terça-feira, 3 de maio de 2011

“GARÇOM, UM PASTEL DE NERVO, POR FAVOR!” OU EU JÁ DISSE QUE ERA FÃ DO ANDRÉ TECHINÉ, HOJE?

Acabo de ver “Barocco, o Jardim do Suplício” (1976, de André Techiné), um esquisitíssimo filme sobre um boxeador que é chantageado para fingir que fora amante de um candidato político.

Na tarde de ontem, um colega de trabalho extremamente afetado (mas que insiste em negar sua provável homossexualidade latente) disse-me que não acreditava que eu fosse virgem e que, dentre todas as pessoas que ele conhece, eu sou aquele para quem ele mais confidencia detalhes de sua vida pessoal.

No filme, Isabelle Adjani, linda como sempre, interpreta a amante do personagem de Gerard Depardieu, tão jovem, loiro e belo quanto alguém que eu desejo. Ele é assassinado. Ela fica rica. O assassino dele pinta o cabelo da mesma forma que o defunto e, de tão parecido, conquista o afeto de sua amante, que, antes disso, vivia com uma prostituta, cuja filha ainda não fora batizada. “Que tal Julieta?”, pergunta um suposto pai. “Não, não, é romântico demais”, retruca ela.

Admitindo que minha sexualidade é pouco convencional até mesmo para quem se acha não-convencional. E, na tarde em pauta, conforme já dito, eu tinha gana de comer pastel e fazer sexo oral à noite. Gana que foi por água abaixo, literalmente, em razão da chuva. Mas nada que uma boa noite de sono e algumas palavras muito inteligentes do Umberto Eco não consolem: “Todavia, a razão secreta do mecanismo ‘meu Deus, que sede!’ parece-nos outra: é que esse mecanismo parece trazer as situações exatamente para o ponto em que estavam antes de serem modificadas. A modificação desfaz um nó, mas não muda a corda” (“Retórica e Ideologia em ‘Os Mistérios de Paris’ de Eugène Sue” IN 'Apocalípticos e Integrados').

Wesley PC>

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