sábado, 4 de abril de 2009

“WHERE THE WILD ROSES GROW” (NICK CAVE AND THE BAD SEEDS + KYLIE MINOGUE)


“Quando ele bateu na minha porta
E entrou no quarto
Minha tremedeira parou em seu abraço seguro
Ele seria o meu primeiro homem
E com uma mão cuidadosa
Ele enxugou as lágrimas que corriam pelo meu rosto

(...)

No segundo dia
Ele chegou com uma solitária rosa vermelha
Disse: ‘Você vai me dar sua desgraça e sua tristeza?’
Eu balancei a cabeça, enquanto deitava na cama.
Ele disse: ‘Se eu lhe mostrar as rosas, você seguirá?’

(...)

No terceiro dia ele me levou ao rio
Mostrou-me as rosas e nos beijamos
E a última coisa que ouvi foi uma palavra murmurada
Enquanto ele se ajoelhou (sorrindo) em mim
Com uma pedra em seu punho”


E é esse tipo de coisa que eu ouço... E é esse tipo de coisa que me sustenta... E é esse tipo de coisa que me assusta! “Murder Ballads” (1996) é um disco genial!

Wesley PC>

COMO EU QUERIA QUE FOSSE APENAS UM DIÁLOGO DE FILME...


"Eu te amo e não é como amigo, embora sejamos ótimos amigos. E não é de forma inocente, embora seja como você chamaria. Eu te amo. É simples. De verdade. Você é a epítome de tudo que sempre quis num ser humano. Você me considera um amigo, e ser mais que isso jamais passaria pela sua cabeça, mas eu tinha de me abrir. Não agüento mais. Quando estou do teu lado, quero te abraçar. Olho nos seus olhos e sinto aquele desejo dos romances baratos. Não posso falar com você sem querer expressar meu amor. Sei que provavelmente você vai estragar nossa amizade, mas eu tinha de falar, porque nunca me senti assim antes e pouco me importa. Gosto de como sou por causa disso. E, se confessar isso significa que não vamos mais nos ver, vou sofrer, mas não podia passar nem mais um dia sem te falar não importa o que aconteça. E, pela sua expressão, será a inevitável rejeição. Mas tudo bem... aceito isso. Mas sei que uma parte de você está hesitando um pouco. O que significa que você também sente alguma coisa. Só peço que não ignore isso e pense no que sente por dez segundos. Nenhuma outra pessoa nesse planeta jamais me fez a metade do que sou com você. E eu arriscaria nossa amizade para mudar as coisas”...

Fonte: “Procura-se Amy” (1997), de Kevin Smith, cujo filme mais recente está em cartaz nos cinemas aracajuanos. Não desperdicem a chance...

Wesley PC>

CENAS ANTOLÓGICAS DE MEU CINEMA PESSOAL – III:


“ – Por que eu não sou feito de pedra como vocês?”

Por quê?

Fonte: “O Corcunda de Notre-Dame” (1939). Direção: William Dieterle
Wesley PC>

“SIM, O QUE É QUE ELES QUEREM PROVAR COM ISSO?”


- Que, às vezes, não dá para esperar?

“Como quem guarda lembrança me agarrei na esperança,
confiei num grande amor
Me arrumei o dia inteiro tomei até banho de cheiro,
parecendo um sonhador
Quando fui na euforia, coração de alegria,
gritou mais que um bandolim
chegou feito uma princesa, coroada de beleza
e nem se quer olhou pra mim”

(Alcymar Monteiro)

Até quando, meu Deus, até quando?

Wesley PC>

ENQUANTO A MULHER FALAVA, ALGUMAS PESSOAS SORRIAM E A TORNEIRA PINGAVA!


E eu lá pensando: “o que é que esta diretora quer provar com esta torneira pingando sem parar? Custava ela ter fechado bem a mesma? Não seria isso um julgamento de valor? Quando será que vai pingar a próxima gota?”. As palestrantes do curso de Direito presentes ao evento anteriormente descrito (no Cinemark, nesta manhã de sábado) gostaram do efeito causado pela torneira que pingava enquanto uma mulher, da qual conhecemos apenas a voz, falava sobre suas experiências repetidas com “mães de anjos”, ou seja, abortadoras clandestinas. Algumas pessoas na platéia acharam engraçado. E eu querendo que aquela torneira parasse de pingar...

Estética mal-planejava tem esta desvantagem: faz com que deixemos de prestar atenção ao discurso e fiemo-nos na superficialidade das forma - Vide filme “O Aborto dos Outros” (2008, de Carla Gallo), sobre o qual ficaria contente em ver Juliana escrever algo sobre...

Wesley PC>

ERA PARA TER ESCRITO DE MANHÃ, MAS...


[...Minha Internet caiu. Segue o texto anacrônico, portanto:]

PLANOS REABILITADORES PARA SÁBADO

É hoje! Mais uma vez desperto da cama ansioso para pôr em prática as fôrmas ativas que planejei para o mundo ao meu redor antes de dormir! Conforme prometido, vi um violentíssimo filme do Neil Jordan, atendendo à sugestão de uma quase freira, e gostei deveras. Identifiquei-me (ou catartizei-me, sei lá) com a fúria vingativa e temente da radiojornalista injustiçada, que entra em coma e perde seu noivo indiano por causa da intragável violência urbana. Por mais que eu não acredite no assassinato como solução para qualquer problema que seja, alguma coisa me fez exultar diante da extrema pulsão vingativa adotada pela protagonista, magnificamente vivida por uma firme Jodie Foster, vai entender...

Mas, que seja! Para hoje, tenho reabilitação em vista. Não sei se deixei bem claro em textos anteriores que minha companheira proto-namoratória ex-freira possui um marcante passado sexual, de intensas relações (para-sexuais) juvenis com homens e mulheres. Porém, tal qual ocorreu com o filósofo religioso Santo Agostinho, que pecou, pecou, pecou, provou o gosto do mundo, e depois escreve suas “Confissões”, onde prepara o terreno para uma divisão explícita entre o que seria “a cidade dos homens” e “a cidade de Deus”, minha apaixonada amiga Alexandra deseja mudar de vida, alcançar novos parâmetros morais, inclusive no plano da lubricidade – e me pediu para ajudá-la neste percurso, olha só que honra!

Seja como for, trato é trato: e, se tudo der certo, hoje mesmo, mais tarde, estaremos vendo junto um dos maiores clássicos mudos de todos os tempos: “A Caixa de Pandora” (1929), de G. W. Pabst, pioneiro por mostrar homossexualismo feminino, no qual uma moça muito, muito lúbrica – de nome Lulu (vivida pela encantadora e lançadora de modas Louise Brooks) – tenta viver acima de tudo, viver e foder, viver e amar... Tal qual eu, Alexandra e qualquer outra pessoa que viva neste mundo. No filme, portanto, Lulu encontra diversos amantes (de ambos os sexos), casa-se, é acusada de assassinar seu rico e ciumento e não compreensivo marido, foge, relaciona-se com uma rica baronesa e pára nos braços de Jack, o Estripador. Entre outras ações, é isto o que acontece com ela. Será este o destino vindouro de Wesley, Alexandra ou qualquer outra pessoa que insista em viver e amar neste mundo?

Wesley PC> (redigido às 7h30')

Sobre o impasse da subjetividade blogueteira (esse adjetivo soou estranho)

Não devemos nos preocupar com a exposição da nossa vida pessoal mediante palavras, mas sim, nos preocupar em expor às palavras nossa vida pessoal, pois aquelas sabem lidar melhor que nós com esta .

Citação tirada do meu livro de auto-ajuda "Seja sua vida mesmo ao escrever em blogs" escrito em companhia do mestre Augusto Cury.

Obrigado.

Fábio Barros

AULA DE CINISMO

Esta foto acima é da Barbuda, figura folclórica aqui da Moradia da Unicamp. Hoje, ao voltar da Unicamp, encontro-a e ela me segue.

Bigato: Barbuda! Me ensine sua filosofia
Barbuda: ...
Bigato: Barbuda! Vamos, me mostre como viver sem as auto-afirmações sociais.
Barbuda: ...
Bigato: É, por mais que eu peça, você nunca me ensina sua filosofia.

Conclusão: A Barbuda não fala. A Barbuda age!


Wendell Bigato
[Invasão nº 11]

sexta-feira, 3 de abril de 2009

UM POUQUINHO MAIS DE VIDA PESSOAL


Até então, a era em que eu mais abri a boca para dizer que estava feliz foi em 2005, quando namorei um menino e uma menina ao mesmo tempo, ambos conhecendo-se, ambos sabendo da existência um do outro, ambos possuindo as mesmas idades e tamanhos, os três saindo juntos como trio passional em diversas oportunidades. Com o passar dos anos, o menino desenvolveu uma homofobia irrestrita, não fala mais comigo nem com a peste hoje e foi acusado de invadir a casa de um amigo de infância para roubar um jogo eletrônico. Ela, por sua vez, envolveu-se demasiadamente com entidades religiosas e emigrou para o Rio Grande do Norte, onde tencionava virar freira. Na semana passada, porém, descobriu que não tinha vocação para tal. Voltou a Sergipe. Ligou para mim e reencontramo-nos há pouco. Foi bom sentir nos meus e nos olhos dela a paixão que resiste ao tempo!

Que seja, conversamos bastante, fiquei encantado ao saber de suas estórias religiosas, visto que ela participava de uma missão que ajudava mendigos e pessoas de rua, de maneira que não foram poucas as vezes em que ela, usando um hábito marrom que cobria a quase integralidade de seu belo corpo feminino, dormiu ao relento, ao lado dos desabrigados de que tomava conta. De volta a Sergipe, conversamos sobre muitos assuntos e, dentre eles, falamos sobre os filmes a que ela assistiu quando esteve em seu retiro católico mariano. Um deles foi dirigido pelo irlandês Neil Jordan e possuo aqui em casa já meses, mas nunca encontrei o incentivo adequado para vê-lo. Chama-se “Valente” (2007) e, peloque sei da trama, é sobre uma mulher comum (Jodie Foster), que, depois que é atacada por bandidos na rua, resolve tornar-se uma espécie de justiceira e matar quem ela acha que não presta, que não possui mais redenção. Estranho ver este tipo de filme chamar a atenção de uma missionária católica, mas... Pacto é pacto. Estou esperando apenas que a telenovela que minha mãe está a assistir para ver se gostarei ou não do filme indicado. Amanhã eu conto o resultado. Torçam por nós...

Wesley PC>

O TEMPO, QUE PASSA...


Em 1992, véspera do ano em que me converti fanaticamente à Igreja, conheci uma criança de 9 anos, loira, ingênua, tagarela, belíssima. Apaixonei-me violentamente por ele, quiçá a primeira paixão fulminante de minha vida. Ele chamava-se Itamar, obviamente era virgem, ao contrário de mim, violentamente maculado pro homens e mulheres mais velhas. Fingindo-me de adivinho (eu prestava muita atenção em tudo o que ele conversava com outras pessoas e depois jogava os dados adquiridos, como se tivesse adivinhado seu nome, idade, endereço, etc.), conquistei o seu fascínio. Tornamo-nos amigos.

No dia seguinte a este domingo de missa, estava já em frente à casa de Itamar, brincando juntos, divertindo-nos, fingindo que brigávamos de vez em quando, para que eu tocasse em seu corpo, etc.. Ele me apresentou a vários outros garotos, tivemos muitas atividades e amigos em comum, até que, quando ele completou 14 anos, as diferenças entre seu heterossexualismo promíscuo e minha proto-homossexualidade carente tornaram-se mais intensas, óbvias, dolorosas, perceptíveis... Não podíamos mais conviver tão grudado quanto antes, ele não permitia! Ainda assim, conversávamos bastante, ele me contava seus problemas, enquanto eu suplicava para ver ou tocar em suas partes íntimas ou para simplesmente abraçá-lo, mas ele nunca deixou. Fazer o quê? Acostumei-me com a situação. Lidava razoavelmente bem com isso.

O anos se passaram e, após infinitas tentativas de vê-lo nu ou algo semelhante (já que ele insistia em falar de suas conquistas sexuais e masturbacionais o tempo inteiro, o que me deixava perenemente excitado), no exato dia 7 de setembro de 1999, quando meu cachorro Ludwig van Almodóvar de Castro nasceu, ele apareceu em minha casa, dizendo que, se eu pagasse R$ 50,00, podia “brincar” com seu corpo um pouquinho. Fiquei assustado com aquela proposta: por que assim, de uma hora para outra? E logo pro dinheiro, algo que ambos condenávamos na adolescência? O que importa é que fiquei muito preocupado, descobri que ele estava querendo comprar roupas novas, pois estava namorando. Consegui apenas R$ 30,00 e dei-o de presente (tenho uma estranha apreensão ética, de vez em quando). Não podia “brincar” com seu corpo, mas ele permitiu que (quase) o abraçasse. No ano seguinte, 2002 (eu, com 21 anos de idade; ele, com 19), descobri que sua namorada morava na mesma rua que eu. Mônica era o nome dela...

Não obstante sua justificada promiscuidade (Itamar era e é um loiro muito bonito e conversador), ele estava perdidamente apaixonado pela moça. Conversava ainda comigo e, às vezes, em meio a lágrimas, confessava que a amava quando ela se separava dele, o que aconteceu várias vezes. Um dia, ele chegou até a me oferecer uma camisinha usada por ele e Mônica. Havia o precioso e largamente desejado sêmen no interior daquele fétido pedaço de borracha. Aceitei a oferenda, enquanto esperneava ao som de “That I Would Be Good”, da Alanis Morissette. Não vou contar o que fiz com o sêmen azedo, para poupar o estômago de vocês, mas... Aquele foi um dos dias mais humilhantes (e agradecidos) de minha vida até então.

Separado definitivamente de Mônica, que engravidara de outro homem, que havia o traído (no sentido senso-comunal do termo), Itamar zanzava de mulher em mulher. Encontrávamos-nos ocasionalmente. Ele usava muita cocaína nesta época e, quando meu irmão caçula (com a mesma idade que Itamar) passou a sublocar nossa casa a fim de adquirir porcentagens de maconha, Itamar passou a freqüentar minha casa com regularidade insistente. Não tinha nada a perder, sofria demais nesta época, tentava assediá-lo sempre que meu irmão nos deixava sozinhos. Até que, num dia como qualquer outro, ele deixou. Permitiu que eu manuseasse seu pênis, causasse uma ereção, alisasse os seus testículos, sem cobrar nada por isso. Extasiado, eu soltei o referido órgão sexual depois de algum tempo, ao que Itamar perguntou, em tom imperativo: “oxente, parou por quê? Continue!”. Rezando freneticamente, em agradecimento ao que eu achava que era Deus, abocanhei o seu pênis e fiz tudo aquilo que se faz para causar uma ejaculação em alguém. Ao ejacular, ele apenas comentou, como legítimo macho esporrado: “olha só, o cara me fez gozar...! e então, realizaste o teu sonho?”. “Sim”, respondi. Estava tranqüilo.

Ano passado, 2008 (eu com 27 anos de idade; Itamar, com 25), ele aparece em minha casa. Estava viciadíssimo em ‘crack’, havia vendido a motocicleta para pagar o vício, queria iniciar um modesto negócio de tráfico, precisava de R$ 20,00 emprestados. Foi pedir a meu irmão, que, ao que parece, estava lhe devendo a referida quantia. Meu irmão não estava em casa. Ele me pediu o empréstimo: “Vai lá, Wesley. Depois tu podes cobrar como quiser”, disse-me, enquanto apertava o pênis com as mãos. Emprestei, né? Fazer o quê?

Alguns dias depois, em maio de 2008, estávamos vendo “Meu Nome Não é Johnny” (2008, de Mauro Lima), que funcionou como uma biografia alheia do moço que me acompanhava. No meio do filme, ele abaixa as calças, mostra sua genitália e pergunta: “e então?”. Eu disse: “Deixe o filme acabar!”. Ele: “eu estou com pressa, Wesley”. Eu: “mkjkjnmnjh hjdhjebj nho3ipeoiikj”. Ele: “não queres dar uma sentadinha, não?”. Eu: “não”. Dias depois, o primeiro filho de Itamar nasceu, com problemas graves de saúde. Pediu-me mais dinheiro emprestado, desta vez seriamente. Não tive como conseguir. Nunca mais nos falamos, desde então.

E hoje à tarde, ao adormecer para me curar das mazelas da noite anterior, sonhei com ele. Se eu disser que omiti muitíssimos detalhes na história da vida acima relatada, seria o suficiente para entender como eu estou me sentindo esquisito agora? Na foto, o próprio, em imagem roubada do Orkut de sua esposa, com quem já falei ao telefone algumas vezes e trabalha como merendeira nalgum colégio público aracajuano... E o tempo segue passando! São 19h14’ de 03 de abril de 2009, agora.

Wesley PC>

A PESSOA MAIS LINDA DO MUNDO EXISTE – E SE PARECE COM O MONSTRO DEFORMADO DE UM FILME DO DAVID CRONENBERG!


A pessoa mais linda do mundo talvez seja uma projeção de minha mente, mas, para mim, ela existe. Ela fala, ela escreve e ela dorme sempre que tem vontade. Respira, come, preocupa-se e, no passado, pelo que soube, demonstrou sentimentos. Na vida real, a pessoa mais linda do mundo (que existe, repito, ele existe!) guarda algumas semelhanças com o protagonista de “A Mosca” (1986, de David Cronenberg) e evita hierarquizar amizades e/ou preferências pessoais. A pessoa mais linda do mundo é um ser perfeito - e eu sou uma pessoa que talvez sonhe acordado!

Wesley PC>

O ‘SERIAL KILLER’ DA MINHA INFÂNCIA


Quando era ainda um pré-adolescente, vi um filme biográfico na TV que marcara a minha própria compreensão da auto-sexualidade: “Dahmer – O Canibal de Milwaukee” (1993, de David R. Bowen), sobre um personagem real , que criado sozinho e se sentindo abandonado como milhares e milhares de outros psicóticos, desenvolve uma estranha fascinação pelo consumo de carne humana após o sexo. Depois de ser preso por atentando ao pudor repetidas vezes e de ser acusado de molestar um adolescente de 13 anos, transforma-se num promíscuo consumidor de homens, em todos os sentidos da palavra. Até que, em julho de 1991, ele é preso, depois de cultivar a surpreendente estatística de quase um morto por semana e ter praticado necrofilia ostensiva e trepanação. Na cadeia, um companheiro de cela tentou cortar a sua garganta com uma navalha. Não conseguindo, Jeffrey Dahmer foi espancado até a morte, por outros presos, em 1994. Na fotografia, as carcaças encontradas pelos policiais, quando da prisão do canibal homoerotizado. E eu estou aqui, escrevendo e pensando no futuro... Haverá futuro?

