelam a solução
Meu coração tem segredos que movem a solidão”

Abraçamos as outras pessoas que encontramos na praia e eu voltei para a frente do palco. Não conseguia tirar os olhos daquele vocalista, que considerava ao mesmo tempo tão idiota e fascinante. Motivo: sei que ele tem insônia e destaca este tema em muitas de suas letras. De repente, o talzinho começou a homenagear algumas de suas principais referências, trazendo à tona composições de Raimundos, Cazuza e, principalmente, Renato Russo, o que, obviamente me fez... [INTERRUPÇÃO PREVENTIVA]. A execução de “Mais Uma Vez” foi de uma beleza ímpar, marquiana.

“Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!”

O engraçado é que, sem perceber o quanto era tolo, o vocalista da banda, de nome Tico santa Cruz (!), realizava proezas cada vez mais idiotas, como, por exemplo, cobrir os olhos com uma bandeira do Brasil e bater continência após cantar “Que País é Esse?”, da Legião Urbana, e gritar “viva o ‘rock’ nacional!” depois de emocionar seu público prioritariamente composto por menores de idade com uma versão musical da banda norte-americana Guns’N’Roses. Vai entender... Enquanto isso, eu permanecia diante do palco, inane, envergonhado por não entender o que me fazia não odiar aquela banda...

Até que ele canta a canção que contém o verso do título, “Só Por Hoje”, e... [INTERRUPÇÃO PREVENTIVA]. Horrível! Sorte que, durante a apresentação do Gilberto Gil, divertimo-nos bastante, não porque o concerto tenha sido bom, mas porque estávamos impressionantemente propensos a nos divertirmos com ele. Mas isso é outra estória, que deixo a outra pessoa, menos envergonhada que eu, a oportunidade de relatar...


“Tô trancado no meu quarto Meia-noite sem ninguém
Eu não durmo, mas pra mim tá tudo bem”


Wesley PC>

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

SE EU ESTIVER EM COMA, DEPENDENDO DE APARELHOS, DESLIGUEM-ME!


Desde pequeno, “Johnny Vai à Guerra” (1971, de Dalton Trumbo) é um filme que me perturbava, sem nunca tê-lo assistido. Fi-lo agora e ainda estou cá, impressionado. A trama do filme é uma simplicidade aterradora: o personagem-título, vivido pelo bonito Timothy Bottoms, recruta-se no exercito, pois desde criança seu pai ensinara que ele poderia levar a democracia ao mundo. Numa trincheira, ele é atingido por uma explosão e perde os dois braços, as duas pernas e o rosto (olhos, ouvidos, nariz, dentes e boca). Conclusão: torna-se um tronco humano, inerte, preservado vivo para finalidades científicas, ao passo que ele pensa e sente o tempo inteiro. O filme, então, narrado pelo protagonista, transporta-nos toda a sua agonia, intercalando suas impossibilidades comunicativas com memórias de infância, juventude e delírios oníricos. Em dada cena do filme, minha mãe, que estava na sala, disse: “se um dia eu ficar em coma, pode desligar os aparelhos, filho. Não quero ficar dependendo de máquina nenhuma”. Digo o mesmo agora: podem me desligar!

Wesley PC>

King of Pop

Chegou um dvd em Gomorra que chamou a atenção de tod@s nós.
Tod@s em Gomorra pararam para ver o Rei do Pop, o astro Michael jackson.
Leno não se conteve e começou a imitar.
Ferrerinha só lembrava de Wesley, dizendo que a dança deste é parecida com a de tio Michael


E temperando o clima, o ambiente = O pitú

feop

A CULPA É DA TIA SAFADA!


“Eu amanheço pensando em ti,
Eu anoiteço pensando em ti,
Eu não te esqueço,
É dia e noite pensando em ti,
Eu vejo a vida pela luz dos olhos teus
Me deixe ao menos
Por favor, pensar em Deus.

(...)

