domingo, 8 de maio de 2011

PODE O AMOR MAIS QUE A IDEOLOGIA? ALIÁS, SÃO ELES DIVERSOS ENTRE SI?

Se existe algo que eu faço bem (talvez porque naturalmente) é evitar a rendição comemorativa a datas que eu não conheço a origem. Segundo a mídia dominante, hoje, segundo domingo do mês de Maio, é Dia das Mães, mas, como eu não sei o porquê, ignoro a data. Para mim e para minha mãe Rosane, Dia das Mães são todos os dias + 1! Como a programação de TV, ao contrário dela e de mim, sucumbe à rendição que evito, calho de me ver enredado em sessões fílmicas que vão ao encontro justamente da comemoração midiaticamente planejada. Assim sendo, na tarde de hoje, vi e me emocionei com a história de uma mãe solteira que resolve viajar para o Irã e encontrar outras mães com filhos na mesma idade que o seu, a fim de que, assim, os garotos possam se conhecer antes de se reencontrarem num contexto de guerra e ódio, mais tarde. Glupt!

A diretora, protagonista e roteirista do filme em pauta chama-se Justine Shapiro e, em 2001, co-dirigiu, ao lado de Carlos Bolado e B. Z. Goldberg, um filme semelhante em proposta, chamado “Promessas de um Novo Mundo”, em que várias crianças judias e palestinas são postas lado a lado, a fim de analisarem o ódio tradicional que sentem umas pelas outras, mesmo que não se conheçam. Em “Nosso Verão em Teerã” (2009), a proposta é ainda mais subjetiva: o próprio filho dela (com 5 anos de idade, se não me engane) interagiria com os filhos de três famílias iranianas, uma comandada por uma atriz divorciada, uma segunda por um militar conservador, e a terceira por pai e mãe soterrados de trabalho. Os resultados são impressionantes!

Não cabe a mim, aqui, descrever minuciosamente o que a Justine Shapiro encontra e mostra em seu corajoso filme, mas algo me incomodava quando o vi sendo anunciado num canal de TV fechada: segundo as propagandas, a diretora estava surpresa por ter encontrado no Irã um contexto de acolhimento familiar mui diverso daquele alarmado pela mídia dominante. Como não vi o filme anterior da protagonista, que parece ser, de fato, emocionante, cri que a perspectiva ideológica dela fosse canhestra. Por outro lado, a beleza das imagens exibidas no mesmo comercial de TV (vide a principal cena de divulgação, acostada a esta postagem) me parecia deveras convidativa, a ponto de eu intuir que amaria o filme. Dito e feito: não somente é ótimo, como as questões combativa e/ou interrogativamente ideológicas são muito bem mescladas ao roteiro extremamente pessoal composto e posteriormente vivenciado pela diretora. Gostei muito do que vi e, como tal, recomendo-o. Pena que minha mãe adormeceu na sala quando o filme estava sendo exibido e não pôde me acompanhar na sessão (com os olhos abertos, pelo menos). Mas ela estava lá, ela me pôs no mundo e, com certeza, ela entende bem o que estou a sentir agora!

Wesley PC>

3 comentários:

Jadson Teles disse...

cinema do IrÂ, nossa que sorte a sua.....
E mães, há as mães....

Jt

Pseudokane3 disse...

Na verdade, é um documentário norte-americano SOBRE o que a talzinha achava que era o Irã, mas foi uma boa sorte ter visto esta pérola sim...

E sim, as mães, sempre as mães!

WPC>

Elaine Crespo disse...

Oi Wesley!

Grata pela lembrança apesar de não achar que hoje seja um dia especial para nós mães!
mas como acredito que todas as datas devem ser estabelecida para comemorarmos alguma coisa, aceito DATAS como importantes.

Um beijo em Rosane por mim!
Um grande pra você!
saudades!

Elaine Crespo