Wesley PC>

OU DE POR QUE EU ESCREVO TANTO SOBRE ASSUNTOS PESSOAIS


Porque talvez seja a única coisa que eu ainda tenha, que posso chamar de “meu” sem que isto configure uma apropriação egoísta de algo; porque se tirarem isto de mim, eu não terei nada!

Falo sobre minha vida pessoal o tempo inteiro (ou melhor, transformo tudo o que ocorre no mundo, mesmo quando não estou presente, me pessoal) porque vejo, porque sinto, porque estou sóbrio, porque me embebedo com a desgraça do veneno da consciência e, como dizia o filósofo Maurice Merleau-Ponty, “o problema de saber qual é o sujeito do Estado (...) será exatamente da mesma natureza que o de saber qual é o sujeito da percepção”...

Escrevo sobre minha vida pessoal porque penso que isto seja divertido, porque, ao transformar em frases chistosamente sadomasoquistas as angústias ou frustrações que me acometem, na pior das hipóteses, eu posso causar em alguém a identificação que quase tudo o que me cerca causa em mim.

Transcrevo insistentemente a minha vida pessoal (incluindo aí o que talvez não seja tão pessoal assim) porque, apesar de também tenta achar compulsivamente a minha vida “legal”, conforme disseram recentemente por aqui, sei que acontecem situações ao meu redor que jamais vivenciarei, por mais que assim deseje, e, ao invés de ficar me torturando na impossibilidade solitária de minha residência familiar, canalizo muitos de meus problemas ao imaginar que estou dialogando com pessoas que me lêem ou estabelecem as conexões necessárias entre o que não foi escrito e as imagens que irremediavelmente acompanham meus textos.

Por isso: para pedir desculpas, para agradecer, para implorar o socorro de meus amigos, para provar que estou errado... Só por isso!

Wesley PC>

Não à violência contra a mulher

Hoje não quero escrever sobre coisas pessoais, se bem que não escrevo quase nada sobre moi, não tem necessidade, e acho que ninguém se interessaria...Heheheh, brincadeirinha, minha vida é bacana, certo? Como a de todo mundo...lol

Como o título do post sugere, vou escrever um pouco sobre uma campanha que vi na internet, que lógico é contra à violência à mulher*. A campanha é promovida pela ONG britânica Women's aid que dá suporte à mulheres que sofreram agressões de seus companheiros, pais, irmãos, enfim...

Quem protaganiza a estória do comercial é a atriz Keira Knightley, a mocinha do filme Piratas do Caribe, é lógico que ela fez filmes melhores do que esse, mas esse é o mais famoso, né? Só para vocês terem uma ideia de quem é.

O 'curta' mostra a vida de uma atriz de cinema que sofre agressão do namorado. No momento em que está sendo agredida ela olha para o diretor e fala: Eu não concordo com isso, pare. Mas nada acontece.

Então no fim aparece uma mensagem na tela: Não é hora de alguém cortar a cena? Achei inteligente, a Keira subiu mais ainda no meu conceito, conheço ela, tá?

Aqui está o vídeo para quem quiser conferir:



Bom, minha contribuição semanal termina por aqui.
Américo


* fiquei com dúvida na hora de escrever as crases, será que tá certo... faço Letras, mas é INGLÊS, tá?

hehehehehehehehehehe

GOLDEN SLUMBERS, CARRY THAT WEIGHT, THE ENDE



Hoje me peguei cantando...

Golden Slumbers
The Beatles

Once there was a way, to get back homeward.
Once there was a way, to get back home.
Sleep pretty darling, do not cry.
And I will sing a lullaby.

Golden Slumbers fill your eyes.
Smiles await you when you rise.
Sleep pretty darling, do not cry.
And I will sing a lullaby.

Once there was a way, to get back homeward.
Once there was a way, to get back home.
Sleep pretty darling, do not cry.
And I will sing a lullaby.

Carry That Weight
The Beatles

Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time
Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time

I never give you my pillow
I only send you my invitations
And in the middle of the celebrations
I break down

Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time
Boy, you're gonna carry that weight
Carry that weight a long time

The End

Oh yeah.
Alright.
Are you gonna be in my dreams
Tonight?

Love you. Love you. Love you. Love you.
Love you. Love you. Love you. Love you.
Love you. Love you. Love you. Love you.
Love you. Love you. Love you. Love you.
Love you. Love you. Love you. Love you.
Love you. Love you. Love you. Love you.

And in the end,
The love you take
Is equal to
The love you make.

E a vida segue no Trópico de Capricórnio...


Wendell Bigato
[Invasão nº10]

“QUANDO O MUNDO FECHA AS PORTAS, DEUS SEMPRE ABRE UMA JANELA”...


Chegando em casa, com a mais cabisbaixa das expressões, ciente de que não posso culpar a ninguém pelo mal-estar que sentia, precisando de atenção urgente, deparo-me com minha mãe, que, sorridente, me recebe com uma felicitação: “Wesley, fiz um bolo de cenoura para ti!”. Sorri. De cantinho de lábio, mas sorri.

Tudo depende de como nós olhamos o mundo, cabe a nós procurar o que queremos nos lugares certos, da forma certa, sem exigir das pessoas mais do que elas podem dar. Beijo infinito para todos de Gomorra. Amo-vos e devo-lhes, acima de tudo! Por falar nisso, alguém aceita um pedaço de bolo?

Wesley PC>

“EU NÃO ESTOU AQUI PRÁ SOFRER”...


Sábado de manhã, 04/04/2009, precisamente às 9h, no Cinemark do Shopping Jardins, haverá uma sessão especial do filme “O Aborto dos Outros” (2007, de Carla Gallo), que eu não conhecia até então, mas que já despertara o interesse de Juliana Aguiar e das outras integrantes do Coletivo de Mulheres Severinas há tempos. Antes da sessão do filme, haverá um café da manhã gratuito e, após, um debate com profissionais envolvidos diretamente com o assunto do documentário. O ingresso custa R$ 7,00 a inteira e R$ 3,50 a meia. Por enquanto, eu, Rafael Coelho e a própria Juliana Aguiar demonstramos interesse em comparecer ao evento, no caso dela, como militante...

Pelo que pude ler sobre o documentário, deparar-nos-emos com situações-limite, como casos de estupro e doenças de extremo risco para a grávida e para o feto, além da estória de uma empregada que, ao tomar um abortivo, é algemada prisionalmente ainda em processo de tratamento médico, com situações que desafiam um moralismo canhestro e maniqueísta. Eu, particularmente, confesso que (ainda) não sou favorável ao aborto, mas será particularmente interessante confrontar minhas opiniões com pessoas que enfrentaram as situações-limite descritas na sinopse do filme.

Convite feito,

Wesley PC>

SONHEI COM ROBERT MAPPLETHORPE


No pouco tempo em que estive na casa de Rafael Maurício, dormi e sonhei. Sonhei que meu amigo baiano acomodava diversas fotografia polêmicas deste artista em sua pasta, as quais me foram mostradas depois. Como sou fã do fotógrafo, fiquei contente ao vê-lo apreciando sua obra. Acordei com um leve sorriso nos lábios. Percebi que havia uma mensagem de texto pendente em meu celular. Li-a: “um sorriso por seu pensamento”, assinava Alexandra, uma ex-namorada adolescente que agora é freira em Rio Grande do Norte e, pelo que entendi, está passando as férias em Sergipe. Talvez eu a reencontre neste fim de semana e sintamos saudades do que vivemos juntos. Talvez não.

O que importa é que, ao acordar do sonho com o Robert Mapplethorpe, lembrei dum episódio acontecido poucas horas antes. Todos sabem que tenho o vício de olhar pessoas tomando banho. Maculado pela tristeza que nem eu estava, não fazia a menor questão disso, pensava em milhares de outras coisas, em um único menino [“Nada é fácil, nada é certo. Não façamos do amor algo desonesto”]. Ainda assim, quando fui conversar algo com Ferreirinha, enquanto seu irmão se banhava, ele creu que eu tinha vontade de observá-lo nu. “Se jogue, Wesley, pode ir lá olhar”... Não sei por que o fiz, mas... O fiz! Debaixo do chuveiro, o moço, completamente alcoolizado, cantava músicas de baixo calão, peidava compulsivamente, realizava gestos esquisitos com as coxas, vivia, afinal de contas... Vi alguém vivendo, quem mandou? E a canção continuava a reverberar:

“Quero ser prudente e sempre ser correto
Quero ser constante e sempre tentar ser sincero
E queremos fugir, mas ficamos sempre sem saber”


Eu não preciso disto! Má noite, péssima noite, desagradável noite, dia possível?

Wesley PC>

A DURA RECONSTRUÇÃO DEPOIS DAS PUNHALADAS AUTO-INFLIGIDAS


Em 1994, depois que alguns exploradores belgas dividiram espuriamente os habitantes do País duas tribos, os ‘hutu’ e os ‘tutsi’, praticamente indistinguíveis, foram importados vários facões da China e pessoas que, até então amigos e vizinhos, chacinaram-se mutuamente, violentamente, num dos maiores genocídios da História recente. Aos 13 anos de idade, via tal destruição personalística ser noticiada de vez em quando na TV, mas não tinha idéia do impacto da destruição, até que vi um extraordinário e sofrido documentário franco-senegalês de nome “Ruanda in Memoriam” (2003, de Samba Felix N’ Diaye), cuja lembrança que mais me chocou foi quando um sobrevivente, com a fronte da face lacerada por inúmeras cicatrizes, narra um massacre ocorrido no interior de uma igreja e mostra um local em que corpos foram mumificados naturalmente e conservados como museu da tragédia, de um dos mais inexplicáveis e inaceitáveis auto-genocídios civis já ocorridos no mundo. Fiquei chocado, mas hoje o País foi reconstruído. Na capital, Kigali, talvez hajam agora pessoas sorrindo, fumando maconha, fazendo sexo, comendo farinha, ouvindo música, sofrendo, vendo filmes pornográficos, existindo, acima de tudo... Talvez.