Nos livros que eu tento ler,

Em cada frase tu estás.
Nas orações que eu faço,
Eu encontro os olhos teus
Me deixe ao menos, por favor, pensar em Deus...
em Deus......
em Deus”

Quem mais, em sã consciência me daria algo da Núbia Lafayette para ouvir?

Wesley PC>

Projeto Verão Atalaia 12-02-09

O Projeto Verão em Atalaia começou ontem, quinta-feira. O pessoal da Gomorra não foi em peso porque acabou se dividindo por conta do Cine Gomorra. O que achei bom, é melhor ter opção e excolher do que não ter opção.

Eu fui de bicicleta. Madruga e Luisinho foram de busão. Lá nos encontramos.

Quando cheguei Sibberia já tava perto do fim. Dae começou Lenine.

Eu já vi um show dele quando estive em Brasília e curti muito porque tem um ótimo instrumental e é bem elétrico. Mas não foi o caso do show de ontem. Este foi mais violado.

Se fosse pago não teria gostado. Se fosse o único show teria perdido minha noite. mas como não era nenhum desses dois casos achei legal.

Exaltasamba foi como tinha de ser. Tinha mó galera do Augusto Franco e todo mundo sabia cantar as músicas. Muito bom.

Agora é esperar pelospróximos dias.
Hoje eu não vou, só vou sábado pra ver o Clandestino. \m/
feop

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

“MYSTERIES OF LOVE”


“sometimes
the wind blows
and you and I
float in love
and kiss forever
in a darkness
and the
mysteries
of love
come clear
and dance
in light
in you
in me
and show that we
are love”…

Nem precisa saber inglês para entender a canção ou o que ela evoca.

Assim, palavra por palavra mesmo...

Intérpretes: Julee Cruise ou Antony and the Johnsons.
Letra: David Lynch.
Música: Angelo Badalamenti.
Ouvinte: eu e toda pessoa que assistir a VELUDO AZUL (1986).

Wesley PC>

ACIMA DE QUALQUER COISA


Que seja o fim das eras, que impere a ditadura que estiver em voga, existem coisas que nunca mudam, ou, se mudam, é para permitirem que continuemos a ser quem somos!

Talvez uma das coisas que mais aprendi em Recife – convivendo com “a alta burguesia da cidade”, que não acreditavam nas estórias que eles viam na TV [citação marquiana implícita] – foi não julgar precipitadamente pessoas inseridas em estereótipos macro-sociais, a não ter expectativas, a não esperar das pessoas mais (nem menos) do que elas podem dar...

Ansioso (e um tantinho preocupado) pelo momento em que meus pés tocarão em Gomorra!



E, saudoso, acima de tudo!

Wesley PC>

Os alquimistas ainda não chegaram, Mas Jean e Doug já voltaram!!

Para alegria geral e a minha especial, Jean já voltou!!Da outra vez, segunda desta semana, tive a sorte incrível de estar em casa quando essa mocinha passou por Gomorra apenas para pegar algumas coisas e rapidmaente voltar para Ribas!
E agora, quinta pela manhã, acordo ouvindo a voz dessa guria e de Doug.

E com a volta de Wesley, agora sim, a Gomorra está completa!!!

vamos lá
feop

Mais novidades em gomorra

Já que não nos mudamos, resolvemos dar um grau na nossa não tão velha, mas queridíssima Gomorra.
A primeira ação concreta foi pintar a cozinha.
Coelhito deu uma limpada federal e depois passou umas boas mãos de tinta.
Agora já pensamos em pintar as demais paredes. Mas não qualquer pintura, um grafite ou coisa do gênero. Nada de concreto, apenas sugestões surgidas na empolgação do momento.

Espero que as pessoas curtam a nossa nova cozinha.

=]
feop

De portas quase abertas!!


Para Wesley!! E demais interessad@s...

A porta do banheiro de Gomorra está cada vez mais aberta. Aos poucos, mas de forma perceptível pode-se ver que ela está se quebrando e se abrindo.

Quem quizer espiar alguém tomando banho aproveite enquanto nenhum(a) desalmado(a) começar a sugerir o conserto.

atenciosamente =]
feop

É o Fim das Eras!!

