segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ADICIONA AÍ MAIS UMA DECEPÇÃO CONTRACULTURAL!

Desde que eu me entendo como um ser humano com desejos fílmicos que eu ansiava por ver “O Gato Fritz” (1972, de Ralph Bakshi). Sendo fã de antemão do desenhista Robert Crumb, mesmo que ainda não tivesse a oportunidade de ver nenhuma de suas produções ‘underground’, fiquei de sobreaviso quando uma dada publicação antecipou que o filme trai as concepções psicológicas dos personagens. Acabo de ver o filme e, que decepção! Os personagens são rasos, as situações mal-costuradas e o que chamam de “contracultura” no filme não passa de um apanhado de orgias eróticas com predomínio machista e apologias equivocadas a dadas substâncias psicotrópicas. Detestei o filme não somente pelo que ele é, mas pelo que ele representa enquanto equivoco juvenil setentista!

Na noite de sábado, eu e alguns amigos passamos a madrugada na Orla da praia de Atalaia. Pudemos observar o comportamento etílico de alguns adolescentes que estavam ao nosso lado, enquanto tive o particular desprezar de ouvir algumas pessoas que estavam ao meu lado gracejarem diante da suposta necessidade de ‘crack’. Uma garota vestida e pintada como Cherie Currie (vocalista da banda ‘punk’ feminista The Runaways, famosa pela canção auto-elogiosa “Cherry Bomb”) gritava histrionicamente do outro lado, fazendo com que quase todos do lugar percebessem o quanto ela era fútil e insuportável. Uma rapariga andava de patins, um tanto alheia aos outros adolescentes, até que leva uma queda e é zombada por pessoas que me cercavam. E garrafas e mais garrafas de vodka foram quebradas no chão daquela pista...

Numa das primeiras cenas do filme, o tal do gato protagonista leva algumas meninas política e filosoficamente impressionáveis para um lugar onde sobejavam drogas e fode-as numa banheira, até que é interrompido por outros animais, que também querem foder. Ele, então, se entope de maconha e se esconde numa privada quando dois policiais suínos invadem o lugar para prender os maloqueiros. Poderia ser engraçado, se tudo não fosse tão carregado de negatividade fálica e de preconceitos generalistas embutidos contra religião, “caretice” e outros posicionamentos morais que vão de encontro à constante baderna intentada pelos personagens... Definitivamente, isto não é para mim! E quando os personagens se metem a defender a Revolução Socialista, o enredo desanda por completo. Ainda me considero fã do Robert Crumb, mas acho que o diretor Ralph Bakshi traiu sobremaneira o espírito de suas criações neste filme. Humpf!

Wesley PC>

Um comentário:

Americo disse...

Cherrie Bomb depois das drogas e da aposentadoria veio morar em Aracaju como o Bob Generic e a Penélope Charmosa...


hauahauhaua