quinta-feira, 15 de setembro de 2011

QUE CONSTE DOS AUTOS: EU EFETIVEI O ANSEIO DE COMER ENQUANTO VIA “EAT” (1963, DE ANDY WARHOL)...

De supetão, meu primeiro julgamento sobre este arquitetado experimento cinematográfico é que a execução é inferior ao conceito. Ou seja, na teoria, a obra e a metalinguagem alimentícia durante a sua exibição funcionam muito bem, mas, na prática, o enfado se instalou: é difícil não ficar sonolento após acompanhar, por mais de quarenta minutos, um ator comendo em câmera lenta diante da tela, sem qualquer som de acompanhamento. O único fator dissonante neste processo deglutivo era um gato que volta e meia pousava sobre o ombro esquerdo do ator. Minha mãe entrou no quarto várias vezes e perguntou o que eu estava assistindo, do que se tratava aquela imagem repetitiva de um homem que mastigava e mastigava e mastigava... Eu expliquei sucintamente do que se tratava, destacando a importância investigativa desse tipo de experiência ‘underground’, mas acho que, definitivamente, Andy Warhol não se converterá em um dos cineastas de seu apreço. De minha parte, apesar de não ter gostado muito do filme, insisto que, enquanto projeto, “Eat” é genial e combativo. Pena que, hoje em dia, ele foi mais do que assimilado pela Indústria Cultural. Mas ainda é muitíssimo relevante em seu contexto artístico de época!

Wesley PC>

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