Só para contextualizar aquelas pessoas que ainda não sacaram o Fim das Eras.
Vamos pela cronologia e alguns comentários.

Quarta:
À noite Gomorra enche a cara de pitú.

Quinta:
às 12h no melhor estilo "projeto verão", Gomorra almoça acompanhada de Pitu.
À noite, no Cine Gomorra, o Pitu reina soberano.

Sexta:
pela manhã alguns bebem Pitu e pela tarde e noite adentro todos já estão no clima.

Sábado:
desde as primeiras horas da manhã o Pitu dá o ritmo da festa. As pessoas que não estavam em Gomorra desde quarta estranham o clima do ambiente... sentem algo no ar... é o cheiro de Pitu que já está impregnado no ambiente Gomorra.
À tarde, a banda Tribo de Chá entoa o que o inconsciente coletivo já sentia: É O FIM DAS ERAS!!

Aqui temos o desafio, Buzuzo x Max. Adivinhem quem ganhou??
O Pitu, é claro!!

(...)

Lá pelo final da tarde as pessoas começaram a ir embora.

Max e Madruga foram para casa, pois estavam em Gomorra desde quarta.
Os demais buscaram seus destinos.
Madruga volta, foi em casa só fazer a média e pá.

E quando mais nada parecia que ia acontecer. Quando o Fim das Eras parecia se dispersar na tranquilidade do ambiente... eles chegaram...

Giordano e alguns amigos chegaram com algo que parecia ser o prenúncio do fim dos tempos. Depois de quarta, quinta, sexta e sábado... esses mals elementos chegam com a visão do inferno

a zamumba!!!

Sim, estávamos dispostos a fazer e a sentir as consequências.
Mas evidentemente temperamos nossa consciência com Pitu. É, jogamos bicho que bebe e outra variantes para se divertir. Compramos uns 4 Pitú, bebemos 2 e meio. Era o Fim das Eras Mesmo!

Lá pelas 23h fizemos e assumimos as consequências. A esquizofrenia rolou solta.
Sorte que ninguém matou ninguém.

Mas que não duvidem, É o Fim das Eras!!
feop
=]

INCLUSÃO PROGRAMÁTICA

Cochilei depois de ler um trechindo da “Introdução ao Pensamento Filosófico”, transcrição de uma palestra concedida pelo filósofo Karl Jaspers em 1964, pensei: por que não exibir “A História Sem Fim” (1984), obra-prima do Wolfgang Petersen, em Gomorra? Por que não? Não devo ser o único a sentir saudades de Falcor...

“O amor não reconhece instância que lhe esteja acima. Julga suas próprias manifestações, recorrendo á consciência moral; julga-as impiedosamente, mas com amor” (Karl Jaspers – “Introdução ao Pensamento Filosófico”).

Wesley PC>

Acaso, coincidência, construção social. inconsciente coletivo, etc????

Madruga foi o primeiro a observar e foi o que mais enfatizou a situação...
Enquanto os meninos assistiam ao filme Transformers (Carros, guerra, violência, etc)...

as meninas estavam fazendo o almoço (lasanha danada de gostosa)....

(...)

Sem mais comentários.
feop


Um nova fase começa em Gomorra!!

Para quem reclamava da Ditadura de Chá, vale muito bem aquele velho ditado pessimista: Não há nada ruim que não possa piorar!

Agora temos a Ditadura do Pitu!!

E para quem ainda não sabe...

É O FIM DAS ERAS...


feop

ps: nunca reclamei da ditadura de chá e não vejo nada de ruim na Ditadura do Pitu, tudo pelo contrário =]

Sacolas pláticas para quê?


Essa foto já está atrazada, pois as sacolas de plásticos já estão superacumuladas em Gomorra.
Há algumas semanas que tenho agido da seguinte forma nos mercadinhos do Rosa: quando compro pequenas coisas dispenso a sacola plática. Pra que diabos sacola quando compro apenas dois miojos? Posso muito bem ir andando para casa com eles na mão. Isso vale para outras coisas pequenas como vinho, macarrão, exrato, pitu, etc.
Essas sacolas só fazem acumular em Gomorra e no final acabamos jogando fora.
Ficaê a reflexão pra galera.
feop

Cartazes, cartazes, cartazes...

