quarta-feira, 20 de julho de 2011

MAIS UM ÔNUS FÍLMICO (REGRAVADO) QUE EU ASSUMO!

Eu poderia ter dormido, mas algo me levou a ver “A Profecia” (2006, de John Moore), mesmo sabendo que era péssimo. Detesto regravações, principalmente quando os diretores das versões plagiadas limitam-se a imitar cenas, ao invés de retrabalhá-las ou “atualizá-las”, como alegam ter pretendido. No filme em pauta, portanto, no que tange ao enredo e à condução da trama, pouquíssimas são as modificações em relação à obra-prima realizada trinta anos antes por Richard Donner. Além de duas ou três cenas avantesmático-estroboscópicas de pesadelos, de uma introdução astrológico-religiosa pífia e de leves modificações nalgumas seqüências de assassinato, esta regravação nada acrescenta aos eventos do filme anterior. Pelo contrário, subtrai (vide a ausência significativa da trilha sonora gregoriana) e estraga. Por mais que o elenco esteja muito bom (é sério: Mia Farrow, Liev Schreiber e David Thewlis defendem os seus papéis com garra!), este é um daqueles filmes que só não merecem a tarimba de “nulos” porque dão raiva, muita raiva. Pior: quem tem preguiça de pesquisa ou conferir o filme original, ainda se surpreende com as pretensas reviravoltas e/ou surpresas do mau roteiro de David Seltzer! Eu poderia estar dormindo, mas aceitei o ônus de ver o filme. Assumo-o como válido, portanto, mas, para mim, o anticristo não renascerá sob as formas infantis do insosso Seamus Davey-Fitzpatrick, mas a cada clássico hollywoodiano regravado de forma demoníaca como aconteceu aqui... Coitada da Julia Stiles!

Wesley PC>

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