sábado, 6 de março de 2010

“CIRANDA DA BAILARINA”

“Procurando bem, todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não temE não tem coceira
Verruga nem frieira, nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem, todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida, nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem”

Tive acesso à “Ciranda da Bailarina”, faixa 08 do álbum “O Grande Circo Místico” (1983), de Chico Buarque & Edu Lobo, quando meu chefe executou esta mesma faixa N vezes seguidas, em virtude de ficar encantado não somente por ser um coral infantil a interpretá-la, mas também – e principalmente – por ela ter sido um marco tardio da censura, no sentido de que a palavra “pentelho” foi retirada de uma posição rimada essencial de uma estrofe, enquanto referências eclesiásticas chistosas foram permitidas. Como faz questão de repetir meu chefe: “a censura era burra mesmo, felizmente”! Opiniões à parte, achei o restante do álbum, interpretado por gente como Tim Maia, Jane Duboc, Gal Costa, Simone e Milton Nascimento, um tanto enfadonho, mas a canção que intitula esta postagem é uma verdadeira obra-prima. Estou apaixonado e também a executei várias vezes seguidas:

“Confessando bem, todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado,
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha, bigode de groselha
Calcinha um pouco velha,
Ela não tem

O padre também pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília, goteira na vasilha
Problema na família, quem não tem?”

Eu tenho!

Wesley PC>

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