Quem for em Gomorra vai perceber que as paredes estão se enchendo decartazes.
Já até ouvi alguém comentar de forma casual.
O hino das Casas de Estudantes, "Eu quero um teto"
Este é do Movimento Passe Livre Aracaju, sobre um ato que rolou no centro por esses dias.

Aqui tem o título "A luta de Zumbi não acabou na Paraíba", convidando para um debate sobre Política de Cotas.


Avisos para tod@s que frequentam Gomorra sobre as atividades gerais da casa.
feop

E TUDO VOLTA AO (A)NORMAL?


Deus tomara!

Se tudo der certo, hoje pisarei novamente em Gomorra, entrarei em contato com meus velhos e novos interesses, tentarei mostrar às pessoas que amo um filme paradigmático do David Lynch e conhecerei, finalmente, a Núbia Lafayette. Bem-vindo de volta às quintas-feiras, Wesley PC>!

Assinado: Wesley PC>

“VISAGEM” (GILLIARD)


“Quando eu te procuro, vem um pesadelo
Fazer do meu dia, mais um desespero
Meus olhos vagueiam, me sinto numa ilha
Perdido nas águas, não vejo saída


(...)


E nas minhas noites, me deito e não durmo
Um barco sem vela, vagando sem rumo
Imagino seu corpo, pousando em meus braços
Mas tudo não passa, de pura visagem”


Esta música foi um dos presentes maravilhosos que Anderson Luís me deu de aniversário. Se eu tiver uma recaída, reclamem com ele (risos)


Wesley PC>

RÉPLICA

“if travel is searching
and home has been found
I'm not stopping”

Utilizando a letra de “Hunter”, da Björk, para dizer o que quero dizer...

Wesley PC>

TODOS OS DIAS, O SOL NOS DÁ UM ESPETÁCULO...


...e todos os dias, queremos que o espetáculo se repita - e ele se repete!

Conclusão imediatista: é muito melhor provar das belezas que já conhecemos?

Digamos que a foto foi tirada às 17h35’ da tarde de hoje, no ônibus em que me encontrava, quando me preparava para adentrar novamente esta terra em que habito. Querem que eu diga no que estava pensando? Nele também, mas outra coisa infestava meus pensamentos: um adágio do filósofo grego Heráclito de Éfeso, que viveu entre os séculos VI e V a.C.:

“Um homem não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois nem o homem nem o rio serão os mesmos. Tudo flui!”

Voltei, mas não me sinto o mesmo...

Wesley PC>

Essa mpbzinha

Maria Rita irrita
Vanessa da Mata tá chata
Desse Lenine me livrem
Paulinho Moska que morra

Toda essa mpbzinha me enche o saco



Leno de Andrade

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PLÁGIO?


Não resisti à polêmica e finalmente vi “Gomorra” (2008), filme muito divulgado do italiano Matteo Garrone sobre as atividades de Camorra, organização mafiosa que lava dinheiro ao envolver-se com o mundo da alta costura e a reconstrução do World Trade Center, entre outras atividades.

Em verdade, não gostei muito do filme, mas o impacto do mesmo fica em nossa cabeça, visto que o estilo hiper-realista do diretor lembra bastante os filmes denuncistas (mas disfarçados de imparciais) do francês Bertrand Tavernier, se bem que, por vezes, ele emula mesmo o Alejandro González Iñarritú, bem como temas caros a filmes como “Cidade de Deus” (2002, de Fernando Meirelles & Kátia Lund – vide a perscrutação analítica do fascínio do crime organizado sobre adolescentes pobres) e “Os Infiltrados” (2006, de Martin Scorsese – vide a impossibilidade quase arquetípica de se livrar da forçosidade personalítica que assola os membros da organização criminosa radiografada no filme).

