sábado, 30 de julho de 2011

... E, NA RESPOSTA ANTI-RACISTA, É UM BRANCO VELHO QUE TENTA ESTUPRAR UMA NEGRA JOVEM!

Já folheei o guia “1001 Filmes para ver Antes de Morrer” inúmeras vezes e, até então, nunca havia detido particular atenção na página 34, sem fotos, onde há uma resenha do clássico filme afro-americano “Within Our Gates” (1920, de Oscar Micheaux), ousada e incisiva crítica cinematográfica qualitativa ao racismo aventureiro que o diretor D. W. Griffith deixou percorrer o mundo através do vergonhosamente ótimo “Nascimento de uma Nação” (1915). Vi o referido filme, por acaso, na manhã de hoje, e fiquei impressionado com a urgência do mesmo: não é tão qualitativamente acachapante quanto o clássico griffithiano – e nem tinha como sê-lo, tamanha a repressão que o negro Oscar Micheaux deve ter sofrido ao dirigir, produzir e escrever este pequeno clássico – mas é um ótimo filme, impressionante em sua devoção filantrópica e em suas múltiplas variações narrativas.

Em termos gerais, bem gerais, Sylvia Landry (Evelyn Preer) é a protagonista do filme. Ela interpreta uma professora apaixonada por um médico, que é vítima de uma tramóia de inveja e, entristecida, dedica-se avidamente a salvar uma escola para crianças negras do fechamento. No trajeto, crimes se desenrolam e, numa surpreendente reviravolta mnemônica intra-fílmica, conhecemos o mote sobrevivencial da protagonista que, em ermos tempos, fora quase estuprada por um parente próximo, seu próprio pai branco, que não a conhecia, visto que ela fora criada por uma família aditiva negra, linchada até a morte num contexto deveras injusto. Contar mais é estragar a beleza reivindicante do filme, mas este é um filme que, definitivamente, deve ser melhor conhecido. Portanto, eis um ‘link’ integral para esta preciosidade: assistam-no!

Wesley PC>

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