quinta-feira, 20 de outubro de 2011

SE AINDA ME RESTAR ALGUM TRAÇO BREVE DE INOCÊNCIA... – EXEMPLO I: DÉCADA DE 1980

Na noite de ontem, fui apresentado oficialmente ao cineasta brasileiro José Miziara, com aquele que foi seu último filme antes de sucumbir ao sexo explícito: “Pecado Horizontal” (1982). Na trama, três primos que não se viam há 15 anos reencontram-se numa festa de casamento e conversam sobre conquistas (algumas delas, frustradas) do passado. O primeiro narra o evento em que foi afligido por uma violenta crise de hemorróidas quando finalmente consegue se desnudar diante da diva Matilde Mastrangi; o segundo relembra a consecução erotógena da tara que sentia pela esposa adúltera e constantemente protegida por um enorme cachorro preto de seu tio; e o terceiro traz à tona a noite em que fizera sexo, aos 12 anos de idade, com a bela esposa loira do açougueiro da cidade, enquanto seus amiguinhos masturbavam-se numa árvore.

Cada qual a seu modo, as tramas são prenhes de uma inocência erótica perdida hoje em dia. São tramas simples, passadas em cidades pequenas e interioranas, são absolutamente críveis e passíveis de identificação com espectadores marotos (se bem que acho difícil que alguém admita que precisou pedir a uma mulher exuberante para derramar óleo de oliva quente em seu ânus), provocando muito mais o riso sincero que as ereções. Não é nada que torne o diretor José Miziara imortal, mas algo que, definitivamente, faz com que eu me interesse pelo restante de sua obra, o que já me deixa empolgado de antemão, posto que outro de seus filmes será exibido, mais tarde, no Canal Brasil. Se tudo der certo, amanhã estarei aqui, reiterando o meu elogio a este tipo de inocência sexual oitentista.

Wesley PC>

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