Mas não estou aqui ainda para falar necessariamente do filme, mas sim para louvar a beleza deste cartaz, em que o menino Totò (Salvatore Abruzzese) comemora a primeira marca balística em seu corpo, como parte de um treinamento para ser membro júnior da máfia. Só por este cartaz, o filme merece ostentar o portentoso nome de nossa comunidade (risos).

Wesley PC>

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Tribo de Chá


No último sábado (dia 07) eu dormia no iniciozinho de tarde na Gomorra quando sou acordado com um tapa na bunda dado por Paulo, como eu estava com dor de cabeça por causa da ressaca decidi ficar deitado na cama, logo depois Max (o grandalhão da foto) vem me convidar a fazer parte de um grupo musical que já contava com a presença do próprio e de Madruga ( o magrão do chocalho), aceitei de cara. Ele me informou que a banda só não tinha ainda vocalista, então fiquei empolgado, levantei da cama, fui pra sala e fiz uma música pra banda, uma música auto-explicativa que diz: "essa múscia é instrumental, essa música não tem vocal..."

E começou uma zueira que duraria por horas, e entre músicas que eram improvisadas surgiu o nosso grande primeiro sucesso "É o fim das eras", um samba que não deixa ninguém esquecer que "é o fim das eras, é o fim das eras mesmo", inclusive essa é a música tema para o documentário da Gomorra. Durante a zueira, alguém (não me lembro quem) anunciou o nome do grupo: A TRIBO DE CHÁ. Em homenagem a Eliane Charnoski.

Leno de Andrade


"Eu tô voltando pra casa!"
Wesley PC>

LUXÚRIA – PARTE V

Imaginem o pequeno e belo Mark Lester cantando em falsete a letra de “Where is Love?”:

“Onde está o amor?
Ele vai cair do céu?
Ele está debaixo de uma árvore?
Ele é aquilo com o que sempre sonhei?
(...)
Devo eu viajar para muito longe?
Até que eu esteja perto...
Da pessoa que...
Eu posso dizer...
Algo para...
Onde? Onde está o amor?”


Seria esta a cura?

Fonte: “Oliver!” (1968), clássico cinematográfico do britânico Carol Reed.

Wesley PC>

LUXÚRIA – PARTE IV


Tantas pessoas, tantas janelas, tantas vidas, tantos documentários sobre este local... E é tudo difamado por alguns moradores locais, que tacham o Prédio Holiday de “casa de má fama”, lugar de baixo meretrício. Fiquei fascinado pelo local, poucas coisas me fascinaram tanto quanto os indícios de prostituição em Recife. Juro que me senti integrado ao local. Se tem algo que aprendi nesta vida é a não competir por pontos de “vida fácil”. O mundo da devassidão é muito grande: sempre cabe mais um...ou dois... ou três... ou quatrocentos!

Wesley PC>

Ao amigo Ferrerinha



Hoje durante mais uma de nossas lorotas pelo msn Ferrerinha me perguntou: - Já ouviu falar em Núbia Lafayete? -Acho que sim . Então ele me disse baixe e ouça e eu o fiz. Putz! Já ouvia essa mulher desde guria quando meu já falecido, vizinho e dono do bar que moro vizinha todas as tardes sem nunca falhar sitonizava seu rádio no programa Toque no Passado em alto volume. Passei a tarde ouvindo e cantando já conhecidas músicas de infância. A Ferrerinha meu : Muito Obrigada! Te amo guri. A mulher é mára!

bjbjbjbjbjjbj @line

Cordelista João Firmino




Ao passear pelo Mercado Municipal de Aracaju, próximo à passarela das flores, você poderá encontrar os Poetas Ronaldo Dória e João Firmino e sua banquinha de cordéis. Muito simpáticos e atenciosos, logo te mostrará vários cordéis. Causos de Seu Lunga, João Grilo, cachaceiros, cornos, pelejas com o diabo, com Lampião, mulheres e homens tinhosos, animais que cagam dinheiro, enfim, uma variedade de contos engraçadíssimos, didáticos e críticos sobre diversos assuntos regionais. Gostei de vários!





O senhor João é cordelista há 53 anos, orgulhosamente mostra seu certificado de cordelista da Academia Brasileiro de Literatura de Cordel e uma placa ao lado de sua banquinha em comemoração aos seus 50 anos de cordel. Abaixo vocês podem assistir a um video que eu e Dirceu gravamos hoje de manhã deste orgulho sergipano recitando um trecho do seu cordel “Os Corruptos do Brasil”.



Wendell Bigato
[Invasão nº 1]

LUXÚRIA – PARTE III


Ontem eu conheci a praia de Boa Viagem, aqui em Recife, e, para além de tudo o que já havia descrito na praia de Piedade (alevinos na água, sargaço exuberante, pedras, medo de tubarões, etc.), descobri mais duas peculiaridades locais dignas de nota: a primeira, é comum: ouriços-do-mar. Nunca vi tantos destes bichos num mesmo local, movendo-se, fazendo com pessoas descalças tivessem cautela, a fim de não se machucarem em seus protuberantes espinhos negros; a segunda forma de vida descoberta aqui atende pelo nome vulgar de “jacaré” e merece um parágrafo à parte:

Pelo que entendi, os tais “jacarés” são comuníssimos em todas as praias recifenses, tão comuns que sequer são hostilizados. Tratam-se de homens que ficam quase completamente submersos na água, masturbando-se de maneira relativamente ostensiva (só não víamos o pênis, mas acompanhávamos toda a movimentação de suas mãos e expressões de gozo), desde que não seja perto de crianças. Vi um monte de homens fazendo isso (um deles parece até ter se interessado por mim – risos) e ninguém se manifestava contrariamente, é como se eles já fizessem parte da fauna e paisagem natural do lugar. Fiquei impressionado! Não consegui tirar os olhos de um deles! E eu que pensava que era pervertido...

Na foto: o melhor local para observação das atividades dos referidos "jacarés" e para as belezas da praia local, localizada próximo a um dos maiores prostíbulos urbanos que já vi em vida!

Wesley PC>

LUXÚRIA – PARTE II


Como é sabido de todo o público gomorrense, sou avesso a pornografia comercial: detesto filmes pornográficos que não querem ser mais do que isso, irrito-me mesmo! Sozinho num quarto, porém, não tem este que, vez por outra, não futuque numa obra de cunho erotógeno. Foi o que fiz: baixei um vídeo de 17 minutos em que dois modelos, chamados Bira e Kayo Felipe, masturbavam-se no mesmo quarto – e, por este vídeo não ter nenhum atrativo além dos pênis inflamados e ejaculatórios, é que venho aqui analisar de que tipo de experiência eu participei...

Prefácio: para mim, nada é mais excitante do que ver alguém se masturbando!

No referido vídeo, tétrico do ponto de vista moral, os dois modelos surgem numa queda-de-braço, insistindo em posar de másculos heterossexuais num vídeo voltado primordialmente para o público homossexual promíscuo. Ficam trocando acusações entre si (“tu és bombado!”, “eu sou maior pegador que tu!”, etc.), até que são mostrados ambos deitados numa cama, com um computador ligado entre eles, no qual ouvimos uma mulher gemer em voz alta, estridente. Conclusão: eles viam um filme pornô heterossexual. Masturbam-se em frente à câmera por causa disso. O tal do Bira, irritante, goza primeiro e fica zombando do Kayo Felipe, “velho conhecido meu” (risos), que, quando o faz, encharca não somente seu peito de sêmen, como também nossos delírios. Em seguida, vão ambos tomar banho, simulando o maior desprezo cada um pelo corpo do outro (segunda atividade mais excitante em minha opinião: ver alguém tomando banho). Por que diabos alguém crê que isto seja excitante?

