sábado, 25 de abril de 2009

Outra "rasteira" em Wesley II

Ave Sangria - Dois Navegantes


Leno de Andrade & Debora Cruz

Outra "rasteira" em Wesley I

Diana - Porque Brigamos
Homenagem ao nosso sobrinho safado,
serelepe, professor de física, e enrolado:
Wesley P. de Castro.



Leno de Andrade & Debora Cruz

APARELHO REPRODUTOR FEMININO PARTE I: VULVA



Reconhecem???? Reconhecer ... até reconhecem maaaaas, e conhecer? Aê são outros quinhentos. Aos desavisados chama-se: VULVA(parte externa do orgão genital feminino). Antes de fazer os devidos comentários a respeito da imagem gostaria de dedicar esta postagem a meu amigo Coelhinho ou Rafael Coelho ou ainda Rabit. Ia colocar uma imagem real, digo tal qual é na realidade poréeem o objetivo aqui é meramente e inocentemente didático. Então vamos aos esclarecimentos científicos de acordo com a numeração:

1- Monte de Vênus ou Púbis ou ainda, na linguagem culta, Capuz de Fusca: O Monte de Vênus é sensível em algumas mulheres e, por ser constituído de gordura, protege o osso pubiano, diminuindo o impacto durante a relação sexual, na hora do bate-estaca, saca?
2- Clitóris ou... deixa pra lá: órgão alongado e erétil (isso mesmo! se enche de sangue assim como o pênis quando estimulado) e tem função exclusivamente no prazer sexual. \o/
3 e 4 – Pequenos e Grandes Lábios: dobras de pele que protegem a entrada da vagina contra a ação de microorganismo que podem causar alguns tipos de infecções na mulé. Possuem várias glândulas produtoras de suor e gordura. Há estudos que indicam que o cheiro expelido por tais glândulas são sexualmente estimulantes. Huahuahuahuahua
5- Uretra: canal condutor que faz parte SOMENTE do sistema urinário, ou seja por onde sai o xixi e só o xixi, viu Coelhinho?? Não entra nada aí!
6- Entrada da Vagina: entrada do canal de cópula. Traduzindo: por onde faz piroquinha, por onde sai o neném. Na imagem trata-se só da entrada, pois a vagina é um canal e fica localizado mais internamente maaaas, essa parte interna fica para os próximos esclarecimentos...
7- Ânus (tá aí de gaiato): parte importante do Sistema Digestório por onde sai ... essa parte vcs já sabem! Dependendo do gosto canal de saída só e somente só ou ainda entrada e saída. Aí fica a gosto do freguês. Hehe

Bom, feito os devidos esclarecimentos espero ser entendida, tô pedindo demais???? Parece besteira mas não é diante de tantas dúvidas sobre a anatomia sexual humana e seu funcionamento. Essa foi a primeira parte dos esclarecimentos que tem como base os questionamentos feitos pelo: “SEXO ORAL COM @LINE” ( oral por telefoooone pessoal, ô povo sacana!). Después eu vorto com mais cositas. :) e tome mais vulva pra vcs!!! e tem pra todos os gostos! bjbjbjbjbjbjbj :***** @line




e tome mais vulva pra vcs!!! e tem pra todos os gostos!
bjbjbjbjbjbjbj :***** @line

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Da mesma forma que aconteceu quando a guriana festa de 1 ano disse que queria morar em Gomorra, fiquei bem feliz quando vi a expressão perplexa de Cledinho se adminirando que fazia tempo não via em Gomorra.
Foi algo bem loco mesmo, do tipo, "porra, que lugar du caraio...", "como é bom voltar aqui..."

Bem, não tenho o costumes de ficar explicando essas coisas. Mas ficaê a homenagem a Cleidinho.

feop

Cuidados com Gomorra

Pow, uma galera usa o ventilas e pá. Nos cines Gomorra o ventilador é fundamental.
Então ficaê mais uma dica. Lavá-lo de vez em quando ajuda. Às vezes ele está fudido de poeira, tadiho dele...
Evidente que isso também vale pra mim que aqui escrevo. Às vezes deixo o ventilador jogado às raças por semanas... num pode!

Só cuidado porque naum pode molhar as partes elétricas.
Bem, dando uma limpa naquela parte de roda e faz vento (esqueci o nome ¬¬) jah é um adianto.

Abraços a todas/os.
feop

Só para registrar

Bem, como falei estava muito ocupado por esses dias. Mas aos poucos vim organizando meus horários, por exemplo tenho lan house quase todas as noites. na verdade todas, as que não estou aqui no DALH é porque tem coisa melhor por aê.Bem, mas não é por isso que vou deixar de registrar aqui no blog uma (nem tanto) novidade de Gomorra. A divisão das prateleiras da geladeira. Cada morador com a sua!!

E foi bem legal o pessoal de fora perguntando: E a galera?? Qual será a parte??
Acabou ficando a parte de baixo e a porta. Ok?

Parece que tem dado certo. Então vamos lá...

feop

Mestre Sakay

Quando eu pegay a máquina digital para descaregar as fotos não acreditei!! Realmente me senti naqueles casos de ver um fantasma!!

Putz a última vez que tinha suado a máquina tinha sido na festa de vinho gelado. E pow, sei que ficamos triloco naquela festa, mas a ponto de vermos mestre Sakay e não lembrarmos??
Nem a mínima lembrança??
E digo nós porque tava aqui comigo ferrerinha vendo as fotos e ele tb nao lembrava.

Só resolvemos a confusão bem depois, quando Ju disse que isso foi no outro dia e que ela havia usado a máquina e pá.

Bem, o registro está aí. Mestre Sakay passou sim em Gomorra \o/

feop

OU O FIM (PARA NÃO SER LIDO POR QUEM AINDA NÃO VIU!)


