Mais uma vez, me vejo diante da tentativa inglória de explicar por que se gosta de um CD. Como transmitir em palavras o que os sons compassados nos causam? Como? Os discos abaixo, portanto, mesmo não sendo ótimos, foram os que mais ouvi durante o fim de semana e, como tal, trar-me-ão boas lembranças num futuro próximo:
• “Tanto Tempo” (2000), de Bebel Gilberto: midiaticamente divulgado como um dos discos brasileiros mais vendidos no exterior, este disco cumpre bem seus intentos comerciais de bossa nova contemporânea ‘for export’ e funciona bem como “música de ambiente”. Os destaques são as versões para “Mais Feliz”, da Adriana Calcanhotto, “Bananeira”, do Gilberto Gil, e o “So Nice (Summer Samba)”, do Marcos Valle, uma das canções mais recorrentes nas telenovelas escritas pelo pseudo-realista Manoel Carlos. Insisto: não é lá um grande disco, mas é funcional que só uma beleza!
• “Vagos Permanentes” (2008), de Vagos Permanentes: descobri este disco por acaso, quando tentava encontrar alguma canção que contivesse a palavra “Melilla”, em homenagem a uma amiga caloura de trabalho. Encontrei aqui o belo petardo militante “La Valla de Melilla”, logo na abertura do álbum, que faz menção aos preconceitos contra imigrantes na zona fronteiriça entre Espanha e Marrocos. O restante do disco não é lá tão célebre, mas também funciona muito bem em seus intentos genéricos, visto que renova o ‘ska’ de que bandas mais conhecidas como Skank e No Doubt nos deixaram publicamente acostumados. O bom humor das demais canções (“Ramón Sin Cobertura” em destaque) também é um ótimo aperitivo. Recomendo!
E é isso: estou acostumando-me a tentar resenhar discos que me fazem bem. Eis, portanto, mais uma intenção da arte: compartilhar a solidariedade através dos sentidos!
Wesley PC>
DOIS É DEMAIS EM ORLANDO (2024, de Rodrigo Van Der Put)
Há uma semana
5 comentários:
Conheci Bebel por causa de Closer. Ouvi uma vozinha agradável e em português (não é possível! - pensei no momento) servindo de trilha para a cena daquela exposição com fotografias enormes. Mas só gostei justamente das faixas apresentadas no filme. O resto do álbum é beeeem médio. E "música ambiente" é bem o que o define mesmo, você está certo, rs.
Samba e Amor, de Chico, é linda.
A melhor do disco!
"Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
(...)
De madrugada a gente ainda se ama
e a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama
reclama
do nosso eterno espreguiçar
(...)
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação"
êlêlê! É gostosa demais!
E eu vi em alguns cantos da net
que Mais Feliz seria de Cazuza, Dé e Bebel.
É?
Tome na cara, Wesley: de fato, Bebel Gilberto é co-compositora da canção... Se eu falei da Adriana Calcanhotto, é porque, coitado de mim, caí na besteira de citar o ínterprete como o "cavalo" da canção (kkkkk)- Comentário emocionado da tia! Vou ouvir este álbum mais tarde pensando nela...
Quanto á presença da Bebel Gilberto no filme do Mike Nichols, de fato, ela aparece em tudo quanto é filme gringo dito "estilizado" (risos) - Bebel Gilberto é a rainha dos elevadores estadunidenses (kkkkk) - E pensar que gostei tanto da Leandra Leal interpretando-a naquela biografia mediana sobre o Cazuza...
WPC>
opaaa, nmas valeu já pela atenção e ajuda!
sou de sampa-capital... um poquinho longe de vcs!
mas naom muito distante de gostos por filmes e outras coisas a mais [se é que me entende... hahahaha]
Ai, ai, estes entendimentos sub-reptícios (kkkk)
WPC>
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