Eu achei, apesar de tudo, eu achei... E é nestas horas que eu percebo o quanto o desejo sexual é perigoso do ponto de vista ideologicamente hipnótico. Detesto esse tipo comercial e limitado de pornografia, mas a minha sede extremada pela visão de pessoas que se contentam com a masturbação me levou a ver isto... Não só a ver, aliás... E hoje eu dormi nu, num quarto extremamente iluminado, em frente ás janelas de vários prédios. Foi ótimo acordar com aquela esquisita ereção matinal e perceber meu pênis maculado pelos amassados que comumente se destacam em meu rosto pela manhã... Talvez eu esteja deixando de ser um impotente!

Wesley PC>

LUXÚRIA – PARTE I


“Paixão de Bravo” (1952) é um filme menor do voluntariamente marginalizado Nicholas Ray. Um filme bem menor, aliás, visto que o tem central do filme são os desregramentos morais dos rodeios e vaquejadas, mas há estória de amor não-permitido ali e é esta que me fisgou. Mas o melhor momento do filme é uma piada, contada pelo locutor de um dos rodeios, piada esta que dedico agora a meu amigo Cleidson Carlos:

“... e ele está montado num touro chamado Política. Nome muito bem-escolhido, pois ele não sabe em que direção vai”...

Eu sorri...

Wesley PC>

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009




Lírios Amargurados

Lírios amargurados
Uivam numa noite sombria
Interligados em
Zigue-zagues

Felizes
Espantados
Rindo sem parar ou
Remoendo pensamentos tristonhos
Esquecidos num baú colorido
Insólitos como gotas de chuva caindo no oceano
Rápidos e que desejam apenas uma coisa
Amar verdadeiramente


Ferrerinha
09/02/09

PREVISÍVEL E, AINDA ASSIM, GENIAL!


Poucas coisas me incomodam tanto quanto estar com sono diante de um bom filme. Principalmente, quanto o mesmo é tão complexo quanto “Cada um Vive como Quer” (1970), dirigido por Bob Rafelson e protagonizado por seu ator-fetiche Jack Nicholson. O filme é considerado um clássico da contracultura por causa de sua trama de rejeição burguesa, em que um pianista-prodígio rejeita a sua família riquíssima e vai trabalhar como operário numa refinaria, ao passo que alimenta uma estranha relação amorosa e mal-humorada com uma simples e bem-intencionada garçonete (vivida por Karen Black). Os diálogos são de uma intelectualidade forçosa, que somente os fãs da literatura kafkaniana, os simpatizantes de Charles Bukowski, os amantes do cinema de Hal Ashby e os apreciadores simultâneos de peças clássicas de Frederic Chopin, Johann Sebastian Bach e música ‘country’ norte-americana podem apreciar a contento. Ainda assim, suportei o sono e todo o existencialismo exasperado do roteiro e vi o filme até o final, identificando-me deveras com tudo o que vivencio aqui no ambiente refinado das famílias abastadas de Pernambuco (em que receber 12 salários mínimos + R$ 6.000 por mês é suficiente para reclamar de uma suposta situação de pobreza!) e prevendo o desfecho desde o primeiro segundo inteligível de filme. Não tem outra: quem se auto-reflete termina como o protagonista do filme. Por isso, eu dedico-o ao meu amigo Rafael Coelho e prometo que vou buscá-lo, a fim de que assistamos juntos, caso um de nós ainda exista neste mundo crescente de horrores e subsunções...

Beijo a todos de Gomorra... e, não adianta: não sei escrever textos que não sejam pessoais!

Wesley PC>

domingo, 8 de fevereiro de 2009

POR QUE SERÁ QUE NÃO COMENTAM MAIS NOSSOS TEXTOS DE BLOG?


Por quê? Por quê? Talvez seja disso tudo que eu precise: de um pouquinho mais de responsividade!

Wesley PC>

MAGNIFICAT!


Aquele muso baiano cognominado Rafael Maurício certa feita virou-se para mim (sob efeito de algum remédio, quiçá) e disse que tinha interesse em pesquisar o catolicismo. Como eu sou um gomorrense com nítidas crenças religiosas e ainda mais nítidas intenções de inventar pretextos para ficar junto a quem amo, aceitei. Separei diversos filmes com temática para-religiosa a fim de ver a seu lado e, brincando, convidei-o para assistir a uma missa comigo. Só não tivemos oportunidades ainda de pôr este projeto em prática...

