domingo, 9 de janeiro de 2011

A TAL DA DOR FORTE EM MINHA CABEÇA...

“At times I'm truly terrified
'Cause dope and booze
don't help to hide
They're used to mask
A weakling's hurt
It's just like painting over dirt
Everyone I love is dead”


O que começou como uma dor de sobrancelha na sexta-feira hoje se manifesta como uma enxaqueca violenta, que pode ou não ser causada por minha sinusite crônica. Segundo minha mãe, fui imprudente ao ter saído de casa ontem, ter aspirado o ar praiano enquanto sentia dor, mas, por dentro, como isto me fez bem...!

Por fora, entretanto, o efeito foi inverso: temia vomitar nos ônibus de volta para casa, ao passo em que não conseguia esconder a dor, a vontade intensa de chorar. Era uma dor física, mas como doía! Uma das mais violentas que me lembro de ter sentido. Um dor que me impediu de dormir por mais de 5 horas. Cheguei em casa e fiquei gemendo em cima da cama, enquanto minha mãe tentava me empanturrar com remédios, chás, comidas, ungüentos, carinho, tudo o que estivesse a seu alcance.

Quando despertei, por volta das 16h, a dor havia diminuído um pouco. Ainda sinto, mas consigo respirar, consigo mover os olhos, consigo ler. Minha mãe disse que um dos possíveis motivos para o incremento desta dor é o tipo de escolha cultural que eu realizo: filmes, músicas e livros centrados no sofrimento. Por conta dela, almocei em pleno silencio hoje, com rádio e TV desligados. Mas, tenho que confessar: enquanto vinha para casa, na manhã de hoje, e sofria com a fortíssima dor de cabeça que me afligia, ousei ouvir novamente a canção mórbida que descobri ontem: “Everyone I Love is Dead”, da banda Type O-Negative, pertencente ao disco “World Coming Down”, de 1999. Conheço pouquíssimo sobre esta banda, mas a lugubridade das letras e a voz gutural de Peter Steele, morto ano passado em decorrência de uma falência cardíaca. Ele sofre, não é possível: não tem como fingir tanto sofrimento numa canção sem sentir dor. E, por causa deste tipo de impressão, minha mãe pediu que, caso eu consiga me levantar para ir ao trabalho amanhã, que eu não ponha os fones de ouvido em minha orelha. “Vá em silêncio, Wesley!”, recomendou-me ela. Se eu conseguir acordar sem sentir a dor atroz que me perseguiu hoje, juro que a obedecerei, ao menos no percurso de ida.

Wesley PC>

2 comentários:

tatiana hora disse...

rapaz, não imaginei que você estivesse tão mal quando saiu de lá... caramba...

Gomorra disse...

Continuo mal...
Uma dor horrível.
Mas, se serve de consolo sincero, fez-me bem te ver, ter falado contigo, ter te visto sorrir, Tatiana... Juro!
Calor humano me salva sempre!

WPC>