quarta-feira, 12 de outubro de 2011

NÃO TEVE SUJEIÇÃO META-SOPORÍFERA QUE DESSE JEITO!

Os filmes de terror dirigidos por Wes Craven foram marcantes para a minha geração. Muitas foram as noites perdidas por meus colegas de classe em decorrência dalguma reminiscência assustadora do ótimo filme “A Hora do Pesadelo” (1984). Freddy Krueger era um personagem que nos apavorava, divertia e consternava ao mesmo tempo, sendo tema comum de muitas conversas de infância e adolescência, justamente porque, nos sonhos, ele costumava assassinar cínica e cruelmente crianças e adolescentes como nós. O mote funcionava muito bem, tanto que, para além de suas diversas continuações e derivações, este filme tornou-se um clássico inquestionável: “A Hora do Pesadelo” é um indubitável filme oitentista marcante.

Tendo eu chegado sonolento e cansado em casa, na noite de ontem, depois de uma estafante jornada de trabalho, resolvi ser tolerante ao que estava sendo exibido na TV e consenti em ver a regravação do filme em pauta, dirigida por Samuel Bayer, em 2010, ao lado de minha mãe. Quando eu detectei o nome do deletério Michael Bay entre os produtores, logo intuí que o filme seria absolutamente nojoso e estética e assustadoramente nulo. Dito e feito: se algo me apavorou neste filme é saber que produções tendenciosamente ahistóricas como esta continuariam a ser produzidas em escala massiva. O que havia de inerentemente perverso e genial na trama original foi substituído por um enredo abobalhado e desinteressante, em que um bando de adolescentes parvos tenta acertar as contas com um passado infantil clicheroso. Sem contar que o talentoso, porém caricato, Jackie Earle Haley definitivamente não esteve à altura de substituir o performático e canonizado Robert Englund na pele do desalmado vilão onírico de rosto queimado. Uma completa vacuidade este horroroso filme!

Um detalhe pitoresco sobre esta sessão é que eu estava deveras sonolento enquanto o filme estava sendo exibido. Tal qual os personagens, eu cochilava abruptamente em mais de um momento, mas, ao contrário deles, eu mergulhava num convidativo terreno de descanso, enquanto eles chafurdavam numa vergonha dilaceração de um clássico. Ufa!

Wesley PC>

Nenhum comentário: