quarta-feira, 21 de julho de 2010

OS DISCOS QUE EU COMPREI PELA CAPA NA CORRERIA DO FIM DE PERÍODO...

Como vários de outros alunos da Universidade Federal de Sergipe, também enfrento atropelos com o chamado “final de período”: os professores largam-nos ao bel-prazer durante os três primeiros meses de aula e, na última semana, resolvem compensar suas ausências com trabalhos-surpresa, provas emergenciais e diversas outras atividades impositivas que nos tiram o sono. É o que está acontecendo comigo: pendências, pendências e mais pendências... Por isso, meu tempo para ver e comentar filmes está exíguo.

A fim de não me submeter por completo à inanição cultural, recorro sofregamente à música. Por que sofregamente? Simplesmente porque não há mais espaço em meu computador para eu acondicionar novos discos, mas a curiosidade e o fascínio que novas capas despertam sobre mim é maior! E por que estas capas me despertam fascínio? Porque é muito mais difícil entender como uma crítica de música nos influencia antes de ter ouvido um tal disco, visto que o grau de subjetividade aqui adotado é ainda maior que num filme ou livro. Assim sendo, estas foram as três minhas maiores descobertas musicais desta atribulada última semana: o novo clássico de música eletrônica norueguesa “Melody A.M.” (2001), do Röyksopp; a bela mixórdia entre MPB e música cubana perpetrada por Marina de la Riva em disco homônimo de 2007; e o superlançamento espanhol de ‘post-rock’, “II” (2010), do grupo Toundra. Resumirei abaixo o que achei de cada um deles:

• “Melody A.M.”: merecedor de página dupla (896-897) no guia “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”, este é um disco que não nos fisga de imediato. É aquele tipo de batida quase ‘chill-out’, que deve ser repetido em som brando, quando estivermos com um humor oscilante entre o hiper-agitado e o exaurido. Suas faixas costumam ser largamente utilizadas em comerciais de TV e a mais conhecida do disco é a número 2, “Eple”, mas a minha canção preferida foi, sem dúvida, a faixa 5, “Poor Leno”. Basta um segundo de audição para conhecer os óbvios motivos de minha apreciação (risos), mas o disco possui outros destaques, que serão melhor revelados à medida que eu escutá-lo com maior atenção;

• “Marina de la Riva”: que brilhante descoberta! Amei a combinação entre música tipicamente brasileira e sons tipicamente cubanos, às vezes misturando letras de duas canções diferentes num mesmo espaço-tempo musical. Abertura com “Tin Tin Deo”, mesclada ao “Xote das Meninas”, já é suficiente genial, mas os grandes momentos do disco são mesmo “Ta-hí” (famosa na voz de Carmen Miranda, no passado), “Sonho Meu” (sim, aquela mesma consagrada pela Maria Bethânia, em acordes mais vagarosos e igualmente encantadores), “Adeus, Maria Fulo + La Mulata Chancletera” (não se descreve esta combinação musical: se ouve e se geme!) e “Te Amare y Después” (que foi tema de um filme nacional que ainda não vi). Disco obrigatório, a ser conhecido e divulgado com fervor!;

• E, por fim, “II”: tive acesso ao mesmo depois que alguns amigos virtuais espanhóis recomendaram-no de pé, com a ressalva de que “não traz nada de novo, mas é bem-executado pra porra!”. Receio concordar. É leve, apaziguador e catártico como todo bom ‘post-rock’ instrumental e talvez funcione melhor no conceito do que na execução, mas faixas ibéricas como “Tchod” (logo na abertura) e “Bizâncio/Byzantium” (no fecho) compensam qualquer mesmice elogiosa detectada na audição proveitosa dos 40 minutos de ruídos aprazíveis. Sem contar que a capa do disco é um verdadeiro primor!

E é isso: deixa eu voltar para as minhas atividades acadêmicas, que ainda tenho muito o que fazer!

Wesley PC>

Um comentário:

Tiago de Oliveira disse...

Preciso com urgência baixar as músicas de seu tocador.