“Tudo vai mal
Tudo, tudo, tudo, tudo
Tudo mudou
Não me iludo e, contudo,
A mesma porta sem trinco
Mesmo teto, mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco”...


“Como 2 e 2”(Roberto Carlos), ouvida hoje, por uma desoladora coincidência, pela primeira vez na voz deste intérprete...

Wesley PC>

DESENCANTO


Já relatei inúmeras vezes a quantidade de detratores do Cine-Gomorra que me cerceavam. Alguns deles diziam que o evento era fútil e que só contribuía para que eu me tornasse progressivamente hedonista. Outros reclamavam que, ao me enfurnar mais e mais naquela casa coletiva, eu estaria abdicando das atenções de pessoas que realmente me amavam “do lado de fora”. Um terceiro alegou que esta sessão (e minha concomitante empolgação com a mesma) só duraria até a implantação do sexo entre amigos, que a suposta “liberdade gomorrense” não resistiria a um cotejo com sentimentos (para)penetrativos mais intensos. Eu, por minha vez, desdenhava de todos estes conselhos – alguns sinceros, outros puramente invejosos – e fiava-me, confiantemente, no fato de que, em toda e qualquer coisa que eu já tenha participado até hoje em minha vida, o Cine-Gomorra era algo que nunca tinha sido interrompido. Não importa o que estivesse acontecendo no mundo (festas em excesso, Natal, Ano Novo, Carnaval, feriados religiosos, etc.), o Cine-Gomorra estava lá toda quinta-feira, disposto a receber quem quisesse, nem que fossem apenas três pessoas ou um grupo de seres amistosos e barulhentos que aproveitavam o evento para encontrar quem lhes aprazia. Ontem, aniversário de uma de minhas sobrinhas, não houve Cine-Gomorra. A concorrência com uma péssima Calourada Integrada organizada pelo DCE boicotou o evento de que tanto precisava para sobreviver. Meu mundo caiu!

Alguns gomorrentos já tinham me avisado que talvez isto acontecesse, visto que as pessoas envolvidas estavam demasiadamente empolgadas com a tal calourada, em virtude, especialmente, do concerto da banda Plástico Lunar, que calhou de ser a última atração da madrugada. Eu, por minha vez, não tinha a menor intenção de ir ao tal evento. Independentemente da queda do Cine-Gomorra, as atrações não me interessavam, ao contrário do evento público marcado para sexta-feira. Como a casa ficou praticamente vazia (salvo por dois casais que interagiam intimamente e talvez precisassem ser deixados sozinhos), fui obrigado a acompanhar meus amigos até a UFS. Segui-os. Segui na frente, aliás, pois realmente não estava com vontade de prestigiar aquela calourada na quinta-feira. Não ia conseguir fingir que estava contente. Não consegui. Várias pessoas me perguntavam por que eu estava com a expressão taciturna e eu não respondia, disfarçava. Até que, no intervalo entre a apresentação de duas bandas, tocaram “Buffalo Soldier”, de Bob Marley and the Wailers. Era o que precisava. Dancei freneticamente, por muito tempo depois que a música havia acabado. Dancei, dancei, dancei... Graças a ajuda de João Paulo, entre outros, consegui fingir, afinal.

Mas a noite maligna estava apenas começando. E eu fingia. Dancei horas a fio, repetindo os versos protestantes da canção “fight in arrival/ fight for survival”. Interagi com muitas pessoas, sorri, encontrei seres agradáveis, conversei intimamente com alguns amigos. Entediado compulsivamente a certa hora (olha só, o adjetivo do qual sempre comemorei não ser cometido!), convido Débora Cruz a me acompanhar até Gomorra. Por Deus, ela aceita! Seguimos em frente, comemos, banhamo-nos, dormimos. Fábio Barros chega em seguida e dorme, após conversar um pouco comigo, justamente sobre um filme brasileiro, que era o que tinha programado para a noite. Dormi, aliás. Ao menos, descansaria e esqueceria a dor lancinante que me acometia naquele momento. Mas novas e novas pessoas chegaram à casa. Pessoas que eu não conhecia, pessoas que, por causa de meu estado atracado de espírito, achei irritantes, banais, inconvenientes. Os Rafaéis chegaram. Iam dormir na casa do Baiano. Aproveitei a deixa e fugi de Gomorra, com meu bornal nas costas.

No caminho para a casa de Rafael Maurício, percebendo minha “cara de tacho”, o bem-intencionado Glauco alegou: “puxa, Wesley. Tu não bebes, não fumas, não te divertes como teus amigos, Por isso que estás assim nessa tristeza, não aproveitaste a festa”. Senti uma mágoa inevitável muito forte nesta hora, pensei em retrucar tal comentário com uma inversão eventual dum conhecido refrão do grupo O Rappa e dizer que “é esta paz que não quero seguir admitindo”, mas disse apenas “a consciência é um veneno!”. Tencionava com isso mandar um recado indireto para Juliana Aguiar, com quem tivemos uma seriíssima conversa no início da noite, mas... De que adianta? Entramos na casa de meu muso soteropolitano, eles interagiram, conversaram, comeram, enquanto eu fui me deitar, com medo das abas rodantes de um ventilador. Dormi. Acordei. Continuava triste e sóbrio. “A consciência é um veneno”, repeti para mim mesmo, enquanto caminhava. Encontrei Rafael Coelho no caminho. Comentei algo sobre a minha decepção com a noite anterior, ao que ele respondeu: “é Wesley, eu também achei chata a noite – e olha que eu estava chapado!”. Mais uma vez o “estado alterado de consciência” foi usado como argumento defensável para uma boa noite. E eu caminhava, repetindo: “a consciência é um veneno”, “a consciência é um veneno”, “a consciência é um veneno”...

Wesley PC>

KRAFTWERK, RADIOHEAD E LOSER-MANOS

Bem pessoal, venho-lhes falar desse grande dia, 22 de março, Chácara Jóquei, São Paulo. Um dia muito esperado por mim, não por causa do Radiohead, nem por causa dos Loser-manos. Pelo KRAFTWERK! Os caras que eu achava que nunca veria vivos.

O show foi aberto pelos Loser-manos, que tocaram como o trocadilho. Sem espírito, sem empolgação. Aquele showzinho básico e só. Feito pra galera descolada que estava lá. Saíram que nem vi!

Depois foi a vez deles. Primeiro no palco os seus sintetizadores. Depois aqueles quatro coroas apareceram, os pioneiros da música techno, Ralf Hütler, Fritz Hilpert, Henning Schmitz e Stefan Pfaffe. Foram simplesmente foda! Abriram o show com The Man Machine. Tocaram sucessos como Radio Activity, The Robots. Essa foi foda, pirei! De repente os quatro saíram do palco e daí em seguida apareceram quatro robôs em seus respectivos lugares. Enquanto a música tocava os robôs íam levando a galera. Que performance! Gritei várias vezes no Train Europe Express e para fechar o show uma música recorrente: Music non Stop. Foram saindo um a um e assim terminou o melhor show e um dos mais esperados da minha vida!

O Radiohead também foi muito bom, foi na hora que os psicotrópicos começaram a fazer efeito. Bem, nem sei o que escrever sobre o show, fiquei só chapando. Enfim, foi muito bom também.

Vale lembrar a presença do meu colega de Dom Luciano no show, isso mesmo, encontrei lá o meu brotherzão Daniel que estudou comigo aí no Dom Luciano em Sergipe. Muito bom revê-lo justo nesse momento!

Para finalizar um pequeno vídeo dos momentos depois do final do show, um momento de sobrevivência nas ruas de São Paulo travados por mim, pelo Felipe e Maria Fernanda, lá da física da Unicamp também, e Daniel.



Wendell Bigato
[Invasão nº9]

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Assum preto & Blackbird ou Luiz Gonzaga e The Beatles

porque cantar nem sempre significa estar alegre, mas ainda está vivo.

Assum Preto
Luíz Gonzaga
Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá mió
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus.


Blackbird
The Beatles
Composição: Lennon / McCartney

Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of the night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive.


Leno de Andrade

A CULPA É DE QUEM? (OU: A LETRA “M” EM MINHA VIDA)


“Epilepsia é uma dança
Ela é agora Cristo se afastando
E eu estou encontrando o meu ritmo
Enquanto eu sacudo na neve”


Se um pai cearense estupra sua filha de 7 anos por não mais crer em Deus depois de exatos 7 anos ininterruptos de seca e da morte de sua única amada, de quem é a culpa? Qual deveria ser a pena para este homem?

Se uma prostituta esfaqueia um policial que tenta prendê-la por tráfico de heroína e deixa assim órfã a filha única e portadora da Síndrome de Down deste proletário viúvo e doador regular de sangue raro do tipo AB, a culpa é de quem?

Se eu encharcar o DALH (Diretório Acadêmico Livre de História) de álcool, acender vários palitos de fósforo, recitar alguns veículos bíblicos e cantar a obra-prima musical do Antony and the Johnsons intitulada “Epilepsy is Dancing”, carbonizando, além de mim, apenas uma pessoa, a culpa é de quem?

