terça-feira, 11 de janeiro de 2011

APRENDENDO COM HONORÉ DE BALZAC...

Na manhã de ontem, enquanto explicava a uma formanda de Medicina que seu Diploma ainda não estava pronto, tive um ataque violento de enxaqueca. Precisei sair do trabalho e me deitar no chão, gemendo de dor. Uma colega de trabalho me viu e sentou ao meu lado, dizendo que sua irmã também sofre de enxaqueca e que eu devia inspirar e expirar seguindo orientações que ela pacientemente me transmitia. Eu agradecia pela ajuda, mas não conseguia me concentrar: a dor era muito forte! Ingeri outro comprimido, enquanto a moça dizia que eu não sabia pelo que ela estava passando e que minha dor é demasiado perecível perto do que ela estava a enfrentar. Dores físicas são mais fortes que as dores da alma? Lendo “O Coronel Chabert” (1832), de Honoré de Balzac, antes de dormir, encontrei a seguinte passagem, entre as páginas 35-36: “Não haveria fim, senhor, se eu tivesse de lhe contar todas as desgraças de minha vida de mendigo. Mas os sofrimentos morais, junto aos quais empalidecem as dores físicas, provocam menos compaixão porque ninguém os vê”. Calei a boca. Não acho que estejam a ver minha dor física neste momento, mas, definitivamente, sujeição à competitividade dorida é o que menos preciso agora!

Wesley PC>

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