sábado, 5 de junho de 2010

CHANTAGEM PSIQUIÁTRICA (CAPÍTULO III)

“A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila, depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor”
(Tom Jobim)

E com isso eu renovo uma promessa, eu interrogo a mim mesmo uma pessoa neurótica pode agir de forma “normal” diante das carências afetivas. Co o quase sempre me acontece, a resposta epifânica veio em forma de filme: o argentino “Amorosa Soledad” (2008), dirigido por Martín Carranza & Victoria Galardi e protagonizado por uma iluminada Inés Efron.

O ponto de partida da trama não poderia ser mais tolo: uma jovem hipocondríaca, cujo nome significa solidão (!), é abandonada pelo namorado e decide que pode ser feliz sozinha. Em meio às suas várias visitas hospitalares e paranóias alimentícias, conhece um homem ocupado e também solitário que se apaixona por ela, cujo passatempo favorito é brincar de adivinhar nomes de doenças com a filha da vizinha. Tudo indica que ela vai ficar curada, que a reciprocidade afetiva irá aliviar algumas de suas agruras. Porém, ainda num dos primeiros contatos com seu novo amado, Soledad pede que, ao invés de acariciá-la, ele aplique pequenas palmadas em sua cabeça. “Tu realmente gostas que eu te faça isso?”, pergunta ele. “Sim, isto me acalma”, responde ela. Ao final, a solidão voluntária, as visitas hospitalares e uma visita à cidade de Fortaleza serão atitudes-chave. Bonito filme, ideal para pessoas que não têm jeito, como eu...

“A felicidade é como a pluma, que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar”.


Estará ventando lá fora? Pelo sim, pelo não, algumas exaltações sobre-empregatícias não mais!

Wesley PC>

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