sexta-feira, 26 de novembro de 2010

“EU VOU BEBER PRÁ ESQUECER MEUS PROBLEMAS”...

Mas, se eu fazer isso, terei um novo problema para resolver: a difícil libertação da bebedeira. Foi apenas um pensamento rápido, antes de ser racionalmente tachado de insuportável e de me aventurar pelas armadilhas narrativas de mais um daqueles filmes ‘gays’ quase insuportáveis que tendem à guetificação como se isto fosse algo meritório. Tratava-se de “Dog Tags” (2008, de Damion Dietz), sobre um rapaz atormentado por não conhecer seu pai que se alista no exército e descobre que sua esposa é amplamente infiel. Numa caminhada solitária pelo deserto, ele é convocado a fazer um teste como ator pornográfico, mas logo desiste. Seu suposto companheiro de cena, afetado e entupido de maquiagem, lhe oferece carona e eles se tornam amigos e, depois de algumas decepções compartilhadas, amantes. Parece a coisa mais normal do mundo, não é? Como sempre, a inverossimilhança sentimental define o tom da narrativa: o entorpecimento que este tipo de filme provoca é tão deletério quanto submeter-se ao alcoolismo com intuitos obliteradores. Por isso, ajo de bom tom em recordar a mim mesmo que, se sou tachado a torto e a direito de “insuportável”, devo ter dado motivos a outrem para tanto. Chuif! E, de coração, este subgênero ‘gay’ a que me submeto a analisar agora realmente me dá nos nervos – num sentido arduamente negativo do termo.

Eu vou beber pra esquecer meus problemas (bebe negão)
Eu vou beber pra esquecer minhas dívidas (bebe negão)
Eu vou beber para escecer minhas angústias (bebe negão)
Eu vou beber que hoje eu quero alegria
(meu Deus, ó, meu Deus) (bebe negão) ( Ò, meu Pai !) (bebe negão)”

Assim canta Renato Fechine et alli. (sic)

Wesley PC>

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