sábado, 6 de fevereiro de 2010

POR FALAR EM ESTAGIÁRIOS...

Há um novato no setor em que trabalho. Um inteligente estudante de História, que tem a sobrancelha grossa, não deve ficar muito bonito em fotografias (apesar de o sê-lo ‘in loco’), está a fazer regime alimentar matinal (não sei bem o porquê) e foi chamado de “fofo” por várias garotas que por lá passaram. Se eu tiver sorte nas minhas comunicações futuras com ele, vou emprestar o filme do Michael Winterbottom mostrado em foto. Quem sabe ele não se interessa? (risos) De resto, ele já foi advertido que paranóia burocrática causa queda de pêlos pubianos!

Wesley PC>

HÁ AMOR EM MINHA VIDA!

“ – Mamãe! Mamãe!
- O que foi minha filha?
- A gente não é nada nesta vida”.


Estas são as três últimas frases de uma obra-prima literária do Lima Barreto, lidas assim que acordei na manhã de hoje. Fui dormir um tanto chateado porque perdi a última cena do último trabalho cinematográfico de Walter Hugo Khouri, exibido ontem na TV Cultura e, por este motivo, acordei um tanto fustigado pela tristeza que nada mais era que a face vingativa de um cansaço inassumido por motivos políticos. Não tive tempo de escrever quase nada no ‘blog’ esta semana. Dediquei 12 horas diárias de meus 5 dias úteis semanais ao trabalho burocrático, à tênue crença profissional de que é possível agradar às pessoas que precisam de ajuda administrativa. Na segunda-feira, porém, fui visitado por um arrogante estudante de Biologia que disse que a Universidade inteira me odeia, que até mesmo quem fala bem de mim pela frente, me difama por trás. Sou acostumado a receber ofensas no trabalho, mas esta em particular me deixou pensativo, em especial pelas conseqüências imediatas da mesma, visto que meu chefe esta presente na sala e se desentendeu violentamente com o estúpido reclamante. E eu queria desabafar... Mas, por segurança profissional, preferi me calar e me atormentar por dentro. Nem ficar acordado para ver um bom ou mau filme eu conseguia. Se não fossem a existência da Música e os três estagiários que estiveram a meu lado esta semana, não sei o que seria de mim!

Wesley PC>

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

COMEÇA A DOCE TEMPORADA DE FUTILIDADES...

Na manhã de ontem, foi divulgada a lista com os 10 indicados ao Oscar de Melhor Filme deste ano, conforme acontecia nos primórdios da premiação, nas décadas de 1920 e 1930. Em verdade, a premiação está desgastada há anos, mas ainda acho divertido acompanhar os filmes indicados e a cerimônia per si ao lado de meus amigos.

Dentre os 10 filmes indicados este ano, por enquanto, só tive a oportunidade de ver 4: o abominável “Avatar” (2009, de James Cameron), o superestimado “Bastardos Inglórios” (2009, de Quentin Tarantino), o encantador “Up – Altas Aventuras” (2009, de Pete Docter & Bob Peterson) e “Distrito 9” (2009, de Neill Blomkamp), até então o melhor filme do ano passado, simplesmente arrebatador e providencial!

Os outros filmes indicados, os quais já possuo em cópias baixadas em formato Dvix, são: “Um Homem Sério” (2009, de Joel & Ethan Coen), que vem sendo mal-falado por alguns críticos, mas que ainda resguarda minha confiança no estilo mordaz dos diretores; o drama romântico britânico “Educação” (2009, de Lone Sherfig), com roteiro do escritor alternativo e musical alternativo Nick Hornby; “Guerra do Terror” (2008, de Kathryn Bigelow), quiçá o favorito, sobre um equipe desmontadora de bombas em Bagdá; “Amor Sem Escalas” (2009, de Jason Reitman), que verei por obrigação contratual, mas que já me desagrada um pouco, em virtude da briguinha que tive com o diretor; “Preciosa – Uma História de Esperança” (2009, de Lee Daniels), sobre uma garota negra com obesidade mórbida que é estuprada pelo pai e engravida duas vezes; e “Um Sonho Possível” (2009, de John Lee Hancock), tradução nacional para “The Blind Side” (“O Lado Cego”), protagonizado pela favorita ao Oscar de Melhor Atriz, Sandra Bullock (!) e cuja sinopse pesquisada diz mais ou menos o seguinte: “dona-de-casa rica e suburbana adota um sem-teto que dormia perto de sua casa e este torna-se um astro do futebol americano”. Parece suficientemente interessante para alguém?

De resto, é isso: em breve, comentarei filme por filme, mas, com todo e qualquer problema midiático-ideológico associado à premiação, recomendo: é bastante divertido assistir ao Oscar. Sempre gostei! E, mesmo com a safra insípida do ano passado, ainda assim eu recomendo a premiação. É muito divertida!

Wesley PC>

domingo, 31 de janeiro de 2010

QUE BOM QUE TEM TANTA GENTE ESTRANHA NESTE MUNDO?

Ontem eu vi o pior filme de terror sobre ‘nerds’ a que tive acesso este ano. Trata-se de uma produção telefílmica canadense de nome “Killer Bash” (2005), dirigido por um afetado medíocre chamado David DeCoteau, que, pelo exagero explorador da nudez de seus atores com pênis, só pode ser ‘gay’ (vide a foto de uma das cenas mais demoradas – e eróticas – do péssimo filme). Plagiando situações caras ao clássico “Carrie, a Estranha” (1976, de Brian De Palma), este filme ruim se inicia com um assassinato. Um ‘nerd’ é espancado por seus belos desafetos masculinos, por motivos nunca explicados satisfatoriamente. Exatos 30 anos depois, uma estudante de Medicina também ridicularizada pelos colegas encontra um anel e um mapa usados pelo falecido e se torna o avatar de sua vingança sobrenatural. Estraçalha o pescoço do filho de um dos assassinos com um haltere, engasga outro com uma barra de cereais e derruba fatalmente um terceiro com uma bola de futebol. As mortes sangrentas vão se acumulando, até que a moça feia (que agora está bonita) se apaixona por um dos rapazes. Não são poucas as tomadas sensuais de seu corpo, de seu tórax definido, de suas pernas abertas, de sua virilha, dos pêlos que circundam o seu umbigo... Quando sabemos que este ator com corpo devorado pela câmera atende pelo nome de Cory Monteith, o fabuloso Finn do seriado “Glee” (vide ele encostado na parede, na fotografia), todo o tormento em assistir aos mais de 101 minutos deste filme torna-se prenhe de razão e motivação. Vi-o dublado em francês, sem legendas, numa cópia deficitária, às 2h da madrugada. É abominável, como eu previa, mas, ainda assim, não me arrependi em nada de ter participado desta sessão (risos), exceto pelo fato de que percebo agora que os ‘nerds’ defensivos são uma fórmula dominante na indústria do entretenimento midiático. Afinal de contas, quem é rejeitado por outrem tem mais motivos para gastar dinheiro com porcarias como esta! E o pior é que eu vou disseminar minha cópia do filme, ainda que, não justificadamente, por motivos bastante pessoais...

Wesley PC>