terça-feira, 12 de abril de 2011

“O MAIOR DESAFIO DA ESCOLA HOJE É ESTIMULAR A IGUALDADE SEM ESCONDER AS DIFERENÇAS” OU POR FAVOR, NÃO COMA O MEU PORQUINHO!

A frase entre aspas que intitula a primeira parte desta postagem foi a conclusão que ouvi numa matéria telejornalística, assim que cheguei em casa nesta noite de terça-feira, justamente quando eu organizava as minhas idéias para um artigo sobre desafios modernos da educação que eu precisava redigir. Mera coincidência? Obviamente, penso que não. Tomo a aquisição mui pertinente desta frase como um sinal, como um aviso, como uma advertência.

A segunda parte do título da postagem, por sua vez, é uma corruptela de um mote dramático do filme “O Homem do Ano” (2003, de José Henrique Fonseca), visto por mim no domingo, em que um casamento aparentemente bem-sucedido desanda quando a esposa assa, com a melhor das intenções, o leitão de estimação de seu marido na festa de seu aniversário. Ele irrita-se com o assassinato do animalzinho e, deste dia em diante, manifestará apenas desprezo e cólera por sua esposa, que é, afinal, assassinada por ele. O leitão havia sido um presente de um morador da comunidade em que o protagonista morava, em agradecimento por ele ter atirado num marginal local que o havia chamado de “viado” quando ele tingiu o seu cabelo de loiro. O fato lhe dá tanta visibilidade que até mesmo a polícia o respeita e agradece pelo “favor”. Mas nada poderá trazer seu porquinho de volta à vida...

Acabo de ler uma matéria policial em que o nome de meu cunhado mais velho constava como preso. Repito: por suspeitas referentes a um assassinato, o marido de minha irmã está, neste exato momento, dormindo numa prisão. Tenteio falar com ela e com uma de minhas sobrinhas, mas os telefones celulares de ambas estão desligados. Elas são muito orgulhosas e não querem nos dar explicações. Por dentro, entretanto, estou muito preocupado com elas. Gosto de minha irmã e sinto uma profunda comiseração pelo modo como ela conduz a sua vida. Ela, porém, não corresponde de todo a este afeto que por ela demonstro: por causa de minhas práticas eventualmente (homo-)sexuais, ela me considera tomado pela Pomba-Gira, amaldiçoado, indigno de respeito familiar. E tudo o que eu queria era entender e explicar que, para além destas diferenças, somos iguais, temos (literalmente) o mesmo sangue. Mas este é o desafio: se as escolas ainda lutam para pô-lo em prática, o que poderei eu fazer? Eu luto, por ora, luto bastante...

Wesley PC>

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