Repetindo: se tu não viste ainda “O Planeta dos Macacos” (1968, de Franklin J. Schaffner), talvez não seja de todo óbvio o porquê de eu estar lamentando o fim, ao mesmo tempo em que percebo que tudo estivera lá desde o começo. Fiquei muito chateado, aliás, em perceber a imagem acima constando da capa do DVD do filme, visto que não somente a cena mais importante do filme, como ela se dá num contexto que deve permanecer secreto e oculto até o derradeiro instante. Pois para tudo há um fim, querendo ou não!

No exato momento em que escrevo estas linhas, “Disfarça e Chora”, do gênio Cartola, está sendo executada no rádio. Puxa, logo agora que ia aproveitar a oportunidade para contar uma piadinha interna de cinéfilos: sabiam que este filme só ganhou o Oscar de Melhor Maquiagem porque os membros da Academia pensavam que os macacos de “2001: Uma Odisséia no Espaço” (1968, de Stanley Kubrick) eram reais?

“Disfarça e chora, todo pranto tem hora
E eu vejo o seu pranto cair no momento mais certo
Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto, oh, triste senhora,
Vai molhar o deserto”


Talvez baste uma pessoa para nos tornar infelizes, talvez baste uma pessoa para nos contentar em seguida. Talvez nunca baste e a busca seja eterna e insatisfatória. “Talvez” é uma de minhas palavras favoritas!

Wesley PC>

JOHN LENNON PELA MANHÃ!


Atordoado, depois de poucas e asfixiantes horas de sono, nem sabia o que estava pondo no ouvido. Ao escutar, porém, aqueles consoladores e famosos versos (“Imagine there's no heaven/ It's easy if you try”) que – heresia? – me fizeram lembrar de um poeminha sobre “Um Lugar” composto por um carcereiro cotidiano, soube que estaria bem-acompanhado em meu trajeto sonâmbulo até minha residência. Dito e feito: na faixa anterior, entendi que “uma coisa que não consegue se esconder é quando tu és um aleijado interior”. Na noite anterior a esta audição, comportei-me como um legítimo “aleijado exterior”. Portanto, fiquei tranqüilo, crendo que protelaria a identificação inevitável. Até que, na faixa 07, “Oh! My Love”, tarde demais. Como dizem os usuários de Cannabis sativa, “bateu!”:

“Oh, my love, for the first time in my life,
my mind is wide open.
Oh my lover, for the first time in my life,
my mind can feel.
I feel the sorrow. Oh, I feel dreams!
Everything is clear in my heart.
I feel life.
Oh, I feel love.
Everything is clear in our world”


Obra-prima de álbum!

Wesley PC>

VALE A PENA MENTIR POR UMA BUNDA?


Juro que não sei! Conscientemente, digo que não, mas, ao chegar e casa e adormecer depois de um terrível começo de noite e de um filme bem menor do John Cassavetes, sonhei que o dono de uma bela bunda (não esta da foto, diga-se de passagem, mas amigo dele) ajudava a pintar as paredes de Gomorra. Estava sozinho na cozinha, quando eu chego. Jeane adormecia noutro quarto. Conversamos um pouco, como se isto ainda fosse possível. De repente, percebo que ele está fedendo a tinta (“ui, excitação!”) e que vestia apenas um pequeno pedaço de pano amarelo. Sabia que ele ia comer naquele momento e tinha certeza que ele tomaria banho em seguida. Aproveitei um pouco mais o fato inaudito de estarmos conversando, mas, depois de um tempo, fingi que ia resolver algum problema na Universidade, a fim de me esconder debaixo de uma cama e flagra-lo nu no chuveiro. Porém, acordei antes de colher os frutos de meu plano mentiroso – e não estava nem um pouco arrependido por causa disso!

Wesley PC>

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Facção Gomorra!!

Uma coisa que achei muito estraña e coisas estrañas sempre me deixam mais feliz, foi quando num certo momento da festa, acho que lá pra mudruga tive a impressão que as pessoas da festa de um ano não eram as mesmas que frequentam a casa.

Não sei se a galera chegada jah tinha ido embora, se estavam no quarto e pá. Mas lembrei umas quatro pessoas estavam fora, viajando. Mas quatro é um número absoluto, essas pessoas de fato têm uma presença de fazer qualquer festa parecer uma multidão. Mas elas não estavam lá.

E essa galera aí que estava segurou a responsa de um ano de Gomorra e fizemos uma puta festa.

Que venham sempre, pois sempre serão bem-vindos/as.

=D
feop

A casa foi benzida!!

Como não podia deixar de ser, Gomorra foi muito bem homenageada.

E tivemos bebida nova e colorida em Gomorra: Faz Mal Açúcar.
E o ritual se repete...
Catch a Fire!!
Sleep now in the fire!!!
Fogo na babilônia!!!

=) feop

Gomorra 1 ano - As caras da festa

Bem, o lema da festa era o seguinte: "depois de uma ano de festas, a festa de um ano".

Nada foi como o planejado e justamente por isso foi como deveria ser.
Mas tenho quase certeza que de qualquer jeito seria - não como deveria ser - mas como poderia ser e sempre tem sido.
Mas como jah dizia nirvaninha: esqueça (pros mais globalizados ou das letras inglês: nevermind).
Depois falam que el naum tem responsabilidade. Olha a cara de concentração!
Uma Faz Mal Açúcar para quem acertar estávamos fazendo...


Comentários lascivos?


"Eu conheço o paraíso e jah vi o inferno..." Frase de racionais que cabe muito bem para quem vive em Gomorra. E pelo olhar dela os dois são o mesmo lugar ao mesmo tempo.

