domingo, 16 de outubro de 2011

FAIXA 10: “YOUR MOTHER REALLY DOESN’T APPRECIATE TOO MUCH OUR FRIENDSHIP, BUT I DON’T MIND”

Era pouco depois da meia-noite quando eu recebi a primeira mensagem: “tua amiga brigou comigo. Ligue para ela e peça para ela falar comigo”, dizia a emissora, do outro lado da linha. “Não posso fazer nada”, argumentei, “estou em casa, estudando”. Por mais que eu me esforçasse para explicar, a pessoa não entendia que eu tenho uma vida pessoal complicada, meus próprios problemas, meus romances sem solução. Supliquei para que ela me deixasse em paz, que me permitisse relaxar um pouco, esquecer dos problemas alheios, mas ela é uma pessoa patologicamente carente, não ouve, não entende... E depois, me enjoa com uma enxurrada de mensagens pedindo desculpas. Aff!

Ignorei o celular por algumas horas, olhei pelo portão, imaginando se meu parceiro sexual habitual estava num dia “disponível”, torci para isso, mas vi logo que não. Vi dois filmes, preparo-me para ver um terceiro, ouço os sinos da igreja convocando as pessoas para a missa católica. Minha mãe jaz no sofá, preocupada com meu irmão mais novo, que, bêbado, teimava em sair de casa com uma faca enterrada no cós de sua bermuda. Liguei o rádio: “música de corno” me ajudaria. Lembrei que ainda não possuía nenhum disco da banda paulistana Pholhas em minha casa. Baixei o disco de estréia deles, “Dead Faces”, de 1973. Gostei. Parece com o Aphrodite’s Child. Ouvi o disco quase inteiro duas vezes seguidas. Estava precisando...

Wesley PC>

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