terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

COMO SE EU ESTIVESSE NUM CABARÉ ‘GAY’, AQUI MESMO NO BRASIL...

Não que “Berlim, Texas” (2010), do paulistano Thiago Pethit, seja uma maravilha imediata, mas a sonoridade afetada da canção de abertura “Não Se Vá”, acompanhada por um dedilhado entristecido e intermitente de piano, encanta na primeira audição, o que também se confirma na versão em inglês da mesma canção, que fecha o disco.

Uma letra demasiado simples: uma confissão, um pedido, uma promessa... A frase-chave sendo repetida em pontos determinantes da canção: “não se vá”. Apenas isso e bastaria.

Ouvi o disco na íntegra apenas uma vez e, sinceramente, não fui minuciosamente tocado pelas outras canções, com títulos demasiado sugestivos como “Mapa-Múndi”, “Voix de Ville” e “Outra Canção Tristonha”, mas o clima de cabaré ‘gay’ germânico da década de 1930 que o disco como um todo emula, aliado à beleza simples e quase sussurrada da canção de abertura, é algo que me faz recomendar este disco para quem está olhando para os lados, com vontade de falar o que todo mundo já sabe, com vontade de choramingar um pouquinho, bem de leve, para não borrar a maquiagem ou incomodar quem está ao lado. Uma fofura!

“É triste sim, eu sei
Duas pessoas em silêncio sempre dão tanto o que falar
Então me espere na terça
Ou depois de amanhã, quem sabe?
Na quinta ou sexta, no mais tardar,
Eu direi: não se vá


Wesley PC>

Nenhum comentário: