domingo, 28 de novembro de 2010

EU SOU (OU BEM QUE PODERIA SER) IGUAL A QUALQUER UM NOS FINAIS DE SEMANA!

Quase qualquer um tem atividades burocrático-acadêmicas para resolver durante os finais de semana. Em finais de período, principalmente. E, tal qual muitos outros, eu programei algumas leituras mais convencionais para o dia de sábado, que foram se atropelando e adentraram pelo domingo. Somente por volta das 22h, li o capítulo do livro do Dominique Wolton indicado por uma professora deveras exigente. E lá, na página 106, encontrei algo que me pungiu: “quanto mais há transparência, mais há rumores e segredos. Tão simplesmente porque nunca há relações sociais transparentes. A esta burocracia humana e social se junta a burocracia técnica, porque as ferramentas são menos performáticas do que parecem, as sucessivas gerações tecnológicas deixam zonas de sombras e de ineficácias porque, esquece-se freqüentemente, os engenheiros e os inventores não são mais racionais do que os usuários” (WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Uma teoria crítica das novas mídias. Porto Alegre: Sulina, 2003). Por que eu não li isto antes?!

Satisfeito que fiquei por perceber que a leitura que me parecia obrigatória era também muito prazerosa, preparo-me agora para reler o capítulo, voluntariamente, buscando sentir a mesma sensação de prazer gnosiológico que ele me causou da primeira vez. Tentarei dar um tempo na perseguição romântica que empreendendo contra um jovem de pele, cabelos e olhos claros, desligarei a TV na qual acabo de assistir a um episódio de seriado televisivo norte-americano em que a culpa extrema é indicada como sintoma de narcisismo e consolar-me-ei com a esperança que o rapaz citado há alguns segundos tenha visto o programa que lhe indiquei, um debate com o crítico de cinema Sergio Rizzo sobre “a representação familiar no cinema industrial”, exibido no “Café Filosófico” deste domingo, de qualidade generalista sobressalente. E que venha a semana que vem... Novos textos, novos programas, novos livros, a mesma perseguição romântica (por enquanto, enquanto me há vida)...

Wesley PC>

Nenhum comentário: