domingo, 24 de outubro de 2010

A GRANDE MERDA SUBESTIMADA! (PRIMEIRA TENTATIVA DE REFLEXÃO)

Quando eu gosto de uma pessoa e, por conseguinte, desejo passar o máximo possível de tempo ao lado dela, sirvo-me de todos os recursos cotidianos disponíveis enquanto assuntos que possam engendrar o mínimo de interesse dialogístico. Na manhã de hoje, tomei café ao lado de uma pessoa que comemorava o fato de ter sido amparada amistosamente por um orientador monográfico tachado como pessoalmente monstruoso por quase todos aqueles que com ele se deparam e, como o mesmo é chefe de Departamento do curso de alguém que venero, comentei o contentamento de minha amiga com ele, que, ingenuamente, respondeu-me com uma mensagem de celular deveras sujeita a interpretações morais equivocadas: “como diria um grande sábio: grande merda!”.

Sei que ele não teve más intenções ao comentar isso (era apenas um chiste, conforme eu tinha certeza e o mesmo me confirmou logo em seguida), mas dediquei-me, a partir dali, a refletir sobre o papel da merda em nossa sociedade de consumo e julgamentos precipitados. Quando desgostamos e/ou desdenhamos de algo, é fácil dizer: “é uma merda!”, mas... Será que esta é uma metáfora condizente?

Vejamos: a merda (ou bolo fecal) é o resultado decorrente de uma boa digestão e o principal indício de um funcionalmente saudável de uma dada configuração corpórea. Ou seja: caga bem quem come bem (e vice-versa)! Logo, uma “grande merda”, por mais fedorenta e incômoda que pareça, é, em meu parecer, algo positivo, o que pode ser facilmente contrastado pelos depoimentos dolorosos de quem sofre prisão de ventre. Se merda fosse ruim, a indústria de laxantes não lucraria tanto ao redor do mundo!

A fim de atenuar o mau clima que poderia se instaurar entre eu e o meu inocente interlocutor, comentei com ele sobre os tolocos quase liquefeitos e mui fedorentos com que nos deparamos quando tentávamos lavar um prato no banheiro dos homens da Reitoria da UFS, na última sexta-feira. Aquilo sim era uma grande (e podre) merda! E não tinha nada a ver com o tipo de observação empolgada que eu tentara lhe transmitir através de meu comentário inicial. Aí eu tive certeza de que, nalguns casos, quando tachamos algo de “grande merda”, na verdade assumimos que não temos afinidade, interesse ou propensão analítica sobre aquele assunto, o que não é necessariamente bom ou ruim, apenas uma tomada precipitada de partido. E, como isto me incomoda pessoalmente, este assunto voltará ainda à tona neste ‘blog’...

Wesley PC>

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