Garanto que Diego, meu colega de curso (Engenharia de Alimentos) não tem nada a ver com isso. Lembranças saudosas, habitante de Feira de Santana – Bahia.


“Eu grito: ‘brilho é amor!’
Meus olhos anseiam por dentro
Como jóias esverdeadas que cintilam como estrelas natalinas
Em um veio de ouro

(...)

Corte-me em quatro pedaços
Deixe-me na esquina
Oh, eu estou morrendo
Oh, eu estou apenas dançando!”



Wesely PC>, ficcionalizando?

CENAS ANTOLÓGICAS DE MEU CINEMA PESSOAL – II:


“- Seus pais não dirão nada quando virem seu cabelo assim?”

Espantou-se o cabeleireiro ao raspar a cabeça de um jovem que passava seus dias a rever o assassinato televisionado em câmera lenta de um porco, até que, num dia como qualquer outro, resolve pôr em prática seus instintos letais e dispara fatalmente uma arma rural contra uma menina doce e ingênua que conhecera numa videolocadora. Nome do jovem extraordinário e sedutor: Arno Frisch. Tema-o, pois sua eloqüência é fatal!

Fonte: “O Vídeo de Benny” (1992). Direção: Michael Haneke.

Wesley PC>

A SEDE DE CONHECER E OS SÚBITOS ÍMPETOS MOTIVADORES DA DESCOBERTA


Existe um filme passado na Espanha da década de 1930 que estava em minha casa há meses, mas, por qualquer razão estranha, nunca havia me disposto a ver. Hoje, vasculhando aleatoriamente meus pertences midiáticos, encontrei o tal filme, recentemente solicitado por uma mulher bonita e tão sexualmente triste que beira o masoquismo. Resolve vê-lo, nem que fosse para homenageá-la. Amei. Não só o filme. Amei!

No filme, um garotinho que nunca fora ao colégio teme que vá apanhar dos professor, visto que seu pai republicano, criado numa era monárquica, relatara histórias atrozes de tortura colegial. No primeiro dia de aula, o garotinho mija nas calças. Todos zombam, exceto o bonômico professor, velhinho e tolerante, que vai até sua casa, pedir desculpas. Voltando ao colégio, o menino descobre muitas coisas interessantes, aprende sobre lepidópteros, sobre diferenciações na quantidade de melanina entre pessoas diferentes de diferentes países, sobre as (des)vantagens de se usar água benta para curar um ataque de asma... Aprende! Um dia qualquer, enquanto seu irmão mais velho tinha aulas de trompete, descobre que quer tocar algum instrumento de percussão. Numa viagem pelo interior, seu irmão se apaixona pela adolescente esposa muda de um camponês sisudo, enquanto as tropas anticomunistas prendem vários habitantes do local onde o menino vivia, incluindo o professor velhinho que ele venerava e que havia lhe ensinado tanto. Assistindo à prisão dos comunistas, todos amigáveis, os demais habitantes eram obrigados a gritar xingamentos contra eles, a fim de não serem presos como simpatizantes. Quando enxerga o idoso mestre ser conduzido á prisão, os pais do menino pedem que ele o xingue. “Anarquista, assassino!”, grita o pai sem concordar. “Filho da puta”, grita a mãe. “Comunista, ateu!”, grita o menino, choroso, logo se arrependendo. Quando o veículo que conduz os prisioneiros até o cárcere sai da praça em que estava estacionado, várias crianças atiram pedras. O garotinho protagonista apenas corre, tentando acompanhar à distancia aquele professor que tanto amara, que tanto lhe ensinara. Na falta de um xingamento que ele não queria dizer, o menino lembra de uma aula de ornitologia e chama o professor por um nome exótico de pássaro, firmando assim um pacto velado de respeito perene entre ambos. “Tilonorrinco!”, grita o menino. Lágrimas escorrem do meu rosto.

Não direi o nome do filme, por ora.

Wesley PC>

PERSONAGEM ZOOLÓGICO DO DIA: O FURÃO


Pertencente à família dos mustelídeos, o furão é um mamífero carnívoro comumente utilizado em caçadas contra coelhos (roedor pertencente à família dos leporídeos) e, segundo a gíria brasileira, é um adjetivo que abarca os indivíduos ativos, empreendedores, penetrantes, sexualmente bem-aventurados. Recentemente, um dos seres mais frequentemente citados neste ‘blog’ recebeu esta alcunha, de furão. Será ele digno dela? Será o animal digno dele? Será algo digno de alguma coisa neste mundo? O que me serve de consolo diante deste tipo de pendenga é que tanto os furões quanto o moço alcunhado permanecem alheios a tudo isto, recusam-se a confundir a sociedade preconceituosa que os cerca com um tipo adaptado e alargado de cadeia alimentar voluntária. Assim espero, ao menos...

Wesley PC>

O precursor do Arrocha

E B7
São três horas da manhã, você me liga
D A
Pra falar coisas que só a gente entende
E B7
São três horas da manhã, você me chama
D A
Com seu papo poesia me transcende
E B7
Oh meu amor
D A
Isso é amor
E B7
Oh meu amor
D A
Isso é amor
E B7 D A
É amor... é amor...
E B7 D A E B7 D A
E B7
Sua voz está tão longe ao telefone
D A
Fale alto mesmo grite não se importe
E B7
Pra quem ama a distância não é lance
D A
Nossa onda de amor não há quem corte
E B7
Oh meu amor
D A
Isso é amor
E B7
Oh meu amor
D A
Isso é amor
E B7 D A
É amor... é amor...
E B7 D A E B7 D A
E B7
Pode ser de São Paulo a Nova York
D A
Ou tão lindo flutuando em nosso Rio
E B7
Ou tão longe mambeando o mar Caribe
D A
A nossa onde de amor não há quem corte
E B7
Oh meu amor
D A
Isso é amor
E B7
Oh meu amor
D A
Isso é amor
E B7 D A E


Rei! Eu insiste para gostar desta banda, a priori pq foi uma indicação do meu caro irmão Leno...segundo pq foi a primeira banda que eu saquei a "parada" de upar...
Mas, aí empolgada com o frenesi do meu primeiro "up" eu ouvi a primeira musica (Nosso Louco Amor)do album...até que não achei ruim, mas nada que me fizesse consagra-la. Tentando revirando...resolvi escutar minuciosamente esta banda. Ohhhh ceus! Que decepção...ou melhor que descorberta! Ela é precursora do Arrocha, e não é por isso que ela é ruim, mas pq ela tem uma letra de Arrocha de "quinta", e ainda sem a ritmia do gênero, o que faz desta letra nefasta!E dessa banda terrível!

UM POUCO DE CULTURA ASIÁTICA huahuahuahua

ENFERMEIRAS ASIÁTICAS!!!! exame de esperma

A China e seus costumes.
Já vimos em filmes, que nos USA eles dão umas revistas,pornográficas, para o exame de espermograma.
No Brasil somente o frasquinho e uma sala isolada....
Na China tem profissional para esse ramo
PROFISSÃO :
-(PUNHETEIRA - esta palavra mesmo traduzida para o Mandarim)
- GRAU DE RISCO 04
- SALÁRIO TRANSFORMADO EM REAL R$ 3.700,00 MENSAIS, porque :
CONFORME PPRA -
NR-32 - ESTÃO EXPOSTAS A RISCO ERGONÔMICO,L.E.R.
Os chineses não estão muito mais evoluídos!?
Ponto para a China!!!
E VIVA A CULTURA CHINESA!







BJBJBJBJBB MEU POVO!
@LINE

DEVO GUARDAR O MEU LAMENTO (PRA QUANDO ESTIVER SOZINHO)?


Acho que não preciso recitar a letra da canção da Diana aqui para que saibam do que vou falar... O assunto de sempre, a agonia de praxe, mas, a fim de que eu não entedie crassamente os futuros enxugadores dos produtos aquáticos de minha dor, reverencio aqui um dos filmes mais tristes, bonitos e originais que já vi em vida: “Lágrimas de Palhaço” (1924), dirigido pelo imigrante sueco Victor Sjöstrom – que, em terras norte-americanas, foi rebatizado como Victor Seastrom. Segue breve resumo do filme:

Paul Beaumont (vivido pelo gótico Lon Chaney) é um cientista francês que tenta provar os fundamentos científicos para a relação entre o Humanismo e a Evolução em larga escala dos seres humanos. Numa conferência profissional, ele expõe os resultados de suas pesquisas, mas, dada a inviabilidade vendável das mesmas, ele é estapeado em público pelos outros cientistas, sendo que um deles tem um caso com sua esposa, que, ao saber que ele foi expulso da ordem científica, estapeia-o violentamente também. Desiludido e abandonado, Paul resolve trabalhar como palhaço num circo e monta um número em que é compulsoriamente esbofeteado por 60 (repito: sessenta) palhaços anões. Obviamente, para a glória de um público avidamente sádico (formado, inclusive, pro crianças), o espetáculo é prenhe de sucesso, até que Paul se apaixona por uma bailarina trapezista do circo, por sua vez, apaixona por um homem mais jovem. Resignado, Paul descobre que sua amada está sendo incluída nos planos malévolos de um aproveitador monetifágico, que liberta os leões do cativeiro e estes ferem o demiúrgico palhaço, que morre em pleno espetáculo, sendo espancado por seus companheiros de trupe, que não sabiam de suas dores físicas e espirituais.

