“17. Do ideal da beleza” IN: CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO (Immanuel Kant)
Ou, mesmo que fosse mentira, eu acreditaria!
Wesley PC>
Acabei de ver esta fotomontagem de um amigo que estudou Comunicação Social na mesma turma universitária que eu e não resisti: preciso usucaptá-la, por mais criminoso que isto seja! O garoto em pauta, que nunca havia levado à turma a foto infantil da esquerda, era um dos mais meigos da classe. O mais bonito também. Tanto, que as jovenzinhas de lá o apelidaram de “Pelucinho”. Eu, por minha vez, gostava de conversar com ele em virtude sua sinceridade e do modo tímido com que ele se manifestava em relação ao mundo. De repente, seguindo uma tendência que se tornou patente entre os estudantes de Jornalismo da época (ainda hoje, suponho), ele entrou para a Polícia (ou para o Corpo de Bombeiros, não me lembro bem agora). Ele e quase 1/7 da turma. Vejo-o raramente, mas, por ocasião de sua formatura, atendi-o de longe no DAA, por esses dias... E vi a foto hoje, quase um atestado de predestinação. Tremi de medo. Tremi de dor, de vergonha, de exibicionismo, sei lá! Admito que o efeito fotográfico é boníssimo, mas só atesta uma pergunta que eu repeti a mim mesmo, diversas vezes, na manhã de ontem: “o que são os meus problemas comparados às lamentações do mundo?”. Poderia cantar com os Racionais MC’s que “não confio na polícia, raça do caralho!”, mas não resolveria o conflito agora. Quando é para ser, é para ser! E George Orwell estava certo mais uma vez... Longa vida!
Wesley PC>
“Si es cuestion de confesar
(....)
La verdad es que también
Lloro una vez al més
Sobre todo cuando hay frío
Conmigo nada es fácil
Ya debes saber, me conoces bién
Y sin ti todo es tan aburrido
El cielo está cansado
Ya de ver la lluvia caer
Y cada día que pasa
Es uno más parecido a ayer
No encuentro forma alguna de olvidarte
Porque seguir amandote es inevitable”
Eu sei preparar café. Estava fazendo-o no momento em que ouvia e cantarolava a canção, incluseive. Preparava-me para ver o terceiro filme da cinessérie com o perosnagem da J. K. Rowling. Cria que odiaria, nao obstante confiar no diretor Alfonso Cuarón, que me enternecera cruelmente há alguns meses com a revisão do estupendo “E Sua Mãe Também” (2001). Paguei a minha própria língua. Achei o filme ótimo. Não bom, não mediano, nao aprazível nem suportável. Òtimo! Assim mesmo: com estas cinco letras, O’s repetidos e acento agudo.
Na primeira cena, o protagonista levanta a sua varinha de forma interdita. Debaixo dos colchões, com as luzes apagadas, deitando-se e fingindo dormir sempre que seu tio abre a porta, metaforicamente Harry Potter descobria a masturbação! E eu percebia que iria gostar do filme a partir daí. À medida que a trama avança, percebo um tom de desesperança reinante, aliado a uma causalidade ausente dos péssimos filmes anteriores. Aqui, os atos dos personagens não só geram consequências, como também parecem ter sentido, em especial, durante o terço final da projeção, em que uma fenda no tempo ser abre e acompanhamos aos mesmos eventos vistos anteriormente através do ponto de vista duplicado dos personagens. Além disso, personagens que eram considerados “ruins” são reabilitados, com destaque para Severus Snape (magnificamente vivido por Alan Rickman), meu estereótipo favorito. Ao contrário dos desfechos anteriores, aqui o sorriso de Harry Potter é congelado, mas seus olhos mantêm a infelicidade. Pena que já vi o quarto filme da série e sei que é péssimo. Esta terceira edição deixará saudades!
No intervalo da sessão, recebi um telefonema de Rafael Coelho. Conversamos por cerca de 15 minutos e eu relutava em repassar as más notícias que me corróem. Sorríamos, conversávamos empolgados. Volto a dizer: realizo-me através da viagem dele. Foi bom ouvir a sua voz. Foi bom... Me senti alguma coisa!
Wesley PC>
“Então, eu olho em tua direção,
Mas tu não prestas atenção em mim
Eu sei que tu não me ouves,
Pois tu mesmo afirmas que vê através de mim, não é?”