É impressão minha ou este moço está com o dedo sangrando? Alguém tem imaginação para dizer o quea combinação de um dedo vermelho, uma cara pingada de suor e Max querem significar?
Why so serius?


Yoko ataca mais uma vez... olhem Leno hipnotizado...


Um nova gomorrense. A história dela é bem engraçada e digo que ganhei a festa quando ela chegou. Mas foi na rebordose que tive certeza disso.
Vejam só, no outro dia, curtindo a rebordose da consciência do dever cumprido a irmã dela fala: "Antes dela chegar na casa ela disse que não queria morar numa casa onde o aluguel é R$ 40,00" Vejam só, nem chegou em Gomorra e jah falava mal. Pois, pagou com a língua, fígado, ouvidos e tudo mais.
Na noite anterior, elas chegaram quando a festa jah tinha começado e quando entraram a primeira coisa que a feiosinha falou foi: "VÉI, QUERO MORAR AQUI!".
A Gomorra e sua mística...
Né, enfermeira??

feop =D

CENAS ANTOLÓGICAS DE MEU CINEMA PARTICULAR – V:


“ – Tu poderias virar para o outro lado, para que eu pudesse sair do rio?
- Eu já estou acostumada a ver homens nus. Podes sair!
- Não é isso. É que, ao te ver aí sentada, eu fiquei excitado.
- Ah, tudo bem, eu fico lisonjeada!”


Só que isso se conquista com muita confiança. Eu estou tentando...

Fonte: “Rosas Selvagens” (1994), de André Techiné, o qual voltará a ser citado em breve.

Wesley PC>

UM MUNDO COM MARIO MONICELLI É MAIS CONTENTE, DEVIDO À CONSCIÊNCIA E IMPORTÂNCIA DAS PEQUENAS TRAGÉDIAS E BANALIDADES DO MUNDO...


Nascido em 1915, Mario Monicelli é um brilhante cineasta italiano que, não obstante trabalhar quase sempre na via da comédia, sempre reserva um olhar deveras amargurado sobre a realidade que cerca seus simpáticos personagens. É assim no clássico “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), em que um cavaleiro desmiolado crê que enriquecerá ao encontrar um feudo abandonado e tomado pela peste; é assim em sua obra-prima “Meus Caros Amigos” (1975), em que nem mesmo a morte separa ou entristece um grupo de rebeldes urbanos; é assim em “Parente é Serpente” (1992), em que matar um casal de velhos com um botijão de gás deteriorado é a única solução encontrada para não joga-los num asilo custoso; e é assim em “Os Eternos Desconhecidos” (1958), a que acabo de assistir e no qual, depois de um roubo frustrado, um dos protagonistas lamenta a sua sorte ao ser requisitado como trabalhador da construção civil.

O que mais me encanta e seduz no cinema monicelliano é a tênue fronteira entre a camaradagem e os chistes mentirosos, o modo genial como um ato de extrema amizade num minuto pode antecipar uma deslavada atitude falsária no minuto seguinte. No caso do filme recém-visto, um assaltante preso oferece uma recompensa para o vagabundo que ficar na prisão em seu lugar. Um desencontro advocatício faz com que ambos [assaltante e vagabundo (no caso, um boxeador abobalhado sem antecedentes criminais)] compartilhem a mesma prisão e, assim sendo, descobrem uma parede mal-construída num apartamento contíguo ao cofre de uma loja de penhores, o que dá origem a um elaborado e “científico” plano de roubo que, na prática, vai por água abaixo, já que a trupe de arrombadores derruba a parede errada e se contenta com uma panela de macarrão com grão-de-bico, caso tão pitoresco que sai até nos jornais. Rir da própria miséria é uma tática infalível, que italianos genais como Mario Monicelli nos ensinam a cada um de seus filmes. Façamos de conta que aprendemos a lição gregária... E ele ainda está vivo e ativo!

Wesley PC>

PORQUE EU OUÇO ESTAS COISAS DE VEZ EM QUANDO (OU TRAVIS EM 4 TÓPICOS):


1 – Os integrantes retiraram o nome da banda do filme “Paris, Texas” (1984), clássico existencialista do alemão Wim Wenders, que faz tempo que não revejo;

2 – Muita gente acha o grupo parecido com Radiohead ou com as bandas que surgiram depois do sucesso/culto a esta renomada banda britânica, como Muse, Coldplay ou Keane, mas, para além de similaridades, plágios ou homenagens, o Travis consegue ser triste, apaixonado e cativante por si mesmo;

3 – Os integrantes deste grupo estudavam arte em Glasgow. Por isso, eles tendem a agradar ‘pimbas’ disfarçados de consumidores ‘pop’ (ou vice-versa);

4 – Algumas de suas canções serviram como pano de fundo para comerciais automobilísticos e filmes adolescentes e foi assim que eu fui apresentado às mesmas, quando do lançamento do álbum “The Man Who” – e, não obstante minha canção favorita do Travis ser a amargurada “Turn” (cujo refrão conclama: “eu quero viver num mundo em que eu seja forte”) e de ter gostado muito desta capa do EP de “More Than Us”, a fixa que ouço agora e que me incentivou a escrever esta postagem é “The Cage”, que, em dado momento de sua letra, diz: “I love you more than I”. Isso é possível?

Wesley PC>

UMA VEZ, NO CINE-GOMORRA...


Uma vez, no Cine-Gomorra, eu achei que era possível...
Uma vez, no Cine-Gomorra, eu quase não prestei atenção no filme...
Uma vez, no Cine-Gomorra, eu fui feliz, achando que estava triste...
Uma vez, no Cine-Gomorra, eu estava ao lado dele – e bastava!