Estando aqui em Recife, porém, em pleno início de comemorações carnavalescas, inventei de participar de uma procissão católica. Repito: eu pedi para participar. Não me arrependi: as coisas que vi e ouvi neste evento ficarão marcadas para sempre no meu pensamento crítico! Tentarei aqui resumir algumas percepções:

A igreja que organizou a tal procissão foi a do bairro Candeias, aqui em Jaboatão dos Guararapes-PE. É um bairro habitado por semi-milionários e o piso de cobrança do dízimo mensal está em R$ 100,00. Conclusão: só tinha ricaço na caminhada. Tantos sorrisos, tantas gargalhadas, tanta subsunção às falácias comemorativas da Renovação Carismática, tentas canções dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo sendo executadas altissonantemente pelas proximidades da igreja...

Acompanhei o trajeto inteiro gargalhando. Eu e minha anfitriã pernambucana, que ria por perceber suas tradições religiosas de infância serem substituídas por uma desorganização zombeteira, que muito lembrava o próprio carnaval que eles não admitem gostar. Quer dizer, gostam, mas não admitem participar... Tentei não julgar aquelas pessoas (afinal de contas, eu estava ali porque quis!), mas foi engraçado (para não dizer: tétrico) perceber o que se tornou o rito católico que, pelo que entendi, interessa Rafael Maurício enquanto objeto de estudo. O pior: eu creio em Deus, eu entendo porque aquelas pessoas fazem tanta questão de gritarem publicamente que são crentes, que exultam ao pronunciarem o nome do Senhor Javé e de seus congêneres sub-familiares, mas... Caramba, a experiência de hoje à noite foi cômica (e reflexiva). Estou louco para chegar em Gomorra e contar tudo pessoalmente aos meus amigos queridos, de quem tanto sinto saudades.

Sem contar que não acho os recifenses fisicamente bonitos, mas o que tinha de molequinhos interessantes na igreja (risos). Pena que minha fidelidade imaginária e psicótica ao menino-do-qual-prometi–não-pronunciar-o-nome me impede agora de fazer alguma observação mais ousada do que isto (mais risos)...

Wesley PC>

PIXOTE - A LEI DO MAIS FRACO (1980) Dir.: Hector Babenco


"- Ah, não fode, Lilica!
- Fodo sim!"


Wesley PC>

“A GENTE SÓ NÃO INVENTA A DOR”...


Da primeira vez que vim a Recife, no comecinho de setembro de 2008, houve um assalto automobilístico no prédio em frente àquele em que eu me encontrava, o suficiente para que minha anfitriã se antecipasse em gritar: “esta é uma das cidades mais violentas do País!”. Há poucas horas, um segundo fato urbano veio marcar minha estada: um carro desgovernado tromba com a portaria do edifício em que me hospedo. Na foto, o momento em que um reboque retirava o veículo absolutamente destroçado. O interessante na estória é que hoje eu me acordei triste, demasiadamente triste. [ih, lá vem um texto pessoal novamente...]

Como sou hóspede, turista e, portanto, tratado como um “xodó”, às vezes sou levado a lugares que as pessoas que eu gosto gostam, mas que eu odeio. Ontem, por exemplo, tentaram me4 convencer a ficar no interior de uma burgueria estilosa da cidade. Eu protestei, gritei, esperneei, dei chilique. Disse que sou ideologicamente proibido de ficar naquele tipo de lugar, por mais superficialmente bonito que fosse. Chamaram-me de “extremado”, mas, ao final, compreenderam-me. Porém, cheguei em casa com dor de cabeça, extenuado. Não consegui ver filme nenhum, tive sonhos ruins, acordei desanimado, com medo de comer, de ser um estorvo... Para piorar, o carro bate na porta do prédio, um copo se espatifa na mesa e eu quase tenho uma recaída, escrevendo mais um daqueles textos com nome de moço. Não o farei...

Interromperei meu intento... 1, 2, 3, já!

Wesley PC>