Quando “Parachutes”, ótimo álbum de estréia da banda britânica Coldplay foi lançado, a crítica da época achou estranho que, em pleno e decadente ano 2000, alguém, ainda se dispusesse a cantar que “vivemos num mundo maravilhoso”, conforme consta da canção de abertura “Don’t Panic”. Eu, de minha parte, não achei nada de estranho no trecho. Podia muito bem ser um estratagema disfarçado de ironia melancólica, muito cara às referências pessoais do esnobe vocalista Chris Martin. Porém, num álbum que contém pérolas como “Yellow”, “Trouble” e “Everything’s Not Lost”, é a segunda faixa, “Shiver” que me destrói. Por mais que o tempo tenha passado, por mais que o Coldplay tenha composto músicas melhores e piores que aquelas contidas neste disco (um dos primeiros que gravei em CD na minha vida!), por mais que eu não escute tanto este álbum quanto eu escutei até algum tempo atrás, “Shiver” ainda continua me destruindo. E ontem de madrugada, eu dei de cara com este CD, e escutei a mesma faixa diversas e diversas vezes antes de dormir, e escutei-a novamente assim que acordei, e o efeito destrutivo não passa...
“Mas continua e continua,
Desde o momento em que acordo até o momento em que durmo
Eu estarei aqui ao teu lado,
Até que tu tentes me parar.
Eu estarei esperando na fila,
Apenas para ver se tu te importas”...
Desde que passei a me servir deste ‘blog’ para finalidades, reclamações e lamúrias pessoais, já ouvi admoestações de diversos amigos sobre o excesso de traduções de músicas estrangeiras aqui publicadas. Segundo tais admoestações, as pessoas a quem eu desejo me dirigir pouco se importam com o que escrevo e aquelas a quem não me dirijo diretamente têm coisas mais importantes para ler ou pensar. Talvez eu não esteja dirigindo-me a ninguém especificamente, ou talvez esteja mas contento-me com as surpresas na trajetória de recepção da mensagem, não importa quem seja o receptor, talvez eu mesmo, relendo. Talvez eu me importe tanto que não agüente mais me justificar, explicar a mesma coisa, no mesmo tom autocomiserativo. Talvez eu suplique nas entrelinhas para que uma ou duas pessoas determinadas lessem e entendessem as mensagens explícitas. Talvez eu dependa muito do “talvez”...
"Então, tu sabes o quanto eu preciso de ti?
Mas tu nunca me vês,
E esta é a minha oportunidade final de te alcançar?
(...)
Oh, tu queres que eu mude?
Bem, eu mudei para melhor
E eu queria que tu soubesses que eu sempre estarei do teu lado,
E eu queria dizer que...
Eu sempre esperarei por ti,
Sim, eu sempre esperarei por ti”
Em verdade, considero “The Scientist”, contida em um álbum posterior, a melhor música do Coldplay. Mas os lamentos de “Shiver” continuam aqui reverberando em minha cabeça. E, sim, eu sempre, sempre, sempre esperarei por ti!
Wesley PC>
Depois veio o show de Exaltasamba que meu colega sabia cantar todas as músicas e cada um delas lembrava-lhe uma história de amor. = ]
Ao final chegou um DJ que começou a tocar Funk. Apesar de algumas pessoas dançando, não me pareceu de grande interesse do público ali.
Eu mesmo acabei saindo com a galera e ficamos de bobs porum tempo na rua pensando pra onde iríamos. Uma parte foi pra casa, outra se juntou a outra galera e eu fiquei pelo centro do RJ de bobs. Até amanhacer. No dia que surgia não teria tempo pra mais nada. Era só pra ir embora.
Lembrando da canção, as portas e as janelas sempre estiveram abertas, mas desta vez vi o sol nascer. E isso lembrou outra cançãonzinha.
Me despedi da galera.
Quando sai pro show, pensei nesses dias vi que fiz tudo que queria fazer e muito mais. Conheci todo mundo que queria conhecer e outras pessoas mais.
Pensando no que não fiz, percebi que não havia virado a noite com minhas amigas, principalmente. Por mais que eu tivesse planejado, intencionado. Mas não me importei com isso.
O bom foi que sem planejar, acabamos virando. E lá veio o sol.
=)