Se haverá outra vez? Talvez nunca mais, mais houve, eu estive lá, no Cine-Gomorra em que ele esteve e “era uma vez” – sem o “felizes para sempre” ao final!

Wesley PC>

POIS A CÓPIA, OPORTUNAMENTE, É MAIS ACESSÍVEL QUE O ORIGINAL!


Não somente detesto regravações de filmes como achei muito suspeito que “Hairspray – E Éramos Todos Jovens” (1988, de John Waters, ainda não visto) se transformasse em “Hairspray – Em Busca da fama” (2007, de Adam Shankman, visto nesta última madrugada). Admito que a busca desenfreada pela fama/infâmia é um tema recorrente da sarcástica e divertidíssima obra watersiana, mas a litania de facilidades que Adam Shankman nos apresenta particularmente me irritou pelo comodismo, pelo modo como banaliza a luta pelos direitos civis de negros ou pela aceitação midiática de pessoas que fogem aos padrões normalmente aceitos de beleza. E o que é pior: uma continuação já está agendada para o ano que vem!

Porém, admito: o filme regravado conseguiu me enganar na primeira meia-hora. Isso porque o músico ‘retrô’ Marc Shaiman conseguiu reproduzir adequadamente a bizarrice dimpática cara aos filmes de John Waters em suas canções, como em “Good Morning, Baltimore”, em que a protagonista Nikki Blonsky elogia os ratos, os exibicionistas (um deles, vivido pelo próprio John Waters) e as tentativas de não-segregação racial em sua cidade; ou na simpaticíssima “I Can Hear the Bells”, em que, como toda pessoa sonhadora e rejeitada por quem ama, ela sonha...

“Eu posso escutar os sinos
Meus ouvidos estão tocando
Eu posso escutar os sinos
As noivas estão cantando
Todos dizem que um garoto que é um tesouro
Não vai sequer olhar para mim
Mas riam vocês, pois eu posso escutar os sinos
Meu pai vai sorrir
Eu posso escutar os sinos
Enquanto ele me leva para a igreja, minha mãe começa a chorar
Eu posso escutar os sinos
Meu coração está disparado”


Infelizmente, a regravação do filme não quer ser apenas simpática. Quer mostrar, da forma mais vendável possível, que adolescentes rejeitadas têm acentuada consciência social e o filme termina com uma patacoada enfadonha num salão de baile em que a filha negra de uma mulher “grande, bonita e loira” vivida por Queen Latifah ganha um concurso de popularidade e extingue assim os salões de baile separados para brancos e negros. Isso não me convence, Hollywood!

Em cima, o original. Abaixo a cópia (com e sem vírgula)!

Wesley PC>

TUDO ME FAZ LEMBRAR!


Já havia comentado por aqui que meu aparelho de som estava com defeitos e precisou ser levado a uma representante autorizada da marca LG, a fim de que o problema fosse resolvido. Este precioso eletrodoméstico passou quase uma semana longe de mim, portanto, mas, ao voltar, percebi uma estranha coincidência num adesivo atado ao toca-fitas direito do mesmo: as iniciais RMS, conforme pretendi mostrar na foto. De tantas combinações de três letras possíveis no mundo, meu Deus, por que logo essas três?

Daí me vem a agonia: tive um estranho pressentimento à meia-noite e quarenta e cinco minutos desta madrugada. Se alguém souber o que Rafael Maurício Silva estava fazendo exatamente neste horário (ou se o mesmo não se incomodar em me dizer), juro que agradeço. A intenção é puramente verificativa, diga-se de passagem, no que diz respeito ao meu ceticismo quanto a manifestações paranormais. Portanto, repito: é religiosamente importante! Se alguém puder me dizer...

Wesley PC>

A CANTORA NORUEGUESA SISSEL KYRKJEBØ SERVE DE CONSOLO?


Quando me falaram desta cantora pela primeira vez, há dois dias atrás, a mesma me era completamente desconhecida. Disseram-me que ela era uma boa representante da música erudita contemporânea, mas, ao olhar para esta foto na capa do disco, diria, no máximo, que ela era uma destas cantoras ‘neo-country’ e puramente vendáveis como Shania Twain, por exemplo. Sabendo que, no seu repertório de compositores, encontrávamos desde o alemão George Friedrich Händel (morto no século XVIII) e gênios atuais como Ennio Morricone, passando por Astor Piazzolla, Giácomo Puccini e Camille Saint-Saëns, resolvi arriscar. Não sabia em que momento específico, mas salvei-a em meu recipiente portátil de audição musical e, quando chegasse o momento apropriado, eu a ouviria... Ontem à noite eu enfrentei três quilômetros debaixo de chuva esparsa, depois de ser fulminado por um olhar de ódio. Era o momento ideal!

Faixa 1: “Wait a While”, composta por Jon Lord & Samantha Brown, que prediz, logo de cara: “wait a while before you go, so you will know what I am feeling as you leave. I understand your need, for some time, some solitude”. Se eu não tinha certeza se aquelas gotas renitentes em meus olhos eram mesmo provenientes da chuva, tive razão em crer que a norueguesa Sissel era tão erudita quanto artistas ‘pop’ e pretensamente etéreas quanto Laura Pausini, Sarah Brightman, Deborah Blando ou Celine Dion se esforçavam em sê-lo! Mas, na ocasião em pauta, isto não configurou necessariamente um demérito: as 13 canções escolhidas para preencherem “My Heart” (títulos como “Lascia Ch’io Pianga”, “Someone Like You”, “Mon Coeur S’Ouvre a toi Voix” e “O Mio Bambino Caro”, por exemplo) narravam precisamente o que meu coração sentia naquele momento. Ah, ela é brega? Ah, ela é clichê? Ah, ela se desperdiça? E quem não, hoje em dia?