Somente por sua trama, este filme tenderia a ser uma de minhas preferidas “estórias de vida”, mas a habilidade do seu diretor em expressar todos os sentimentos e angústias do personagem em fantásticas soluções visuais despedaça o coração de qualquer ser sensível que se disponha a acompanhar esta produção inigualável da era de ouro hollywoodiana, em minha opinião, a era mais frutífera, quando os filmes eram mudos. Pena que seja um filme tão difícil de achar... Vi-o faz tempo, quando o irmão sovina de um antigo professor trouxe esta perola gravada por acidente num VHS televisivo, mas revivo aquelas sensações inesquecíveis a cada dia singular de minha vida. Afinal de contas, como diz a epígrafe do filme,

“Na amarga comédia da vida, já foi muito dito que o melhor sorriso é justamente o último”...

Wesley PC>

ONDE FICA O TAITI?


Eu, Elaine Charnoski e Glauco (vulgo: Madruga) dedicamos boa parte dos últimos dias à busca desesperada da localização da ilha do Taiti nos diversos mapas contidos em Gomorra. Sei que tal ilha, famosa por seus atributos turísticos, fica situada na Oceania, ao que Elaine acrescentou que faz parte da Polinésia Francesa, mas não conseguimos encontrá-la em nenhum mapa. Pesquisei, pesquisei, mas é realmente difícil de encontrar...

Wesley PC>

A DIFÍCIL ARTE DE GUARDAR UM SEGREDO ENQUANTO AS ZEBRAS MORREM DE FOME NO QUÊNIA...


Recentemente, o adorável Rafael Maurício interpelou-me acerca de uma diferença no registro obsessivo das atividades e fofocas que acontecem ao meu redor. Segundo ele, ao contrário do que sempre ocorreu, ultimamente estou mais conciso na amostragem pública de detalhes vitais alheios que, de outra forma, seriam considerados “íntimos”. O interessante neste comentário (que é condizente com a verdade e diretamente relacionado à minha subsunção crescente aos sentimentos e às lágrimas de que ainda não me orgulho) é que não faço nada de propósito. Sempre que estou escrevendo qualquer texto aqui, ajo como se estivesse possuído por uma entidade hipergráfica e não consigo prestar atenção àquela suposta técnica do superego em selecionar o que seve ou não ser falado, o que deve ou não ser feito, o que deve ou não ser transformado em espetáculo de miséria...

Contemplando esta fotografia publicada pela agência de notícias internacionais Reuters, na qual se vê um Masai (membro do grupo étnico predominante no Quênia) perambular em busca de comida, enquanto notamos a carcaça morta por inanição de uma zebra em primeiro plano, pergunto a mim mesmo se é mais importante (ou “útil”, que seja) mostrar esse tipo de situação ou escondê-la da realidade comum? Confesso que não sei, mas, por via das dúvidas, continuo fazendo o que faço, ainda que, às vezes, não saiba exatamente o quê...

Busco, portanto, sustentáculo previsível numa canção, “The Lost Art of Keeping a Secret”, do ótimo grupo Queens of Stone Age:

“Bom, eu tenho um segredo, eu não posso contar
Um movimento moderno para pô-lo para fora
Tu tens algo que eu não compreendo
Mantenha-o com força, deixe-o requisitado
É um lapso de fé, ou tu duvidas disto?
Retenha-o de seu lado que eu suprimo-o do meu
Mas, o que quer que tu faças, não conte a ninguém!”


Wesley PC>

PRECISAMOS PRESTAR MAIS ATENÇÃO EM ALGUNS VIDEOCLIPES!


No último domingo, Lucas Ferreira (vulgo Cobra), Eliane Charnoski (vulgo Chiquitita) e Luiz Ferreira Neto reuniram-se em Gomorra para assistiram a uma gama de videoclipes românticos, que misturavam Shania Twain (n vezes), Toni Braxton, Roxette, Laura Pausini, Christina Aguillera, Celine Dion e outros artistas de gênero. Apesar de a proposta não ter recebido a atenção de todos os gomorrenses, achei o resultado da experiência positivo, no sentido de que não nos furtamos à análise detida de alguns videoclipes, como por exemplo a insistência de Rafael Coelho em provar que a beleza daquelas intérpretes não passava de maquiagem cibernética ou a unânime constatação de que o vocalista do Alphaville se esbalda na afetação homossexual no ótimo (e brega) videoclipe do clássico oitentista do sexo pago voluntário “Big in Japan”. Tudo isso me fez pensar numa idéia que venho cultivando há tempos, mas que ainda não rendeu frutos completos: que tal montarmos um grupo de estudos sobre videoclipes?

Considerado artístico em alguns casos, meramente comercial noutros, indefinido genericamente na arrasadora maioria dos casos, o videoclipe já rendeu interessantes pesquisas estéticas, excelentes diretores em voga na Hollywood atual provieram deste universo (vide Spike Lee, David Fincher, Spike Jonze, Michel Gondry, Anton Corbijn, etc.) e há pelo menos um ótimo capítulo de livro sobre o assunto [vide “A Televisão Levada a Sério”, do comunicólogo vendido ao formalismo Arlindo Machado]. Sério, seria riquíssimo analisar, comparar e (por que não?) se divertir diante de videoclipes selecionados aleatoriamente. Eu acho a proposta boa e longeva. Se alguém se interessar, que tal marcarmos para cotejar alguns videoclipes de Björk e The Verve, que possuo disponível em DVD, nesta noite de domingo, hein? Hein?

Por que este assunto me veio à tona agora? Porque, enquanto tomava sopa de legumes com café e biscoitos ‘cream cracker’ neste meio-dia de quinta-feira, vi 3 clipes seguidos da elogiada Lauryn Hill na MTV e, por mais que eu não seja particularmente fã deste ‘hip hop’ estadunidense, gostei muito do videoclipe de “Everything is Everything”, no qual as ruas de Manhattan servem como pista para a agulha de um toca-vinis gigantesco (quiçá, teológico), que se permite voltar atrás quando algo está errado (vide a cena em que um policial branco revista com toques de arrogância um transeunte negro). Gostei muito do videoclipe e, buscando informações sobre o mesmo, descubro que ele faz parte do primeiro álbum-solo da artista, “The Miseducation of Lauryn Hill” (1998), cuja capa mostra sua face esculpida numa carteira escolar, enquanto a primeira faixa do disco é uma introdução verbal, na qual um professor realiza uma chamada e percebe que a cantora faltou mais uma vez à aula. Então, dando vazão à palavra “deseducação” contida no título da obra, as letras da artista dão a entender que a mensagem principal do álbum é demonstrar que “a verdadeira educação provém de uma participação ativa na vida cotidiana”. Gostei mesmo da sutileza. Fiquei até com vontade de ouvir o disco inteiro!

“Everything is everything
What is meant to be, will be
After winter, must come spring
Change, it comes eventually”


E então, alguém mais se interessa pela proposta?

Wesley PC>

BOA VIZINHANÇA:


E, neste exato momento, os meus vizinhos frontais estão executando em volume máximo:

“Vai, dá tapinha na bundinha.
Vai, que eu sou sua cachorrinha,
Vai, fico muito assanhada,
Se eu pedir você me dá?
Lapada na rachada”


Qual não é a minha surpresa ao ouvir que, segundos depois, o mesmo grupo abominável e anti-erótico (no caso, Saia Rodada) se dispõe a cantar “À Deriva”, canção que grudou em minha cabeça após o filme brasileiro visto no cinema ontem à noite, com o qual nosso companheiro Luiz Ferreira Neto parece ter contribuído com alguns diálogos do roteiro? Ai, ai... Tomara que ele consiga se casar com um gringo rico! (risos)

Wesley PC>

“NÃO CONFIO NA POLÍCIA, RAÇA DO CARALHO”


Estão cada vez mais comuns os títulos de crônicas com frases musicais do Racionais MC’s. É por causa deste tipo de reverência natural que eu me considero fã do grupo. Rafael Coelho recentemente me perguntou se a minha familiaridade com as letras advém dos simples fatos de eu morar na periferia, de eu acompanhar o tráfico de drogas em minha vizinhança desde pequeno e de eu conhecer de perto muitas das injustiças revoltantes ilustradas nas narrativas transformadas em canções. Será que eu precisei responder?

Mas não é sobre isso que quero falar agora, mas sobre outros infortúnios: assim que acordei, na manhã de hoje, decidi que não estava querendo ir para minha aula de Vetores e Geometria Analítica. O professor é ruim, a turma opaca e o conteúdo inicial da disciplina eu já possuo registrado em meu caderno em virtude de duas tentativas incompletas de passar na matéria (culpa da minha dislexia topográfica, gente!). Minha mãe havia ido à panificação da esquina, a fim de suprir a artofagia de meu irmão caçula Segundo os dicionários, artófago é aquele que prefere pães a qualquer outro alimento. Definitivamente, eu não sou assim, portanto, tive que me consolar com outra coisa. Na TV, um telejornal reportava um fato humilhante acontecido em São Paulo (se não me engano), em que, buscando R$ 900,00 roubados de alguém, policiais invadem um colégio e obrigam potenciais suspeitos adolescentes a ficarem completamente nus no meio de um pátio. Um advogado é entrevistado pela repórter e este diz que os policiais envolvidos no ato humilhante merecem prisão de pelo menos 6 meses e não simples afastamento de suas funções profissionais. Eu suspendo meu juízo acerca do caso, havia acordado de acordar e talvez tenha culpa imaginária neste cartório.

