quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DEPOIS DO BANHO, EU CONTINUO AQUI!

Hoje eu almocei enquanto via “Hold Me While I’m Naked” (1966), clássico do cinema ‘camp’ dirigido por George Kuchar. Na trama metalingüística, um diretor de cinema, vivido pelo próprio George Kuchar, dirige sua musa lúbrica, que, numa cena posterior, encontra um orgasmo o se deparar com um homem tesudo em seu chuveiro. Desconsolado, o diretor se banha, obviamente nu, em seu próprio chuveiro. Ele movimenta-se em círculos frenéticos, bate a cabeça na parede, lamenta-se. Até que sua mãe o chama para comer. “Eis o tipo de coisa pela qual ainda se vale a pena viver”, conclui. E, assim, eu me via diante de um filme favorito, pessoal, simbólico ‘ad extremis’: definitivamente, este é um daqueles curtas-metragens eternos que quer nos transmitir uma mensagem de valorização luxuriosa. E sim, ele consegue, conseguiu comigo...

Depois de ver o tal filme, fui para o trabalho, sentindo-me meio insosso, ansioso por ver o rapazola inocente que me deixou psicologicamente atormentado pelo sobejo de elogios na última semana. Não o encontrei, apesar de tê-lo procurado com avidez em sua cerimônia de colação de grau. Quem sabe eu não o veja mais tarde, quando ele for solicitar o seu diploma. Terei que me despedir dele, respeitar o seu jeito moço de viver a vida. Mal sabe ele o que eu sinto. Jamais saberá, talvez. Não cabe a mim lhe contar, muito menos num espaço de trabalho, em que, acima de tudo, prezo pelo respeito e pela dignidade de quem passa diante de mim. Estive nu e não fui abraçado. Tentar, eu tentei... Como sempre!

Wesley PC>

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