“A culpa é de quem?”
– capítulo 2.377.412

Wesley PC>

quarta-feira, 22 de abril de 2009

MAIS UMA PIADINHA MELANCÓLICA, PARA QUE A NOITE SE ENCERRE COM UMA PROMESSA...


Talvez o filme mais famoso da Finlândia seja este que mostro agora na imagem: “Os Cowboys de Leningrado Vão Para a América” (1989, de Aki Kaurismäki). Vi-o duas vezes quando era um rejeitado pré-adolescente e, ao revê-lo na tarde de hoje, que mudança de perspectiva: agora eu não mais ria dos personagens, mas com eles, ao lado deles, do mesmo jeito desamparado que eles!

Para quem ainda não conhece “o filme mais famoso da Finlândia” (risos), o roteiro – simples e belo como admirar um jato de urina que sai da uretra após 2 horas e meia prendendo o mijo – centra-se no périplo de um enorme grupo de talentosos músicos, que vagam pela América do Norte em busca de emprego, de reconhecimento, de uma platéia que entenda o que eles têm a dizer...

Na cena mostrada, o empresário do grupo entrega os restos de sua refeição a um cachorro. Depois de passar um largo tempo num restaurante, comendo apenas as beiradas de sua refeição, ele pede um saco a uma garçonete para guardar os restos. Atravessa os nove músicos famintos que esperavam sentados numa calçada e entrega a comida ao cãozinho do grupo, deixando todos os outros vivos de inveja e resignação. Uma cena bela e engraçada, para quem já passou por aquilo e provou a si mesmo que é mais forte do que isso... Acho que, ao menos neste sentido, eu fui!

Pelo que suspeito, os músicos do filme gozaram de muito sucesso na vida real. Num dos esquetes mais bonitas do filme, cognominada “Tudo o que tu precisas é amor”, um dos integrantes da banda se declara a uma mulher, que apenas responde: “eu também te amo, mas já sou casada”. Mais uma vez, o riso colaborativo surgiu...

Wesley PC>

PARA QUEM NÃO TEM MEDO DE CONFUNDIR COCÔ DE CACHORRO VIRA-LATAS COM CHEIRO DE SÊMEN OU O QUE ELE ME FAZ!


Não somente o David Cronenberg, não somente o Howard Shore, não somente o James Woods, mas... Ele!

Wesley PC>

DE REPENTE, ALGO ME FAZ SORRIR...

Digitei uma frase, buscando uma determinada imagem no Google, e deparo-me com isto aqui, num texto de ‘blog’, com a seguinte legenda: “Corinthianos provam ser uma torcida de paz e amor... estranho amor...”.



Ah, se a vida fosse assim...

Wesley PC>

POSSÍVEL (E DESEJÁVEL) SESSÃO EXTRA DO CINE-GOMORRA


“Amarelou, mangou de mim
Não vai ficar de graça
E dentro desta caixa
Um corpo indigente
Um corpo que não fala
Um corpo que não sente”...


Assim canta o afetado personagem de Matheus Nachtergaele, enquanto varre o chão de um pardieiro, nesta verdadeira obra-prima do cinema contemporâneo que atende pelo nome de “Amarelo Manga” (2003, de Cláudio Assis), citando Otto, mostrando que, para ele, “quando bicha quer, bicha faz”! A realidade, porém, é muito diferente (ou muito igual, não sei) e mostrará para ele que as coisas não funcionam do jeito que queremos...

Estarei com este filme na bolsa nesta quinta-feira. Se alguém ficar com vontade de vê-lo Na madrugada do Cine-Gomorra, ficarei deveras contente. No cartaz do filme, um ‘close-up’ da vagina de Leona Cavalli. No jargão publicitário do filme, “a história de minha vida”. No restante da canção do Otto, uma promessa:

”A mesma louça que lavei, quebrei
Por isso vim para juntar os cacos
Eu só queria dizer:
Vim para ficar, vim para ficar”


Wesley PC>

O QUE QUER DIZER ESTE OLHAR?


Olhar de ódio? Olhar de desprezo? Olhar de medo? Olhar de repulsa? Olhar de nojo? Olhar de discórdia? Olhar de um ser humano incapaz de perdoar?

Se um fosse num filme (como realmente o é, no caso da foto), eu saberia como diferenciar: é um olhar de alguém que quer matar alguém. Na vida real, categorias de diferenciação são irrelevantes: é um olhar que fere – e basta!

Wesley PC>

E A CADEIRA DE RODAS...


Os aleijados espartanos eram sacrificados em nome do Bem comum, em nome de um estado permanente de guerra e, hoje, milhares de anos depois, são transformados em argumentos publicitários contra o aborto, numa campanha que diz “matando seus filhos aleijados e julgados incapazes, os espartanos exterminaram, ao mesmo tempo, seus futuros poetas, músicos, arquitetos, matemáticos, filósofos e, assim, progressivamente foram se embrutecendo, e em conseqüência disto, sua civilização desapareceu, ao ponto de não sobrar nem mesmo uma única ruína!”. Tudo bem, qualquer anacronismo pode ser válido em defesa de uma causa (já tinha dito aqui antes), mas... Sei que sinto saudades das conversas à beira-mar do dia 6 de janeiro de 2009, véspera de meu aniversário, dia de revelações e descobertas, dia de beijos, abraços e relatos de viagem, dia em que o trabalho fez alguém baixar a cabeça, dia em que... Um belo e saudoso dia, acima de tudo!