Lembrei que, na tarde de ontem, ao encontrar um amigo homossexual e relatar o espancamento homofóbico que um outro amigo sofrera no terminal D.I.A., brinquei que “por mais que sejamos contra as instituições coercitivas, nestas horas de desespero, a gente sempre busca o apoio policial”. Falei isso porque, evidentemente, o garoto espancado procurou os seguranças do local após receber um soco na nuca. Percebi a gravidade do que eu havia falado e brinquei novamente: “pelo menos nestas horas, a gente pode encontrar algum fardado sensual, não é não?”. Não acreditava de todo no que estava falando, mas precisava me convencer que, diante da falta de opções apresentada, este era o único consolo. Sorrimos ambos.

Voltando à manhã desta quinta-feira, meu irmão mais velho, Eleomar (41 anos, caminhoneiro, depressivo e viciado em material pornográfico desde a infância, segundo minha mãe) aparece em minha casa, exigindo R$ 15,00 de gasolina a nossa progenitora e, como compensação, levaria o aparelho de som defeituoso que se encontra no meio da sala, sobrevivendo à base de mp3. Consentimos. Quem sabe assim eu não veja de volta o meu CD do Kitaro que se encontra preso no referido aparelho? Gosto muito do japonês Kitaro e, por mais que suas canções de ‘new age’ sejam avacalhadas por quem protesta contra a comercialização de músicas antes somente devotadas à religiosidade oriental, não consigo deixar de me emocionar sempre que acompanho a única manifestação vocal do álbum “The Best of Kitaro” (1992), a faixa 07, cantada em inglês, “Agreement”:

“Observando este mundo através janela da vida,
Eu posso ver que tudo isto é real e é certo
E a distância de nosso verdadeiro entendimento ainda é longa,
Por causa de algo que nos faz querer mais e ver menos”


Como resposta a este impasse, o compositor da canção sugere que fiemos-nos em acordos de Confiança, Verdade Fé e Liberdade, firmados entre os homens, conhecidos ou não. Pois bem, são nestes acordos que me fio agora, pois tudo me faz lembrar... Tudo me faz lembrar!

Wesley PC>

DESPERDÍCIO?


Há exatos 5 minutos, uma amiga de que gosto bastante me liga aos prantos, perguntando o porquê de eu estar desperdiçando os meus supostos talentos. Berrava ela ao telefone, aos prantos: “por que é que tu insistes em não valorizar o que tu tens? Por que tu te prendes à banalidade voluntária? Por que tu és assim?”. Confesso que me senti um tanto orgulhoso ao ser surpreendido, logo de manhã, por uma crise depressiva alheia completamente dedicada a mim. Mesmo sendo triste, tal telefonema foi uma prova cabal do inestimável amor que esta pessoa sente por mim, mas revela também a outra face da hipérbole deste sentimento: as projeções sobre vida que não nos pertencem, marca registrada de minha crise em relação aos gomorrentos que tanto me aprazem (não citarei nomes, ao menos uma vez na vida, não citarei nomes!). Neste sentido, a amiga ao telefone suplicou que eu não fosse ao Cine-Gomorra hoje e, ao invés disso, prestigiasse um curso de crítica de filmes em Super-8 que está se desenrolando no Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV), órgão vinculado à prefeitura de Aracaju, que me irrita deveras por causa da ostensiva corrupção material e pensamental vinculada ao ambiente. É lá que ela pensa que eu vou curar os meus vãos desígnios? A intenção pode ter sido boa, mas não necessariamente condizente com a verdade...

E o pior é que ela pode ter razão: com o passar dos anos, estou tornando-me cada vez mais e mais viciado num tipo externo de fracasso, que, em meus estranhos delírios compensatórios de glória invertida, assemelham-se deveras a uma vitória pessoal contra as exigências de sucesso que me são impostas pelo capitalismo reinante. Teria eu razão em agir assim? Teria eu o direito de, como disse a minha amiga, “estragar a vida desse jeito”? Prefiro pensar noutras coisas (ou, talvez eu nem prefira, “sequer posso ter escolha”, como disse poeticamente Ayalla num comentário recente) e dedicar-me às cenas de banho em adoráveis filmes franceses contemporâneos. Na foto, meu xodó ‘pop’“Duchas Frias” (2005), dirigido por Antony Cordier e no qual pude conhecer meu atual muso do ‘star system’ francês, Johan Liberéau... Em breve, falo mais detalhadamente sobre este filme aqui. Prometo!

Wesley PC>

A CORÉIA DO SUL FICOU UM POUCO PARA TRÁS, MAS DOU AQUI O MEU APOIO!


É sabido que os olhares críticos contemporâneos de Cinema voltam-se mais e mais para o Oriente. Os ditos especialistas na Sétima Arte são praticamente unânimes em afirmar que os melhores e mais expressivos filmes hodiernos são produzidos sob o jugo de países como Taiwan, Japão, Tailândia ou Irã. A Coréia do Sul, mesmo fazendo parte de uma área cuja geografia estética interessa deveras aos consumidores de poesia e/ou realismo cinematográfico intenso, resvalou por outro caminho: prefere investir em filmes repletos de ação ou virtuosismos de câmera e roteiro, legando o masoquismo irrestrito que advém das contra-indicações da Globalização a estranhas ações, que em muito lembram o conformismo. E, dentre os nomes mais populares do cinema sul-coreano (ao lado de pessoas como Bong Joon-Ho e Kim Ki-Duk), destaca-se o videoclipesco Park Chan-Wook.

Tornado famoso no Brasil em virtude de sua trilogia da vingança – que inclui o equivocado “Mr. Vingança” (2002), o superestimado e moralmente indeciso “Oldboy” (2003) e o genial e sofrido “Lady Vingança” (2005) – Park Chan-Wook pauta quase todos os seus filmes pelos malabarismos imagéticos e/ou de montagem, o que tem como efeito colateral tendencioso a observação rasteira dois sentimentos de seus personagens, que são tão autênticos no extraordinário libelo em defesa da amizade a qualquer custo [“Zona de Risco” (2000)] quanto na confusão adolescente que engendra “I’m a Cyborg, But That’s OK” (2006). E é sobre este filme, visto recentemente, que quero realizar alguns cotejos com a realidade que me cerca.

Passado inteiramente no interior de um sanatório psiquiátrico, este filme centra-se no cotidiano de jovens que enlouqueceram em virtude da tipificação social a que são fortemente submetidos: a personagem-título é uma garota que, lidando com a esquizofrenia de suas parentas (tia, avó, etc.) desde que era criança, imagina-se defensivamente como uma ciborgue (entidade robótica com pedaços de tecido humano em sua composição), dispensando, portanto, o ato de comer, pois crê que enferrujaria ou entraria em curto-circuito se assim o fizesse. No manicômio, silenciosa, ela permite que se apaixonem por ela, cabendo a um jovem rotulado ‘ad extremis’ como ladrão sobrenatural esta tarefa. Além disso, internados no recinto estão uma comedora compulsiva, pessoas que se supõem dotadas da capacidade de telecinese ou teletransporte, etc.. O filme poderia ser uma poderosa crítica ao sistema de governo que fomenta este tipo de crise psicopatológica, mas não, prefere ser uma estória de amor repleta de efeitos especiais e música estroboscópica. Não é ruim por causa disso, mas peca por esconder-se numa imaginação frutífera e em crise, tal qual todos os personagens mostrados na trama (inclusive aqueles que defendem-se como sãos). Não lembra alguém?

Pois é, mesmo sem ter gostado efetivamente do filme, identifiquei-me com ele e emocionei-me deveras com a bela cena em que, a fim de conquistar a sua amada, o menino tachado de ladrão finge estar introduzido bananas transformadas em bateria eletrificadas nos mecanismos supostamente presentes nas costas da ciborgue, o que resulta num beijo cibernético. Tachem-me e ao Park Chan-Wook de subsumidos à paixonite epidérmica, mas a culpa não é só nossa. Los Hermanos que o digam:

“Quem me ensinou a te dizer
‘Vem que passa o teu sofrer’?
Foi mais um que deu as mãos entre nós dois.
Eu entendo o seu depois,
Não me entenda aqui por mal”


Wesley PC>

CANÇÕES PARA MANHÃ, TARDE, NOITE E MADRUGADA:


- Manhã: “Sonho, sempre sonho que eu estou apaixonado
Sonho que o amor agora está mais do meu lado
Sonho e, nesse sonho, eu me vejo abandonado
Pois eu sempre sonho acordado”

“Sonho” (Gilliard)

- Tarde:Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está, e sim as coisas como são
Você não quis tentar me ajudar
Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?”

“Meninos e Meninas” (legião Urbana)

- Noite: “Eu quero ser tua cadela, engatada no teu pau
Um suicida agarrado na tua perna, um coração exposto pela via anal
Um animal obediente, teu capacho paciente
Com uma xoxota artificial”

“Propóstata” (Textículos de Mary)

- Madrugada: “Suportar eu não consigo, tanto tempo sem te ver
Sem você e o seu carinho, eu não posso mais ficar
E não sei até que dia eu terei que te esperar
Meu sorriso é tão triste, já nem sei mesmo sorrir
É demais qualquer minuto sem você
De que vale tudo isso, se você não está aqui?”

“De Que Vale Tudo Isso” (Roberto Carlos)

E a vida é feita de altos e baixos, sempre digo isso...

