terça-feira, 16 de novembro de 2010

PORQUE AGORA EU SINTO NA PELE, NA CARNE, NOS OSSOS, NA MENTE, NO CORAÇÃO (A ETERNA REPRISE):

“ – Não se deixa de amar quando não se vê a pessoa.
- Não?
- As pessoas não amam Deus mesmo sem terem visto-O?
- Esse não é meu tipo de amor!
- Talvez seja o único que exista”


E é por derramar tantas lágrimas e orações quanto a protagonista atéia de Julianne Moore que eu venho aqui me oferecer enquanto metonímia do sacrifico afetivo: como será que eu demonstraria meu amor a alguém que estivesse num estágio avançado de contaminação por sífilis? Seria esta o tipo de situação em que poderia validar adequadamente meu famoso jargão namoratório “te amo da cintura para cima”, que parece não ter dado muito certo na minha prática social até então... Chuif!

E eu já tinha escrito isto, já tinha usado esta mesma foto numa postagem, já tinha comentado o quanto é grandiosa esta seqüência, mas, até então, não tinha sentido tão forte na pele o que é converter um amor platônico plenamente irrealizável numa demonstração perene de amor a Deus: estou enlouquecendo de tanta necessidade de invocar o nome santo, tal qual o faz irmã Kelly Patrícia em sua extremada declaração de amor, “Vivo sem Viver em Mim”: “Esta divina prisão, do amor em que eu vivo, fez a Deus ser meu cativo, e livre meu coração; E causa em mim tal paixão ser eu de Deus a prisão”. Por isso, como condenar quem se filia ao temor abaixo?

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

E, graças à obra-prima romântica igualmente extremada que atende pelo nome de “Fim de Caso” (1999, de Neil Jordan), deixei de ser ateu, imediatamente em seguida a dois dias de desamparo religioso que não quero nunca mais repetir em vida ou em morte ou em ‘post-mortem’. Afinal de contas, no supremo céu do “Paraíso” de Dante Alighieri, é o amor que ele descobre: “Ó luz que vives de teu próprio ardor, que em ti sentes, e és por ti sentida, quem em ti, e só por ti, és graça e amor!” (linhas 124-126 do Canto XXXIII). E enlouqueço mais e mais: tudo se repete!

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!

E de novo:

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

E de novo:

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

E de novo:

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

E de novo:

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

E de novo:

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

E de novo:

Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”


E de novo:

(...)

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

eu deixo de amar quando deixo de ver..
talvez por isso seja ateísta...
mas também às vezes me pego crendo em deus...
assim como tenho leves recaídas amorosas...
que coisa!

Pseudokane3 disse...

Acho que essa é justamente a questão, amiga Tatiana. Eu também não consigo amar o ausente. Como Deus, para mim, está PRESENTE o tempo inteiro, é Ele quem "tapa o buraco", mas este processo de tapação dói... Precisa doer... E dá no que dá... E eu fico do jeito que fico: e de novo, e de novo "“Agora começo a te entender, Ó Deus, tu me esvazias de amor e depois me preenche com Teu amor!”

WPC>