domingo, 12 de setembro de 2010

BANHEIRO DE HOMENS ≠ BANHEIRO DE MULHERES

Eu te amo, eu sou doido por ti, mas tu não queres paz comigo”...

Assim gritava, mais ou menos, um homem sentado à minha frente no ônibus de volta para Aracaju no início da noite de ontem, com alguém ao celular. A ligação durou bem meia-hora e eu ficava a me imaginar numa situação similar. O garoto ao meu lado sorria. E eu pensava: “e se fosse eu?”. Às 20h, eu estava noutro ponto de ônibus, quando recebo uma ligação de minha mãe, perguntando se eu já estava perto de casa. E, por dentro, a sensação incômoda se repetia: e se fosse eu... E se fosse eu?

Estava relutando em descrever com detalhes públicos como havia sido o meu sábado de ontem, tão longe de casa, tão perto de um ideal imperfeito de “casa” que eu próprio vislumbro para mim... Na escola pública depauperada em que eu me encontrava, a sujeira cobria todos os cômodos. A secretaria, por exemplo, onde um assistente da diretora pediu que eu me sentasse, estava uma bagunça. A escola estava em reforma, aliás. O banheiro das mulheres estava fechado e, no banheiro dos homens, havia uma gravura que muito parecia com o cantor pseudo-sertanejo Leonardo. E eu mijei lá... E não tinha cano para puxar a descarga. Nem pia para lavar as mãos!

Em dado momento do sábado, um rapaz que almoçava comigo disse que não gostava quando outras pessoas usavam o termo “bicha”: “o pessoal fala isso como se fosse uma raça à parte. Acho mais sensato quando tu dizes ‘afetado’”! Expliquei que ‘bicha’ é realmente um termo pejorativo e que eu o utilizava com esta intenção reclamante. De súbito, “um homossexual que se faz de desentendido” entra na sala em que estávamos, forçando-nos a mudar de assunto. Comíamos, no instante em pauta. Foi bom.

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

se eu visse uma cena como essa na minha frente...
ficaria embasbacada..

Pseudokane3 disse...

Pois eu vi por frente e de dentro: era como se fosse eu a gritar aquilo!

WPC>