sábado, 13 de agosto de 2011

O TRABALHO E O POTENCIAL SEXUAL EXTRA-EMPREGATÍCIO DAÍ DECORRENTE:

Há alguns dias, vi um maravilhoso filme rosselliniano em que uma burguesa culpada pelo suicídio do filho visita uma fábrica e trabalha por um dia no lugar de uma amiga pobre. Estafada e desiludida após a experiência, ela enfrenta quem diz que “o trabalho dignifica o homem”.Quem disse que dignifica? Aquilo ali escraviza o homem!”. Ao final, ela é internada como louca e tomada como santa por seus apadrinhados proletários. Eu me emocionei, sentindo-me contemplado por suas palavras.

Na manhã de hoje, assisti a “Linha de Montagem” (1982, de Renato Tapajós) por acaso e não pude conter uma emoção diferente da que senti no contexto fílmico anterior. Aqui, o trabalho (no sentido empregatício do termo, diga-se de passagem) é visto como algo que fortalece a união entre os indivíduos, como algo pelo que se deve lutar, entendendo-se esta luta como vinculada a melhores condições de vida. Fiquei tão emocionado que excitei-me sexualmente. Tanto que, após a sessão, precisei tocar num proletário-modelo, daqueles que ejaculam com freqüência, e que, não por simples contingência, havia acabado de pôr mais um pouco de seu precioso sêmen de labuta para fora, naquele exato instante. Restava-me imitá-lo, aceitando o viés de união pretendido pelo outrora sindicalista Luís Inácio Lula da Silva. Juro que, por vezes, sentia-me compungido a levantar a mão em apoio às suas palavras, de tão politicamente pertinentes que as mesmas eram. Senti-me orgulhoso em poder me imaginar parte de uma comunidade coesa de votantes!

Agora, no exato momento em que escrevo estas linhas, os conceitos de trabalho e emprego distinguem-se cada vez mais. Hoje é sábado. Dentro de dois dias, enfrentarei uma das jornadas de trabalho mais cansativas do ano, pois será o primeiro dia de aula, inequivocamente estafante para quem trabalha com burocracia, que nem eu. Hoje eu me sinto ainda mais sexualmente excitado que o normal. Deve te sido porque sonhei que tinha inveja de prostitutas mortas de tanto ingerir cocaína enquanto fodiam. Um amigo mostrou-me seu pênis esfolado pelo sobejo de uso, após a foda. O meu pênis enrijeceu na hora. Acariciamo-nos falicamente, enquanto ele destacava que sentia dor. Eu (ainda) não, o consenso urgia: “trabalhadores unidos/ jamais serão vencidos”. Sou agora adepto deste grito de guerra?

Wesley PC>

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