quarta-feira, 7 de setembro de 2011

E, A CADA SEGUNDO REMEMORADO, A POLARIZAÇÃO BARROCA ENTRE A IMPRESSÃO DE FELICIDADE E O TESÃO (IN)CONTIDO CRESCE...

Ontem à noite, uma mulher disse que estava sem calcinha por minha causa. No mesmo instante, emprestou-me alguns DVDs com filmes europeus raros gravados. Nestes DVDs, tive acesso a “Malícia” (1973), filme dirigido por um cineasta italiano que eu não conhecia, Salvatore Samperi. Não obstante ele ter sido prolífico em vida (morreu em 2009), o único filme deste cineasta que eu vi até então foi este mesmo, ao qual me aproximei por causa da paixão confessa pelo pós-adolescente Alessandro Momo, já destacada aqui neste ‘blog’ por ocasião dos tapas anímicos que experimentei durante a sessão de “Perfume de Mulher” (1974, de Dino Risi), último dos poucos filmes protagonizados pelo gracioso e tímido rapaz.

Tinha redigido alguns comentários sobre o filme, mas uma breve queda de energia fez com que minhas palavras se perdessem. O impacto do filme sobre mim, entretanto, ainda está lá, firme e perene: acompanhei as desventuras eróticas do protagonista Nino (Alessandro Momo) como se estivesse rememorando as minhas próprias, clemente e insistente aos pés de um companheiro para-sexual recorrente, que, não raro, permite que eu gaste minutos a fio cheirando e/ou lambendo quase todo o seu corpo, mas impede que eu toque diretamente em seu pênis (quiçá, por ter se masturbado demais, ou algo do gênero). No filme, não há dúvidas que Nino apaixonou-se pela governante que calhará de ser sua madrasta, mas é na vagina dela que ele insiste em pôr a mão quase todo o tempo... Enciumado pela possibilidade certeira e vindoura de que seu pai fará sexo com ela, ele a atormenta, a oprime, obriga-a a ficar nua diante de si. Ela capitula e beija-o em sua cerimônia de casamento. Eu sabia o que era aquilo, eu sei agora, aliás!

E, se a dicotomia moral entre tesão e felicidade insista em me oprimir enquanto criatura barroca e temente a Deus, não consigo deixar de demonstrar um tantinho de chateação por causa da metade final do filme, que pareceu um tanto oportunista em seu erotismo mutuamente sadomasoquista. Mas não posso esquivar-me de agradecer à rapariga de vagina nua por ter me apresentado a este belo recorte de meus anseios desejosos mais íntimos. Eu, que amo tanto, mas que, ao mesmo tempo, possuo tantos tabus separatistas no que tange ao sexo. Acho mais fácil apaixonar-me por quem eu faço sexo do que fazer sexo com as pessoas por quem eu me apaixonei. É um dilema que eu devo suportar por mais algum tempo, mas, de alguma forma, o bom filme do Salvatore Samperi me consolou. E que cena graciosa esta em que a governanta assopra a coxa ferida do rapaz nu que se ferira num jogo de futebol... Ai, ai!

Wesley PC>

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