terça-feira, 29 de junho de 2010

DEVO DAR UMA NOVA CHANCE À MARIA GADÚ? SE DEPENDER DE MEU IRMÃO MAIS NOVO, A RESPOSTA É "SIM"!

Não eram poucas as pessoas que me diziam que o CD de estréia desta cantora nascida em 1986 era ruim ou minhas suspeitas de que o sucesso televisivo conquistado por “Shimbalaiê” (que a mesma alega ter composto aos 10 anos de idade!) iria deixar meu irmão contente quando eu finalmente baixasse o CD. Dito e feito: mesmo sem ter reconhecido a cantora, meu irmão gostou da levada dançante da faixa de abertura (“Bela Flor”) que, ao invés de recorrer aos clichês sambistas ao qual se aferram muitas das ditas “revelações contemporâneas da MPB”, parece uma canção da Marisa Monte com uma voz mais encorpada. Em outras palavras: não é ruim, até que eu curti a canção.

“Que dance a linda flor girando por aí
Sonhando com amor sem dor, amor de flor
Querendo a flor que é, no sonho a flor que vem
Ser duplamente flor, encanta colore e faz bem”


Deitei no sofá, baixei um pouco de meu crivo severo em relação a este tipo de artista e ouvi o álbum com um pouco mais de atenção, tentando sentir o que o eu-lírico emocionado das canções transmitia. Funcionou um pouco com “Altar Particular”, foi mediano em “Dona Cila” e murchou na canção mais famosa do disco, não obstante eu admitir que aquele refrão (“Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar”) é bastante grudento, no bom e no mau sentido do termo.

Depois da morna “Escudos”, segue-se outra faixa de sucesso televisivo da cantora: a regravação de “Ne Me Quitte Pas”, do Jacques Brel, que apareceu na trilha sonora de pelo menos dois seriados da TV Globo. Ficou bonitinha abrasileirada, admito. A partir daí, não lembro direito das demais canções, pois tive que realizar algumas atividades paralelas à audição, o que não é recomendado quando estou a ouvir um disco pela primeira vez, mas tenho que vos alertar: a 13ª faixa do disco é nada mais, nada menos que uma versão em voz e violão de “Baba”, grosseria chavonada da Kelly Key. Cristo Rei, o que é que ela queria com isto?! Um assustador término para um disco que começara muito bem e evoluía com discrição branda, ao menos se comparado com os 4.214 lançamentos similares que aparecem diariamente no patamar recente da MPB... Ainda assim, posso dizer: é audível! Acho que vai ser executado de novo aqui em casa, até porque meu irmão parece ter gostado dele bem mais do que eu!

Wesley PC>

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