Wesley PC>

“ANJOS & DEMÔNIOS”, de Wander Wildner


“Muitos querem a minha alma, me ofereceram quase tudo,
Um ‘maverick’, uma mulher, e uma passagem de volta ao mundo.
Mas agora eu sou eu mesmo, vasculhei o meu passado,
Vivo no presente e com quem está do meu lado.
Anjos & demônios passam por mim,
cruzam os céus e zombam de mim
Anjos & demônios estão dentro de mim,
eles sabem e vão comigo até o fim”...


Desde ontem que me sinto perseguido pela estória de Lot e pela destruição de Sodoma e Gomorra, graças a um inusitado curta-metragem de 1933, chamado “Lot in Sodom (dirigido por Melville Webber & James Sibley Watson Jr.) que descobri, por acidente, entre os meus pertences na tarde de ontem. No filme, bailarinos mostram suas pernas e bundas, enquanto imagens belas confusas se fundem, o fogo é anunciado por uma voz vingativa (muda, legível e altissonante, que parece ser a retratação ciumenta de Javé no Velho Testamento, em que não creio), a esposa do protagonista vira uma estátua e sal e, conforme sabemos depois pelo texto bíblico - convenientemente eliminado do filme pela censura da época - na falta de homens num mundo destruído, asa duas filhas de Lot embebedam-no e fodem com ele, a fim de garantirem assim a sobrevivência da espécie. Sei, sei...

Na foto, um dos anjos que se manifestam no filme...
Wesley PC>

ENQUÊTE: QUAL FOI O ÚLTIMO FILME TCHECO QUE VISTE?


A pergunta pode parecer estranha, mas, por incrível que pareça, é enorme o investimento de capital e material humano tcheco em filmes de grande orçamento e bilheteria produzidos em Hollywood. Porém, não é destes que estou a falar, mas sim daqueles filmes pungentes e falados em próprio idioma tcheco, que podem registrar desde deliciosas fábulas infantis pancromáticas [como “Um Dia, Um Gato” (1963), de Vojtech Jasny] e complicadas denúncias à burocracia prototípica [vide “O Baile dos Bombeiros” (1967), de Milos Forman] até dolorosos registros de vida marginal involuntária [“Marian” (1996), de Petr Václav] e inusitados registros da invasão nazista [como, por exemplo, “Herói Acidental/Filho da Guerra” (2000), de Jan Hrebejk].

Além dos quatro filmes citados, o último filme tcheco que vi foi “Kolya – Uma Lição de Amor” (1996, de Jan Sverák), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas que me decepcionou deveras por sua trama excessivamente clicherosa, em que um violoncelista promíscuo – que toca em funerais desde que fora expulso da Orquestra Sinfônica de seu País por causa de um mal-entendido responsivo – casa-se por conveniência com uma russa ilegalmente registrada. Depois que esta emigra para a Alemanha Ocidental e deixa seu filho pequeno na Republica Tcheca (ou melhor, na Tchecoslováquia da época), o protagonista do filme, interpretado pelo pai do diretor, Zdenek Sverák, é obrigado a cuidar do gracioso menino russo do título e descobre novas motivações para sua vida egocêntrica, prestando mais atenção não somente nas pessoas que estão ao seu redor, como na própria política de seu País, ocupado solenemente por vigilantes (e odiados) comunistas russos.

O que torna o filme muito digno de ser visto é que ele registra a comoção pública quando o País deixou de ser comunista, em 1989, graças ao que foi chamado de “Revolução de Veludo”, reflexo das muitas repressões contra estudantes daquele País, em muito influenciadas pelos acontecimentos em voga na Alemanha, até pouco tempo dividida pelo execrável Muro de Berlim. Lendo um capítulo da obra-prima literária do historiador Eric Hobsbawm sobre “o breve século XX”, percebi o porquê de as pessoas serem tão avessas ao comunismo, visto que a vigilância governamental sobre os atos cotidianos e quiçá particulares das pessoas era abominável e coercitivo. E, por mais que o filme esteja muito mais preocupado em nos fazer chorar por causa da candura do menininho Andrei Chalimon, graciosíssimo aos cinco anos de idade, a História pulsa e, quando Ela o faz, percebemos que as propaladas diferenças entre Público e Privado não sejam tão relevantes assim...

Wesley PC>

DO PORQUÊ DE OUVIRMOS MAIS DE UMA MÚSICA DO MESMO GÊNERO...


Num determinado dia, estávamos eu (fanático por músicas de cunho suicida), um amigo luciferista/pagão (especializado em ‘heavy metal’), um menino deslumbrado (que se locomove entre o anticristianismo posado e o ‘hardcore’) e um esquisito ser eclético, cuja preferência musical tende para o legítimo samba brasileiro, também apreciado pelas duas primeiras pessoas citadas neste parágrafo. Em dado momento, quando vasculhávamos o imenso repertório do nosso anfitrião metaleiro, surgiu uma conversa sobre o quanto as músicas que ouvíamos repetidamente eram influenciadas por traços característicos de nossa personalidade. Não é difícil imaginar que nossos argumentos justificativos foram todos bem fundamentados, no sentido de que eu acumulo potencialmente em mim parte da culpa e do sofrimento do mundo, o anfitrião metaleiro tem fortes ímpetos de destruição reconstrutiva, o jovem posado ainda acredita nas movimentações de massa (no famoso “Do It Yourself” ‘punk’) e o garoto eclético não sabe o que quer da vida, salvo ouvir um bom samba. Foi uma bela descoberta coletiva!

