domingo, 16 de maio de 2010

“AQUELE QUERIDO MÊS DE AGOSTO” (2008, DE MIGUEL GOMES) E A REDEFINIÇÃO DO ÊXTASE BREGA

Não vou negar a futilidade inerente a minha pessoa: foi a publicação desta foto no Fotolog de um amigo, acompanhada por um fiapo enredístico [“a relação proibida entre e uma garota e seu primo, sob os olhos de um pai incestuoso”], que me fez ficar obcecado pela recepção do filme português ora comentado. Acordei na última quinta-feira absolutamente obcecado por vê-lo a qualquer custo, prevendo que este seria um dos melhores e mais significativos filmes de minha vida. Tentei baixá-lo na Universidade, mas o bloqueio de endereços eletrônicos atrasou o meu deleite, de maneira que somente ontem, sábado pela manhã, pude gravá-lo num CD e convidar diversos amigos para me acompanharem na sessão.

Telefonei para várias pessoas, advertindo que o filme tem quase 2 horas e meia de duração, que pouquíssimas pessoas apreciaram-no, que a concepção do mesmo funde ficção e documentário de forma mui complexa e que a trilha sonora do mesmo era repleta de canções bregas lusitanas, surpreendentemente similares àquelas que são feitas no Brasil. Apenas dois amigos aceitaram a empreitada, de maneira que, após algum momento de espera, Jadson Teles e Américo Nascimento estávamos simplesmente gozando diante da televisão: não somente “Aquele Querido Mês de Agosto” é genial formal e conteudisticamente, como sua trilha sonora é soberbamente utilizada e ator juvenil Fábio Oliveira fisgou-me com a inocência interiorana do amor que sente pela personagem de Sónia Bandeira.

Ficamos tentando gravar na memória todas as canções lamentosas que desfilam diante da tela, captar os sotaques e situações pitorescas que se desnudam diante de nós, apreender adequadamente todas as (re)invenções lingüísticas que o filme implanta e conter o êxtase supremo em que os 147 minutos de projeção nos deixaram! Queria ter a capacidade de descrever em palavras o que é estar diante deste filme, mas não se consegue: o brilhantismo daquelas imagens e sons só é apreciado por quem se dispõe a vê-lo e a amar dentro e fora da tela. Por isto, eu suplico: o filme é facilmente disponibilizado na Internet e eu tenho o prazer e a obrigação de emprestar ou gravar uma cópia da versão que se encontra em meu poder para quem assim o desejar. Vejam este filme. Sintam a sua magia. Vivam-no e vivam, acima de tudo! Não consigo me conter de empolgação...


Wesley PC>

Um comentário:

iaeeee disse...

vou tocara trilha no meu aniversário! ^^



américo