segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SEGUNDA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2010: INÍCIO DO PERÍODO LETIVO 2010.2 DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, BRASIL.

Pela primeira vez desde 2003, desfrutei de um turno inteiro de meu dia para ter aulas. Das 7h às 13h de hoje, estive voluntariamente confinado em duas salas de aula, a fim de assistir às primeiras aulas do período. Por sorte, ambas as professoras apareceram, contrariando uma tendência infelizmente dominante nos primeiros dias.

A primeira disciplina a que assisti chamava-se TÉCNICAS DE PRODUÇÃO DE REPORTAGEM E REDAÇÃO JORNALÍSTICA I. Nesta, uma jovem professora estabelecia as conhecidas diferenciações entre jornalismo popular e jornalismo de referência e explicava-nos as principais aplicações, com base em sua experiência profissional pessoal, dos valores-notícia nas redações jornalísticas sergipanas. Acrescentou que as avaliações de sua disciplina basear-se-ão em atividades práticas, incluindo quiçá uma entrevista, algo que eu inicialmente não gosto e que, caso precise realmente enfrentar, delimitará por completo a minha adesão profissional a esta área de formação empregatícia ou não. Num momento, eu fiquei preocupado. No outro, diverti-me com as possibilidades de enfrentamento de algumas de minhas principais limitações sociais contemporâneas.

[INTERVALO]

A segunda disciplina tinha como título SEMINÁRIOS TEMÁTICOS III e como subtítulo “das redes sociais às mídias digitais”, de maneira que, com base nas metáforas da rede de pesca, da teia de aranha, da árvore cheia de galhos e do rizoma deleuziano, a professora explicou como atos individuais simples podem engendrar interações sociais mais amplas e complexas. Pareceu-me um prelúdio deveras interessante de conteúdo intra-acadêmico, mas a subsunção da firme professora à baderna vaidosa e autocomplacente da turma me incomodou. Conclusão: fiquei caladinho e encolhido na minha cadeira, temendo ser interpelado, ansioso para almoçar. Ainda que assustado, porém, comemorei esta liberação de minha asfixiante rotina de trabalho para assistir a estas duas aulas.

Detalhe: no intervalo acima destacado e durante as próprias disciplinas, fui interpelado por várias pessoas, que desejavam me fazer perguntas burocráticas e/ou interromper as minhas divagações sobre o apelido de “capô de fusca” que aplicam sobre determinadas áreas vaginais ou sobre o gosto seboso do lubrificante anal com gosto de chocolate que me fizeram experimentar. É muito divertido estar de voltas às aulas, com tudo de limitado que isto implica. É lindo!

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

eu lembro que uma coisa que foi terrível para mim foi fazer as minhas primeiras entrevistas.
eu me sentia invasiva, não gostava nem de pedir pra entrevistar, nem de fazer perguntas...
tinha muita vergonha...
e, por mais que já tenha até trabalhado num jornal, experimentando aquela rotina intensa de redação, mesmo assim eu continuava tremendo, tendo vergonha de entrevistar as pessoas... e continuo assim...
era um enfrentamento de todos os dias!

Gomorra disse...

Morro de medo disso...
Já sinto isso desde já!

WPC>