sábado, 24 de setembro de 2011

SOBRE A RUPTURA DESEJADA DE UM CICLO...

A madrugada do dia 05 de abril de 2009 foi marcada por três eventos distintos e, posteriormente, inter-relacionados: a minha primeira ida ao bar ‘gay’ Alquimia; a primeira vez que vi o clássico “Blow Job” (1963, de Andy Warhol); e a morte de meu amado cãozinho Almodóvar de Castro.

Na tarde de ontem, três eventos possivelmente inter-relacionados se anunciaram: fui convidado por alguns colegas de trabalho a festejarmos a liberação homossexual de um deles numa boate ‘gay’; discuti sobre as qualidades artísticas do filme supramencionado de Andy Warhol com um colega de trabalho 20 anos mais velho que eu e desapreciador de filmes em preto-e-branco; e recebi um telefonema triste de minha mãe, que chorava copiosamente ao anunciar que minha cadela Sembene fora atropelada.

No dia de hoje, domingo, anseio por inter-relacionar três novos eventos cíclicos: avisei aos meus amigos que não tenho interesse em ir para esta tal boate; alimentei a minha cadela acidentada com purê de batata; e assisti a “Kiss” (1963, de Andy Warhol), filme com 55 minutos de duração, em que diversas seqüências de beijos são alinhavadas, sem um único som por detrás delas. Não gosto muito de beijos (ou melhor, penso não gostar), como muitos já sabem, e me incomodei negativamente com a maior parte do filme, mas, ao final da sessão, me senti compelido a designá-lo como genial. Desejo com isso, portanto, interromper o ciclo supersticioso que ensaiei no primeiro parágrafo desse texto...

São agora pouco mais de 16 horas. Não sei ainda o que farei à noite, visto que o casal de amigos que pretendia visitar tem outros problemas depressivos para resolver e o rapaz que costuma me salvar com suas ofertas de boquete está com seu pênis há exatos 16 dias afastado de minha boca ávida de satisfação anímica. Quem sabe eu não consiga a bênção de interromper o ciclo supersticioso e mortífero com a abertura de outro, erotógeno e vitalício? Quem sabe... Por ora, eu quero é que minha cadela viva!

E, pelo sim, pelo não, sou fã do Andy Warhol, humpf! Até mesmo quando ele erra, que nem no enfadonho “Eat” (1963). Digo mais: em “Kiss”, os beijos interraciais e homossexuais me comoveram, além daquele que surge aos 40 minutos de projeção, quando o beijoqueiro da direita mantém-se afastado de sua parceira por vários instantes. Aquilo quis me dizer alguma coisa e, enquanto não me sinto apto para entender por completo, eu aprecio, ah, aprecio... Vou comer uma pipoquinha agora!

Wesley PC>

Nenhum comentário: