quarta-feira, 21 de setembro de 2011

“KIT ME DISSE PARA CONTEMPLAR A PAISAGEM – E EU O FIZ!”

Apesar de estar um tanto impaciente, aceitei rever “Terra de Ninguém” (1973), filme de estréia do arredio Terrence Malick na manhã de hoje. Fiquei impressionado com a quantidade de pretensas obviedades taxonômicas exaladas durante a sessão: era como se soubéssemos de antemão que aquele romance estouvado estava fadado ao término, como se percebêssemos de imediato que o diretor é um cineasta amante da Natureza, como se três diretores de fotografia fossem poucos para captar tanta beleza, como se James Taylor, Erik Satie, Nat King Cole e Carl Orff estivessem destinados a se unirem numa mesma trilha sonora poética... Que lindo foi ser comovido por este filme novamente!

Por mais fadado ao término que o tal romance estivesse anunciado, como eu queria viver um destes: Martin Sheen, jovem e tesudo; Sissy Spacek, plácida e bela, como sempre... A música, os bichos, o céu, as armas, a violência dos homens, a virgindade rompida que (não) precisa ser cravada na memória pelo esmagamento de uma das mãos com a pedra grande que jazia inerte na paisagem... E, logo após, encasquetei de ouvir “Peixes”, obra-prima musical da banda budista Os The Darma Lovers:

“Nós vivemos como peixes:
Com a voz que em nós calamos, com essa paz que não achamos...
peixes, pássaros, pessoas
nos aquários, nas gaiolas, pelas salas e sacadas
afogados no destino
de morrer como decoração das casas
Nós morremos como peixes:
O amor que não vivemos, satisfeitos mais ou menos
Todas iscas que mordemos
Os anzóis atravessados, nossos gritos abafados”...


Eu te amo. Ponto. Eu te amo!

Wesley PC>

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