quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PORQUE SER EFETIVAMENTE JAPONÊS É O DE MENOS!

Quando eu saí de casa, meu irmão lavava a sala e minha mãe adormecia. Achei de bom tom, portanto, tomar banho ao som de “Kishunraku No Jo”, melodia de quase 15 minutos que corresponde à faixa 04 do maravilhoso álbum de música tradicional japonesa “Gagaku”, de Kunaicho Gakubu. Horas antes, eu li mais alguns trechos emocionantes de “Confissões de uma Máscara” (1948), obra-prima de Yukio Mishima em que o narrador transita entre a paixão que sentia pelo sovaco de um colega de classe e as impressões de amor que demonstra frente às pernas da irmã pianista de um colega de classe. Já participei de inúmeros debates polêmicos acerca da competição qualitativa entre Akira Kurosawa e Kenji Mizoguchi. Minha resposta: Yasujiro Ozu é ‘hors concours’. Nagisa Oshima é diferente. E eu tenho um amigo virtual nipônico de nome Hideyuki. Se ele me ajuda nesta questão? De jeito nenhum. Ele entende mesmo é da cinematografia de Andy Warhol e das canções do Coldplay. E eu já tive tesão por um praticante de ‘aikido’ que dormia numa cama com formato de ‘yin/yang’, ao lado de uma espada samurai. Mas não sou japonês. Por mais que eu venere o cosmopolitismo violento do Takashi Miike, eu não sou japonês. E, definitivamente, isso é o de menos!

Wesley PC>

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