sábado, 2 de julho de 2011

“SOMENTE AS PARTES MAIS RIDÍCULAS DESTA HISTÓRIA SÃO VERDADEIRAS”!

“A Caçada” (2007, de Richard Shepard), título brasileiro para “The Hunting Party”, é um daqueles filmes que todo jornalista e/ou estudante de Jornalismo deve ver. Incomodou-me muito por confundir-se formalmente com o desdém que critica, mas, ainda assim, chama a atenção (vide o ótimo estratagema sarcástico apresentado logo no início – vide título desta postagem). Tive vontade de Vê-lo muito mais por causa da presença do Jesse Eisenberg (que está apagadinho aqui) do que pelo tema em si, que é sempre muito pertinente e digno de avaliação conscienciosa.

Narrado pelo destemido operador de câmera interpretado por Terrence Howard, este filme mostra como um jornalista despedido por se emocionar/enraivecer durante uma cobertura de guerra na Bósnia-Herzegovina envolve-se pessoalmente na caçada ao homem que estuprou e matou sua namorada grávida, entre trocentas outras atrocidades resumidas pelo narrador, que se tornou um empedernido profissional, mas com seqüelas mnemônicas que jamais poderão ser apagadas pelo aumento de seu salário. Infelizmente, o desfecho da trama é deveras anticlimático, mas as promessas críticas e o anúncio derradeiro do que era ostensivamente fictício no filme fazem com que eu repita o que escrevi lá em cima: é um filme obrigatório para qualquer um que se pretenda jornalista!

Ser correspondente de guerra, aliás, não é uma área pela qual eu me interesse pessoalmente, mas concordo com o que diz o protagonista, muito bem vivido por Richard Gere: “viver em perigo é quando se vive de verdade. O resto é televisão”. Concordo, concordo... Por isso, não falarei mais sobre o filme: ele é apenas mais ou menos, mas provoca e estimula reflexões. Isso é muito, muito, muito! Por mais que a montagem estilosa queira me desmentir...

Wesley PC>

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