quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"NOSSOS ÍDOLOS AINDA SÃO OS MESMOS"!

"Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava"


Com estas palavras, o cearense Belchior inicia aquela que talvez seja a sua canção mais pungente, em minha opinião muito pessoal: "A Palo Seco". E é com estas mesmas palavras que eu externo aqui o meu estupor iracundo diante de "Os Sonhadores" (2003, de Bernardo Bertolucci) que eu acabo de ver pela enésima vez e que sempre me causa muita cólera, mesmo eu ficando largamente deslumbrado diante de cada uma de suas imagens. Por que é que isto acontece comigo? Porque, como diz o próprio Belchior, “eu quero que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês”, mas costumo me contentar com as aparências. Hoje em dia, isso é tão raro, que até mesmo as aparências me cativam. Sou um idiota, Deus me livre!

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

a palo seco é também um poema de Cabral.
uma estrofe:
o cante a palo seco
é um cante desarmado
só a lâmina da voz
sem a arma do braço
que o cante a palo seco
sem tempero ou ajuda
tem de abrir o silêncio
com sua chama nua.

Debs Cruz disse...

Escutei essa música ontem, antes de dormir.
Err...
Deixa pra lá!