quarta-feira, 21 de julho de 2010

SERÁ QUE SOU EU QUE ESTOU FICANDO VELHO?!...

Não tive brinquedos – no sentido mais convencional e capitalista do termo – quando era criança. Como tal, não pude compreender a contento os chamarizes cômico-dramático-enredísticos de “Toy Story – Um Mundo de Aventuras” (1995, de John Lasseter) quando este filme foi lançado nos cinemas e visto por mim, ainda na adolescência. Digo mais: nunca pude experimentar o mesmo prazer que meu caro Rafael Maurício sente sempre que revê este novo clássico animado, não obstante ter feito o possível para me encantar com “Toy Story 2” (1999, também de John Lasseter, ao lado de Ash Brannon & Lee Unkrich), considerado pelos críticos como superior ao primeiro. Não achei. Ri muito durante a sessão, graças á empolgação de minha mãe, mas... Ainda faltava alguma coisa, aquele “quê” que me fisgasse... Ontem, numa data consagrada como “o dia do amigo”, este quê apareceu: derramei lágrimas ao final de “Toy Story 3” (2010, agora sob o comando de Lee Unkrich) e ouso dizer, empolgado, que por pouco o filme não é perfeito!

Não sei quais dos freqüentadores habituais de Gomorra já viram o filme, mas, de coração, recomendo-o: é uma das poucas obras que, ao invés de privilegiarem o tema do pai que erra e se redime (cada vez mais comum nos desenhos animados de longa-metragem produzidos pelos mais diferentes estúdios), opta por um libelo encantador à amizade, englobada aqui tanto em seu sentido qualitativo quanto em suas possibilidades quantitativas. Digo mais: não sei se é de bom tom antecipar as reviravoltas do maravilhoso enredo, mas um paralelo com o que encontro em Gomorra é bem-vindo, no sentido mais emocionado e sincero do termo. Eis um filme comercial que realmente deve ser visto!

Na trama, o garoto Andy dos filmes anteriores cresce: 15 anos se passaram desde o primeiro filme e, seguindo a marcha inexorável dos papéis capitalistas, o garoto agora vai para a faculdade, não tendo mais tempo de brincar com seus velhos companheiros de plástico. Diversos qüiproquós fazem com que os brinquedos protagonistas estejam prestes a ser atirados ao lixo e caiam numa creche, onde crianças peraltas e um urso de pelúcia vilanesco e amargurado causam desconforto e desprazer provisório aos mesmos. Eles, porém, estão juntos. Mesmo nos momentos mais árduos, eles estão juntos. E foi isso que me bastou. Quanto mais o filme avançava e eu encontrava uma ou outra cena de que não gostava, quando ele abordava o tema da amizade incorruptível, eu me enternecia. Sabia o que o filme estava tentando fazer, no plano da sedução emotiva, mas dei-me ao luxo de sucumbir: o filme é lindo! Os meus companheiros de sessão ficaram igualmente agradecidos e emocionados e, junto a mim, concordaram que a cena final é absolutamente balsâmica! Mal sabiam eles que eu teria um reencontro agendado com os gomorrenses nesta noite de quarta-feira. Tudo indica que o evento vai bombar... e trazer à tona muitas emoções não-cicatrizadas. Quem viver, verá!

Wesley PC>

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