quarta-feira, 7 de julho de 2010

...OU DE COMO CHUPAR UM PAU EQUIVALE EM PRAZER À AUDIÊNCIA DE UM FILME IMPRESSIONISTA

Capítulo Ia: depois de muito esperar, a visitante indesejada (não sempre, mas naquele momento em pauta) dirige-se a sua residência. Terreno livre para uma troca assimétrica de experiências sexuais: um fica deitado fingindo que presta atenção à TV, o outro cheira os pés de seu interlocutor carnal, lambe seus testículos e cada centímetro de seu pênis, que triplica de tamanho em sua boca. Detalhe: numa imaginária taxonomia de papéis eróticos, quem mais exerce esforço físico é aqui tachado de “passivo”, mas, levando-se em consideração que quem chupa e quem é chupado sente prazer, importa o nome?


Capítulo Ib:
23h45’: “êtcha péla, quase meia-noite já. Daqui a pouco, minha mãe me telefona!”. Silêncio no cômodo ao lado: “hora de agir”. Ereção de um lado, ereção do outro. Ereção controlada e disfarçada, em virtude da (in)conveniência de um lado. O mesmo acontece do outro. Esfregar um órgão sexual, por cima do calção, com o nariz já era suficiente para validar a noite erótica, mas o tempo reservava mais. E mais. 10 minutos depois, um saudável gargarejo de sêmen escorria pela garganta daquele que escreve. E foi bom. E pouco importa que o sexo seja considerado uma coisa suja. Escrevi na agenda: “estou contente”!

Capítulo II (passado): revi “O Fazedor de Tempestades” (1947), de Jean Epstein. Temia uma prova intimidadora no dia seguinte. Estava cansado. Escolhi este filme por causa de sua curta duração, mas ele é lindo, ele dói, mesmo sendo afagador de nossos sentimentos. Sentir e estudar são coisas diferentes? Amar e memorizar um texto imenso são atitudes concorrentes? Preocupar-me, em primeira pessoa, com a mocinha que espera o retorno de seu amado lançado ao mar num dia de tempestade e decorar os princípios da objetividade jornalística diferem em princípio? Pelo sim, pelo não, deu certo: cochilei enquanto via o filme (que dura somente 22 minutos, mas, puxa, como eu estava cansado!), mas despertei a tempo de rebobiná-lo e consumir toda aquela poesia como se fosse a primeira vez!

Wesley PC>

2 comentários:

Bruno disse...

Nossa atorei isso *-*

Pseudokane3 disse...

Pura realidade (risos)

Jean Epstein faz isso conosco! (KKKK)

WPC>