quinta-feira, 14 de outubro de 2010

AS INVOCAÇÕES EVOCATIVAS...

O melhor de ir para casa andando é que, além de um excelente exercício diuturno, esta meia-hora me proporciona bons momentos ouvindo música. Na noite de hoje, porém, uma voz alta interrompeu minha interação com o que está sendo executado em meus fones de ouvido. Uma voz gritou, bem alto, quando eu saía do bairro Rosa Elze: “XALALÁ!”. Era meu apelido de infância. Deparara-me com alguém que estudou comigo na sexta série, em 1993, e ainda se lembrava carinhosamente de mim...!

Engraçado é que eu não gostava muito deste apelido à época. Ele fora-me atribuído por causa da similaridade de minha voz fina infantil à voz infantil e anasalada do personagem Shyler, do seriado animado “Dink, o Pequeno Dinossauro”, exibido diariamente na TV Globo no ano em pauta e do qual, até hoje, não vi sequer um só episódio! Chamavam-me de Xalalá porque minha voz era fina. Chamavam-me de bicha e de viado desde que eu me entendo por gente por causa disso. E isso já me fez chorar muito. Hoje, o apelido é um sinal de carinho... E eu confesso que até fiquei um tantinho orgulhoso quando vi que alguém ainda me chama assim...

Hoje, minha voz ainda é fina e afetada, mas, agora, tais problemas têm mais a ver com minha velocidade de enunciação e com meus chistes freqüentes, e não mais com um defeito genético julgamento como chaga social. Hoje eu enfrento bem as intimidações verbais coletivas, penso eu. Senti-me um pouquinho mais forte ao perceber isto. Tanto que me deu muita, muita vontade de ver nem que seja um tantinho deste seriado animado... Onde será que eu o encontro?

Wesley PC>

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