quinta-feira, 23 de junho de 2011

MAIS GENIAL QUE ÓTIMO, MAS ÓTIMO ASSIM MESMO!

Até semana passada, eu não me lembro de ter ouvido falar algo relevante sobre a norte-americana Carolee Schneemann. Hoje, eu vi “Fuses” (1967), quiçá seu filme mais conhecido. E, num julgamento comparativo imediato, esta ótima obra de arte cinematográfica é a melhor demonstração do que aconteceria se, algum dia, Stan Brakhage tivesse se casado com Maya Deren : é incrível o quanto o filme pulsa, o quanto ele cumpre a própria proposta múltipla contida em seu título, ao mesmo tempo em que eleva a um novo estágio as apologias ao “olhar do recém-nascido” que Stan Brakhage defendia em seus inúmeros manifestos vanguardísticos.

Oficialmente, “Fuses” é muito simples: em 22 minutos de projeção, ela e seu amante James Tenney fundem-se em corpo e película diante de um gato e das ondas do mar. É como se o pênis do homem fosse um organismo vivo e isolado, ao passo que a película fosse um terreno de infinitas amalgamações, externando e extremando o que é o sexo, a comunhão entre corpos e almas que se amam. Enquanto isso, o gato mia e as ondas se revoltam. E diretora, atores e espectadores gozam. É difícil, é um tanto datado (no sentido historicamente positivo do termo), cansa, mas nos faz gozar: quero ver de novo e, da próxima vez, muito bem-acompanhado!

Wesley PC>

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