Por que eu lembrei disso agora? Digamos que estive a ouvir o CD que ilustra esta postagem – dado de presente por um amigo metaleiro em constante crise relacional – e puxa, que nojeira ultranacionalista! Quase todas as canções louvam a guerra, a batalha, a luta, a união nacional com base na violência contra outras pessoas discordantes. Nome da banda: Manowar. Nacionalidade: Estados Unidos da América, obviamente. Nome do álbum: “Warriors of the World” (2002), que, apesar de conter uma curiosa incursão do vocalista Eric Adams pela operística canção “Nessum Dorma” (em italiano mesmo!), não passa de um compêndio de hinos bélicos, cuja faixa de abertura, “Call to Arms”, diz mais ou menos o seguinte:

“Lutemos pelo Reino, lutemos com aço
Matemos todos eles, pois seu sangue é a nossa estampa
Batalhemos até que o último dos inimigos esteja morto
Cavalguemos sobre seu sangue, que tão satisfatoriamente nós derramamos”


Não somente George W. Bush Jr. deve ser fã deste álbum como, nem mesmo ao saber que o Manowar está inscrito no Livro dos Recordes como sendo a banda que conseguiu arrancar o som mais alto a ser executado num palco (129,5 decibéis, comparado ao barulho que um Boeing faz quando alça vôo), ficaria tranqüilo se as pessoas de minha casa entendessem o que o vocalista estava falando durante esta música ideologicamente horrenda. Nesta situação hipotética, como agora, sentiria muita vergonha de ouvir isso, mesmo que fosse por pura curiosidade epistemológica!


Wesley PC>

Ácida!


Ácida

Deleita-se a contradição.
É um limão e uma lima,
uma rima desritmada,
um riso rugindo.

Agridoce temperamentada,
fermenta raivas picantes.
Aromatiza de lilases
a quaresma.

Incendiária ebulicionista,
artista desroteirizada.

Uma orquidácea poetisa,
inferniza...
acidifica a primavera,
floresce no cinza.
Anne Rodrigues

P.S.Na ft a musa inspiradora desta poesia.

O CONSOLO VERBORRÁGICO DO CINEMA FRANCÊS CONTEMPORÂNEO


Conforme suspeitado, fui ao cinema nesta noite de terça-feira. Vi “7 Anos” (2006, de Jean-Pascal Hattu), um daqueles filmes proto-impessoais em que uma mulher visita regularmente o seu marido, preso há mais de um ano por um crime que não sabemos qual. Um dia, ela não consegue entrar na cadeia. Motivo: seu marido está na solitária. Ela é então abordada por um homem que alega estar visitando o irmão, mas é ríspida com ele. Em casa, conversando com uma vizinha, é argüida se já teve algum amante desde que seu marido fora encarcerado. Ela responde que não e toca delicadamente o seu corpo, sozinha, todas as noites, por minutos a fio, um dia, ela resolve ceder um pouco de intercurso erótico para o homem que sempre a interpela na entrada da prisão. Ela não goza, ele sim. Ao final da cópula, ele confessa que é, na verdade, o carcereiro da prisão em que o marido dela está. O que será que acontece depois?

Não obstante o sobejo de informações, a descrição de eventos acima relatada talvez não corresponda sequer a 20 minutos de filme. Ou seja, o início do filme é, pra dizer o mínimo, bastante cativo, mas o diretor e roteirista (que, noutros tempos, fora assistente de André Techiné) perde seu tempo ao imitar o entrecho de “Ondas do Destino” (1996, de Lars von Trier) e leva o marido preso a se tornar muito amigo do carcereiro, a ponto de pedir que este grave os coitos com sua esposa adúltera, de modo que assim possa ouvir os gemidos de gozo da mesma. Era evidente que esta estória não poderia continuar plácida por muito tempo...

A fim de não revelar mais detalhes do filme para quem ainda não o assistiu e demonstre certo interesse em fazê-lo (garanto-vos: muito ainda pode ser contado acerca da trama de “7 Anos”!), sendo que o mesmo está em cartaz num cinema de Aracaju esta semana, destaco a extrema sensibilidade do diretor no que diz respeito à seleção da trilha sonora, que, nalguns momentos parece evocar os “Devaneios à Beira do Mar/Quadros Nordestinos” de nosso amigo Bigato, noutros presta reverência direta à repetição ‘in crescendo’ dos acordes apaixonantes de Philip Glass e à música eletrônica taciturna contemporânea, de maneira que, ao final, uma bela e melancólica canção orquestrada faz-nos vivificar o mesmo bem-estar sofrido que nos toma quando ouvimos qualquer coisa na voz de Frank Sinatra ou Charles Aznavour. Aqueles acordes não mais saíram de meus ouvidos, nem dos ouvidos da pessoa que me acompanhara na sessão e que adormecera em meu ombro direito no interior de um ônibus, enquanto eu ficava a torcer para que um sorveteiro de ‘shopping’ demonstrasse qualquer afetação homossexual no mesmo veículo. De volta ao filme? Digamos que ele perca a oportunidade de ser muito bom, mas, ainda assim, instiga deveras. Nem que seja por mera curiosidade ou para se ter um pretexto para que alguém enfie os pés por debaixo das pernas de sua calça, alegando estar sentindo frio...

Wesley PC>

É POSSÍVEL SER FELIZ, A QUALQUER CUSTO, EM QUALQUER LUGAR?


Eu sei que deve ser pecado pensar nisso, mas, durante boa parte de minha infância, eu ficava imaginando pessoas fazendo sexo em meio ao horror do Holocausto. Quando descobri a masturbação e constatei que o banheiro de minha casa nunca teve porta, imaginei se os judeus confinados naqueles insalubres campos de concentração nazista faziam sexo entre si, se tinham tempo para se apaixonar ou para legitimarem o amor que porventura já sentiam antes de serem confinados. Confesso que, por vergonha ou medo, ainda não me contentei com uma hipotética resposta e, mesmo que o banheiro de minha residência continue sem porta, descobri que, em algum momento do dia, as luzes se apagam e as pessoas dormem... É um consolo!