Wesley PC>

DE HOJE EM DIANTE, MINHA TURMA DE CÁLCULO NUMÉRICO PENSA QUE SOU UM TOXICÔMANO (RISOS)


A ausência de sono faz com que fiquemos atordoados de coisas que parecem demasiado simples. Nesta quarta-feira pela manhã, o professor peruano de Cálculo Numérico, que me pergunta de 10 em 10 minutos se sou um “rapaz alegre” (ao que eu apenas respondo: “estou tentando, estou tentando...”), chamou-me ao quadro para responder a um problema e, sei lá por que razão, fiquei paralisado diante de duas operações simples: a descoberta da raiz cúbica de -7 e descoberta dos zeros de f(x) = X3+ x – 1. Por algum motivo, relutei em resolver tais questões. O professor perguntou o que estava havendo comigo e eu respondi meio grogue: “é que eu estava num universo paralelo, professor, acabei de chegar!”. Ele não entendeu, mas sorriu. Eu acrescentei: “estou meio dopado”. Ele contestou: “e tu não tens vergonha de me confessar isto em classe, não?”. A turma riu, ele riu e daí por diante fui tachado de “doidão” por todo o restante da aula. Nem liguei. Pelo menos, não voltei ao quadro nesta manhã. Cabeça pensando em tanta coisa ao mesmo tempo: puxa, nunca conheci alguém chamado Adelaide!

Wesley PC>

quarta-feira, 1 de abril de 2009

“DESERTO FELIZ” (2007) Direção: Paulo Caldas.


Cena 1: uma moça é enquadrada em primeiro plano, com um olhar esperançoso, ao som de uma melodia instrumental cativante. Atrás dela, desfocado, um homem deitado sem camisa.

[Título do filme]

Cena 2: alguns homens perseguem, aprisionam e capturam um tatu.

Cena 3: filmada em câmera grande-angular, uma mulher assa algum tipo de carne, que mais tarde sabemos ser de bode.

Cena 4: mãe, filha e padrasto sentados à mesa. Prato do dia: cuscuz com carne de bode. A mãe pergunta à filha o porquê de sua expressão desenxabida. Esta apenas responde: “não agüento mais”. Torna-se prostituta.

Assim começa o filme que intitula esta postagem e, infelizmente, assim mesmo ele se desenvolve, justapondo seqüências que não se tornam efetivamente coesas, não obstante chamarem a atenção do espectador por causa da autenticidade de alguns diálogos. Porém, muitas das situações apresentadas não são desenvolvidas a contento e o roteiro se revela uma ode ao desperdício, em especial quando um grupo de turistas alemães entra em cena (de forma muito forçada, conversando sobre o impacto negativo para o turismo daquelas recorrentes placas alertando para o perigo de tubarões nas praias recifenses). Além disso, soam desperdiçadas as participações de Zezé Motta e Hermila Guedes, que, servindo de coadjuvantes para a medianamente expressiva (mas agradável) Nash Laila, pronunciam algumas frases-feitas sobre prostituição que se tornam esquecíveis não pro serem banais (ao contrário, aliás), mas justamente por causa da pletora de filmes recentes sobre o tema.

Porém, apesar de insosso, “Deserto Feliz” não se torna desagradável, salvo pela má presença dos mencionados turistas alemães (há uma cena de consumo de cocaína seguida de sexo que beira o patético, no mau sentido do termo), pela desnecessária exposição do cotidiano e posterior prisão de alguns traficantes de animais silvestres e pela supra-aludida e precipitada justaposição de técnicas cinematográficas dissonantes, que parecem suprir mais os delírios pseudo-experimentais do diretor que as necessidades específicas da trama.

Mas o filme segue em frente. A personagem principal é um tanto mimada, mas não reclama de sua vida prostituída (até porque, tem a sorte de arrumar um marido alemão e “muda de vida”, indo morar na Europa), o que faz com que, assim, ela ganhe a nossa simpatia. A trilha sonora usa muito bem temas populares de massa e, para este que agora escreve estas linhas, prazer de acompanhar o filme foi interessante por ele poder reconhecer muitos dos lugares em que esteve quando de sua recente estada na capital de Sergipe, em especial no que se refere a um dos cenários principais do filme, o Hotel Holiday, habitado prioritariamente por “mulheres da vida”, mas cuja arquitetura imensa é, no mínimo, estonteante (vide fotografia abaixo), um convite explícito à doce perdição...

Por que estou escrevendo sobre este filme aqui? Porque ele está em exibição numa sala de cinema aracajuana e, para além de seus julgamentos de valor não de todo entusiasmantes, merece ser conferido por quem se dispõe a acompanhar os caminhos e descaminhos da produção cinematográfica brasileira contemporânea. E segue a letra da simpática canção “À Deriva”, executada N vezes no filme (e que Rafael Coelho já conhecia através duma interpretação do grupo Aviões do Forró - sic), que gruda na cabeça do público após a sessão, inclusive por assemelhar-se deveras à anti-clássicos executados por criaturas como Latino e KLB, para ficar em exemplos bastante rasos:

“Nós dois estamos perdidos
Em um barco sem destino
Náufrago de amor proibido
Atracados pelos mares da paixão
Perdidos, em um barco à deriva
Alma gêmeas de uma vida
Esperando de uma vez a nossa terra prometida”


E, em virtude da magnânima condição de audiência da obra em pauta, reservo-me ao luxo de plagiar, com intentos pessoais, um dos trechos do refrão climático da canção:

“Pois todo azul do mar dei a ti
Eu sempre esperei querer esse amor
Porque contigo, eu sou feliz
Contigo, eu sou feliz”.


Repetindo: Contigo, eu sou feliz!

Wesley PC>

CENAS ANTOLÓGICAS DE MEU CINEMA PARTICULAR – I* (Abril)


“ – Tu és lindo. Teu único defeito é não ser viado.
- Ninguém é perfeito!”


Oh, arte, que teima em plagiar a vida (risos)... Qualquer cena, qualquer frase, qualquer gesto, qualquer música, qualquer personagem... Tudo neste filme está impregnado em/de mim!

Fonte: “Morango e Chocolate” (1993). Direção: Tomás Gutierrez Aléa & Juan Carlos Tabío.

GRUDE BEM-VINDO


Sabem aquelas canções, injustamente transformadas em “modinhas pimbas”, que, quando ouvimos pelas primeiras vezes, grudam em nossos ouvidos, mentes e demais partes do corpo e desgastamo-las graças à repetição exaustiva? Tenho certeza que não está acontecendo somente comigo, mas a obra-prima que atende pelo nome de “Elpehant Gun”, do Beirut, não pára de encantar os habitantes de minha casa. Impossível não rodopiar inúmeras vezes pela casa ao som de seus acordes circenses e poli-instrumentais, de seus vocais entristecidos, de sua letra enigmática, a qual prefiro acreditar que fale sobre a caçada potencial de animais de grande porte no plano puramente metafórico.

Pelo sim, pelo não, “Elephant Gun” é também o nome de um EP lançado pela banda Beirut em 2007, no qual, além da faixa-título, encontramos mais duas canções preciosas: “Transatlantique” (cuja letra repete insistentemente os versos “Sing for last call, sing for last fall, such was it all”); e “Le Moribond/ My Family’s Role in the World Revolution”, composta pelo célebre brega Jacques Brel. Mas nada se compara aos contagiantes versos circulares da faixa-título:

“Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down”


Vítima da moda ou não, é uma obra-prima!

Wesley PC>

“EXTRA! EXTRA! A MASTURBAÇÃO AJUDA A CURAR O CÂNCER DE PRÓSTATA” – Parte II


Apesar de ser tachado de um ato solitário (ou ser rebatizado de “automonossexualismo” por alguns teóricos modernistas), a masturbação é interativa, envolve outras pessoas, no sentido de que, a fim de praticá-la, invocamos outrem, trazemos à mente lembranças e/ou fantasias potencialmente futuras, cheiramos roupas sujas acondicionadas em sacolas de plástico amarelo, etc., etc.. Isso não garante, portanto, que tal interação seja positiva. Em quantas e quantas brigas eu particularmente não entrei por causa de suspeitas de aquisição mnemônica posteriormente masturbacional? Por algum motivo que minha mente pervertida não consegue compreender, algumas pessoas levam muito a sério o senso de propriedade pós-sexual e irritam-se quando vasculho ralos de banheiro ou sacolas de lixo em busca de preciosos restos de sêmen, chateiam-se quando vasculho seus pertences pessoais em busca de indícios de que material pornográfico foi utilizado para fins escusos, punem-me quando me flagram em ilegal ato escopofílico nos buracos das portas das ambientes em que seres humanos estão banhando seu corpo com água e material saponáceo... Vai entender!

Aproveitando o assunto para indicar um filme, ponho em evidência o sul-coreano “Casa Vazia” (2004, de Kim-Ki Duk), ótima adaptação titular nacional para “Bin Jip”, que, ao que parece, significa literalmente “Ferro 3”. O filme conta a estória de um marginal triste que passa seus dias ocupando casas provisoriamente desabitadas, onde compensa sua estada com o conserto de pequenos defeitos em eletrodomésticos ou atos demorados de limpeza. Numa das casas que invade, este moço sente-se tão atraído pela dona, que não hesita em deitar-se na sua cama, com uma fotografia em mãos, e utilizar uma de suas mãos e seu órgão sexual para realizar um ato que me deixou particularmente excitado. Mal sabia ele, porém, que a mulher da fotografia havia retornado para casa, flagra-o em pleno ato sexual auto-compensatório, mas, por estar sentindo-se igualmente triste, vítima de um casamento falido e violento, ela apaixona-se por ele e, um dia, farão sexo da forma a dois (idealizada) como conhecemos. O desenrolar da trama fica melhor quando assistido (ou vivenciado) pessoalmente. Se alguém se interessar, estou disponível. Liguem-me!

Wesley PC>