segunda-feira, 30 de maio de 2011

NÃO ACREDITE EM DEMÔNIOS MENORES!

Apesar dos inúmeros elogios de público e crítica, “[Rec]” (2007, de Jaume Balagueró & Paco Plaza) não me convenceu enquanto filme de terror. Pareceu-me o desgaste de uma fórmula, que, se ainda parecia/parece bem-sucedida, é porque sabe servir-se muito bem do subtexto político naturalmente associado à proliferação de zumbis. Pois bem, assisti a “[Rec]2 – Possuídos” (2009) continuação do referido filme na noite de hoje, dirigido pela mesma dupla de cineastas espanhóis, e gostei menos ainda: se o desgaste formulaico de outrora ainda chamava um mínimo de atenção por causa da tensão despejada sobre o espectador, o filme mais recente pareceu-me uma concatenação mal-sucedida de gritos e supressão de luz. Definitivamente não me convenceu!

Há, entre um e outro filme, um diferencial pitoresco: apesar de o roteiro da nova película acentuar o que parece uma contigüidade temporal entre ambas as tramas, o enfoque pseudo-religioso é mais acentuado no último filme, que é mais uma perseguição por exorcismo do que uma fuga de mortos-vivos. E, nalgum momento da estória, eu me vi comparando o que era exibido na tela com uma experiência pessoal recém-ocorrida. Caminhava de cabeça baixa pela rua quando ouvi alguém me chamar: “ei, eu quero falar contigo, é assunto da UFS!”. Não sei por que esperei, mais algo no apelo daquele jovem descamisado me pareceu justificadamente atraente. Diante de mim, com o peito nu à mostra, ele disse que estudava Engenharia de Pesca, que morava em Neópolis e que tencionava transferir seu curso para uma faculdade alagoana. E eu limitei a responder apenas ao que ele perguntava, cumprindo rigorosamente uma ética profissional, mesmo fora – tanto espacial quanto cronologicamente – de meus limites diretamente empregatícios. Afinal, eu despedi-me dele, que insistia em gritar algo para mim, à distancia. Era apenas um rapaz interiorano gentil, sem más intenções, enquanto eu caminhava, ainda de cabeça baixa, remoendo o que faria se tivesse 1% do elã luxurioso que muitos crêem que eu, de fato, possuo... Ah, se eu pego aquele guri! (risos)

Wesley PC>

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