Wesley PC>

terça-feira, 21 de abril de 2009

ESTA NOITE NÃO!


No mundo, existem pessoas que precisam ensinar Física a vizinhas e namoradas de vizinho, pessoas que traficam maconha na Austrália e pessoas que vêem filmes quando se sentem tristes, desanimadas, felizes ou preocupadas. Eu pertenço às primeira e terceira categorias, mas nada que o tempo não dê jeito (risos)...

Vendo um filme espanhol sobre uma família em crise constante, na manhã de hoje, em que os integrantes brigavam por causa de ciúmes, de desejos sexuais mal-resolvidos e medo de envelhecer ou morrer (exemplos: um pai que descobre que só tem poucas semanas de vida; uma mão que escreve bilhetes eróticos para si mesma e se masturba em banheiros públicos; e uma filha que não admite para si mesmo que é lésbica e acaba mergulhada pela melhor amiga na privada do colégio), pensei no quanto gostei de ter estado em Gomorra na noite de ontem, em especial no que diz respeito à percepção do bom entrosamento entre o futuro turismólogo Anderson Luís e a enfermeira Aline Aguiar. Fiquei muito feliz ao percebem que a afeição recíproca que sentem um pelo outro não se deixa levar por pequenezas cotidianas...

Todos os problemas narrados no filme chegam ao paroxismo durante um jantar, em que os familiares do protagonista terminal revelam suas desgraçam e choram sem parar, até que o filho mais novo sofre uma violenta queda e todos se reencontram num hospital. Nome do filme: “Pudor” (2007, de Tristán Ulloa & David Ulloa). Na fotografia, uma pessoa lavando roupa, atividade que talvez seja mais uma vez requisita na noite chuvosa que se aproxima. Minha saudade se revela cada vez mais um projeto egoísta! Acho que vou ao cinema...

Wesley PC>

“COMÍCIOS DE AMOR” (1963), DIREÇÃO: PIER PAOLO PASOLINI


Dotado de uma proposta absolutamente inovadora, como sempre costuma acontecer nos filmes de Pier Paolo Pasolini, este documentário mostra o diretor percorrendo ruas, praias, praças e salões de baile de várias cidades italianas, perguntando às pessoas o que elas acham do discurso sexual livre, da (des)igualdade entre os sexos, do divórcio, do homossexualismo...

As respostas são impressionantes: num momento, uma senhora diz ser radicalmente contra o divórcio, no sentido de que isto indicaria que “uma pessoa que cometeu muitos erros voltasse a cometer novos erros ao lado de outra pessoa”; noutro momento, “pena” e “repulsa” são as opiniões dominantes acerca dos “invertidos sexuais”; noutra situação, um moço com cara de bonachão interiorano diz que jamais se divorciaria, pois quando se põe um chifre na cabeça, somente a vingança resolve... As respostas populares, que nada mais representam que as opiniões disseminadas pelos ideólogos, chocam tanto o diretor/roteirista que este fica feliz quando se depara com uma menininha que se mostra favorável ao divórcio, o que o leva a dizer: “quem me dera todas as pessoas fossem tão espertas ou conscientes quanto esta menina”...

Infelizmente, porém, as opiniões não mudaram tanto, mais de quarenta anos e milhares de quilômetros depois...

Wesley PC>

“QUANTO MAIS TU ME IGNORAS, MAIS PRÓXIMO DE TI EU FICO!”


Incrível quanto eu estou a me viciar nas canções do Morrissey! Tanto tempo que eu me privei de ouvi-lo e tanto que eu me sinto radiografado agora...


“Há mais que o suficiente para lutar e se opor
Do que desperdiçar bons momentos brigando com as pessoas que você ama
E que morreriam defendendo o seu nome
Oh, não se sinta envergonhado por ter amigos
(...) Minha paciência está se esgotando
Minha lealdade está sendo contrariada
Oh, tu estás a perder todos os teus amigos!”


Tudo misturado, tudo confuso...

Wesley PC>

REGRA NOVA EM GOMORRA: PROIBIDO CAGAR NO CHÃO DO BANHEIRO!


Não sei se dá para ler com precisão o que está escrito neste novo aviso afixado nas paredes da aniversariante Gomorra, mas está escrito que não é mais permitido cagar no chão do banheiro de Gomorra. Pelo que me contaram, alguém cometeu esta proeza na última terça-feira, dia 14 de abril. Quem terá sido? Juro que fiquei louco de curiosidade para saber! E, como “tudo o que é proibido é mais gostoso”, o que teve de gente querendo defecar em qualquer lugar de Gomorra nesta segunda-feira não foi brincadeira (risos)...

Wesley PC>

segunda-feira, 20 de abril de 2009

“DIREITOS HUMANOS SÃO PARA HUMANOS DIREITOS!”


Assim pronunciou, impunemente, um apresentador sensacionalista de TV enquanto minha mãe e meu irmão almoçavam. Motivo do pronunciamento: seu referido autor, o policial Bareta, protestava contra os banhos concedidos a prisioneiros, que, segundo ele, "deixam de ser gente quando praticam crimes". E eu de costas para a televisão, ouvindo uma coisa destas e lembrando de quando eu era um simples aluno de Rádio/TV e, durante uma entrevista coletiva, ouvi deste monstro midiático a seguinte pérola:


“Violência gera violência: vá para a guerra e fique sem atirar para ver se tu não levas bala!”


OK, sensacionalismo por sensacionalismo, eu prefiro o PETA (People for Ethical Treatment of Animals), organização de que já falei bastante por aqui e da qual falarei bastante de hoje por diante...

Wesley PC>