sexta-feira, 7 de maio de 2010

O QUE FIZERAM COM MEU SERIADO FAVORITO?!

Qualquer que eventualmente leia este ‘blog’ sabe que sou um fã (in)condicional do seriado musical norte-americano “Glee”. Porém, o 17º episódio, “Bad Reputation”, encheu-me de vergonha justamente por fazer jus ao título. Foi ainda pior em sua subsunção pré-vendável que o décimo-quinto, que homenageava Madonna de forma precipitada. Quase ruim!

Em primeiro lugar, não entendi (ou pouco me lixei para) a lista de quocientes de sensualidade cuja publicação causa polêmica no colégio em que se passa a estória, de maneira que achei igualmente dispensável qualquer variação sobre o tema (a líder de torcida grávida, uma de minhas atrizes e personagens favoritas do seriado, chorou rápido demais, em minha opinião) bem como a ridícula intenção de alguns membros co coral que nomeia o seriado em se tornarem infames. Para que aquilo?

Em segundo lugar, a participação da australiana Olivia Newton-John foi redundante, a nova personagem da professora reabilitada de seu vício em álcool e drogas (vide fotografia, com Jane Lynch) é patética, e as reviravoltas dramáticas da trama soam artificiais, seja quando a treinadora rude mostra-se terna ao ler uma historieta infantil com sua irmã portadora de síndrome de Down, seja quando a terapeuta virgem resolve dar uma lição de moral em seu namorado depois que imagina que ele tenha feito sexo com outras mulheres.

E, por último, é patente a intenção dos produtores em vender mais e mais com base no aspecto de auto-ajuda que agora percebo como inerente a cada cena, o que descamba para números musicais crescentemente videoclipescos e sem autenticidade e para uma escolha malfadada de canções a serem “reabilitadas” pelas novas gerações. Se me serve de consolo, a execução de “Total Eclipse of the Heart”, ao final, deixou-me completamente excitado, tanto que só pude dormir após baixar o disco da Bonnie Tyler em que esta canção egrégia está contida, mas... O que fizeram com meu seriado favorito? Por que estão desperdiçando o talento nascente do Cory Monteith? Por que o que se pretendia como uma inteligente resposta ao esvaziamento romântico de muitos seriados enlatados precisa estar tão subsumida a padrões deletérios de comércio espectatorial? Por quê?

Haja o que houver, supondo que o décimo-oitavo episódio seja ainda pior do que este, fica-me a lembrança perene de quanto estes personagens me foram críveis enquanto representação de uma ciranda adolescente que eu bem que poderia ter vivido... Ou vivi... Ou fui proibido de viver. Mas nada me levará a concordar com o uso supostamente defensivo do preconceito contra arme para quem oprime. Isto não funciona. Isto é mau! E, como disse o idiotizado professor Will Schuester (Mathew Morrisson), nada é mais ridículo do que imitar quem mais se despreza. Em outras palavras: alguém relacionado a “Glee” conseguiu atingir a má reputação pela qual ansiava!

Wesley PC>

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