terça-feira, 25 de maio de 2010

O QUE NÃO SE FAZ POR AMOR?!

Dormi demais hoje. Isto equivale a dizer que passei mais de oito horas em processo soporífero, talvez decorrente de cansaço, talvez decorrente da preocupação ideológicas acerca da prova de Jornalismo Policial a que me submeterei em alguns dias. O que importa é que, mesmo não conhecendo os motivos de meu sono exacerbado de ontem e hoje, acordei com forte dor de cabeça. Pior: acordei com fastio, sem vontade de apreciar as deliciosas guloseimas preparadas por minha mãe. À guisa de terapia, forcei-me a ver “$ 9.99” (2008, de Tatia Rosenthal), longa-metragem animado sobre a depressão reinante de um grupo de personagens, entre eles, um pai de família transtornado com o suicídio de um mendigo à sua frente, que só queria dinheiro para comprar café, e seus dois filhos, o mais novo iludido pelos livros de auto-ajuda vendidos pelo preço-título e o mais velho apaixonado por uma modelo anoréxica, que gradualmente o leva a raspar todos os pêlos do corpo e a remover seus ossos através de um supostamente indolor processo cirúrgico.

Enquanto via o filme, a fome voltava, de maneira que abocanhei um pouco de cuscuz com feijão e cenoura ralada assim que a sessão acabou, mas algo me deixou pensativo acerca dos comportamentos tristes descritos no filme, tratados como se fizessem parte de um processo educativo (“não se pode ter tudo o que se quer”, diz um pai austero ao filho que desejava ganhar um brinquedo) atrelado às insatisfações mantenedoras do Capitalismo. No caminho para o trabalho, encontrei um amigo de infância, hoje não mais visto com freqüência, que indagou em tom de chacota o porquê de eu usar um telefone celular tão simplista quanto aquele que eu utilizo. Respondi-lhe que, por mais simplista que pareça, o meu telefone celular funciona para fazer ligações, que é para aquilo que ele serve. Bastou-me. Mais tarde, tenho uma visita agendada com o perguntador, que está desempregado e perguntou se eu sei como ele consegue se afiliar a uma destas empresas de terceirização empregatícia. Na pior das hipóteses, teremos o que conversar.

Wesley PC>

Um comentário:

Nina Sampaio disse...

Weslynho!Com o SENALIC e com tantos textos a ler e a escrever...vim aqui agora, atendendo ao seu pedido-dica num comentário lá no Maracujá...Estou na bicen, portanto, a leitura é apressada aqui...Mas, desde já digo: irmano-me com esses "acordares" sem vontade de acordar, com esses encontros com a infância (como com os amigos de infância que comentam coisas assim)...