domingo, 3 de abril de 2011

SABER SEU NOME NÃO É SUFICIENTE!

“ – A fim de manter as aparências, dividiremos uma suíte, como se fossemos casados...
- Sou católica apostólica romana. Por isso, esta suíte terá dois quartos.
- Odeio quando a religião separa.
- A religião e uma porta trancada.
- Tu não precisas te preocupar: não fazes o meu tipo.
- Inteligente?
- Solteira...”


Nunca que eu fosse imaginar que “007 – Cassino Royale” (2006, de Martin Campbell) me tocaria tão pessoalmente quanto ele me tocou. Vi o filme como se estivesse a cumprir uma obrigação profissional, pois cria que Daniel Craig fosse inadequado para o papel e não aprecio o tom de ação incessante que o limitado diretor neozelandês Martin Campbell atribui a seus filmes mais conhecidos [“007 Contra GoldenEye” (1995), “A Máscara do Zorro” (1998) e “Limite Vertical” (2000), entre eles]. Surpreendi-me ao deparar com um protagonista humano, frágil e que, mesmo sendo um mulherengo contumaz (vide o diálogo que serve de epigrafe a esta postagem), não se furta a uma intensa paixão motivacional. Quando dei por mim, estava cativo do clima de traições cruzadas do filme, muito bem orquestradas, sou obrigado a dizer, pelo roteiro eficaz do presunçoso Paul Haggis, entre outros. Se, por um lado, minha mãe embasbacava-se com a beleza madura da atriz Judi Dench, por outro, eu transferia-me emocionalmente para o avatar contratual do protagonista, imaginava-me no lugar dele, vivenciando não somente aquelas aventuras complicadas, mas sendo obrigado a reverter conceitos profissionais em razão de uma paixão inesperada. E, para tanto, saber que Chris Cornell interpreta a canção-tema (“You Know My Name”) ajudou pouco: filme muito bom, um sinal!

Wesley PC>

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