sexta-feira, 24 de setembro de 2010

VIRÁ A MADRUGADA DO GALO MORTO!

Às 10h de hoje, eu saía de um supermercado com 9 DVDs na bolsa, 2 barras de chocolate branco, uma embalagem de Ruffles e um recipiente de 1 litro de iogurte com sabor de mamão com laranja. De repente, o telefone toca: Wesley, o galo daqui de casa morreu!. Era minha mãe. Aparentemente, o peru e a cabrita de meu quintal atracaram o referido galo num canto e espancaram-no até a morte. Achei esquisita esta hipótese, mas, como ele era um animal recém-chegado à mini-fazenda de meu quintal, pareceu um tanto plausível a curto prazo. Como o bicho já estava morto (espancado, supostamente – logo, vitimado por causas artificiais) e minha mãe, meus cachorros e meu irmão caçula ainda são carnívoros, não achei de mau tom que o galo fosse depenado e cozido. Porém, Rosane recusou: “e se ele já estava doente quando chegou aqui em casa? O canto dele era tão estranho, cansado...”. A hipótese do assassinato por espancamento caiu por terra neste exato momento!

Por mais que a pletora de bichos de diferentes espécies em minha residência ocasione eventuais rinhas por território, não creio que animais espanquem-se até a morte, salvo em caso de necessidade alimentícia, crença esta que, infelizmente, não tem a ver com os seres humanos, assassinos ostensivos quando frustrados em sociedade. Na semana passada, inclusive, minha cadelinha branca Zhang-Ke deu a luz a quatro belos cachorrinhos negros, que, até duas horas atrás, estavam alojados debaixo da cama de minha mãe. Mãe zelosa que se tornou, Zhang-Ke morde quem tenta chegar perto de sua prole, mas, ainda assim, precisei enfrentar suas dentadas e transferir os bichinhos para um lugar mais iluminado, a fim de que eles possam ter contato com a luz quando abrirem os olhos. Agora, eles (mãe e quatro filhos caninos) estão debaixo da mesa da cozinha, bem próximos dos pepinos, tomates e bananas que Zhang-Ke tanto aprecia e da sacola de lixo onde estão as penas do galo morto que foi jogado num terreno baldio, onde pode se decompor e feder sem incomodar-nos. E, sem que eu percebesse, nesse pequeno texto, eu despejei toneladas de especismo disfarçado de cuidados com outras espécies animais. Reles presunção de minha parte: de boas intenções, os ditados populares estão cheios!

Wesley PC>

Nenhum comentário: