sábado, 30 de abril de 2011

“AS ABELHAS-OPERÁRIAS NÃO SÃO NEM MACHOS NEM FÊMEAS. NÃO POSSUEM SEXO. POR ISSO, SUA ÚNICA MOTIVAÇÃO NA VIDA É SERVIR À RAINHA”...

É uma apropriação metafórica da Natureza muito oportunista, mas como ficou bela no filme tcheco “Professor Rural” (2008, de Bohdan Sláma), que vi na manhã de hoje. No filme, um professor tenta esconder da população camponesa simples em que leciona que gosta de fazer sexo com outros homens, mas se apaixona por um adolescente tendente ao alcoolismo, obcecado por uma jovem citadina que a esnoba. Uma situação comum a qualquer outra, mas que, por isso mesmo, tem muito a ver comigo.

Num clímax exasperante do referido filme, o professor do título aproveita que o seu objeto adolescente de desejo está dormindo em razão de um porre etílico e começa a masturbá-lo na cama. Ele desperta irritado, empurra-o com violência e foge de casa. O professor é tomado por um fardo de culpa tão intenso que resolve ajudar a mãe do garoto a cavar um poço que seu falecido marido adúltero e beberrão deixara inacabado. Mas a própria natureza que tanto o fascina irá propiciar consolo psicológico...

Comparando a angústia e as motivações do personagem central com minha própria trajetória passional de vida, eu lembrei de um filme que não gosto tanto, de um diretor que talvez goste menos ainda, mas que, no contexto em pauta é mais do que oportuno. Trata-se do filme-painel “Felicidade” (1998, de Todd Solondz), em que, dentre as várias subtramas polemistas, o filho de 12 anos de um médico pedófilo descobre que seu pai abusou sexualmente de seus coleguinhas de escola. Depois que o pai é preso, indiciado e o menino sofre todo tipo de humilhação na escola, ele aproveita uma oportunidade dialogística para perguntar ao pai se é verdade o que dizem sobre ele. O pai confessa tudo e o menino, preocupado, interroga-lhe: “o senhor vai ter vontade de abusar de mim também, papai?”. A resposta, absolutamente cortante, vem aos prantos: não, filhinho. Contigo, eu apenas me masturbarei”. A cena final do filem será justamente a do cachorro da família lambendo a primeira ejaculação do garoto. É um filme que eu não gosto muito, mas esta cena marcou-me eternamente...

De resto, é isso: os seres humanos têm cura! Supondo que o que esteja afligindo-lhes seja algo que mereça a alcunha de patologia. Não creio que o homossexualismo em si seja um desses casos, mas as manifestações pedofílicas e o abuso sexual de pessoas que dormem ou estão inconscientes são. E talvez ajuda psicológica seja muito mais importante aqui do que a abusiva intervenção policial e/ou penitenciária. Assim penso, tomara que eu não esteja errado...

Wesley PC>

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